Espanha seculariza-se
A velha Espanha dos Reis Católicos, Fernando e Isabel, alérgicos ao banho e entusiastas das missas, hóstias e fogueiras, perdeu 10% de católicos nos últimos 10 anos.
São menos de 10% os espanhóis que suportam a missa dominical e o PDG do Vaticano desdobra-se em visitas de propaganda sem conseguir o entusiasmo com que nos séculos XV e XVI assavam e deportavam judeus ou nos tempos recentes, de Francisco Franco, perseguiam os não crentes.
O número de casamentos civis ultrapassou o dos religiosos, quase metade dos jovens não confia na Igreja católica e o número de baptizados diminui rapidamente.
A maior instrução do povo, a consciência da cumplicidade do clero com o impiedoso assassino Franco, as canonizações de bem-aventurados pouco recomendáveis e o reaccionarismo dos dois últimos pontífices devem ter concorrido para o alheamento da religião.
A mais devota nação católica está a caminho de uma secularização firme e irreversível. A laicidade é já hoje um paradigma da sociedade urbana da velha Espanha cheia de sotainas e com as igrejas abarrotar de crentes.
Comentários
Trata-se de uma participação cuidadosamente preparada pelo conhecido cardeal Rouco Varela (em vésperas do seu jubileu eclesiástico) e a 3 meses das eleições gerais em Espanha.
Durante a sua presença em Espanha Ratzinger deverá apoiar as linhas orientadoras da Conferência Epsicopal (presidida pelo referido cardeal), nomeadamente, em relação às novas leis (aborto, reprodução assistida, divórcio, casamentos homossexuais, etc) que a ICAR considera "injustas"...
Em Novembro passado, durante uma visita a Barcelona e a S. Tiago de Compostela, comparou a Espanha governada por JL Zapatero e a 2ª República, pelo seu "laicismo radical"...
Por sua vez, a 2O de Agosto, data em que o cardeal comemora 75 anos, reune-se com Mariano Rajoy, num encontro com inegável significado político.
Enfim, Bento XVI, a exemplo da sua última visita, continua a bater-se contra a secularização da sociedade espanhola - que o post salienta - visando prioritáriamente os jovens...
O Vaticano não dorme!
My cago en Dios!o espanhol gritava/
e toda a gente lhe desculpava a asneira/até que um dia,o Cura o censurava:
-Hombre!Eso no se dice!Censurou o Cura/-Pues es una ofensa a nuestro señor!/Pelo que se sabe,de Franco, a Ditadura/tinha para estas blasfêmias,pena maior.
E o espanhol borracho contestava todavia:/-My cago en Dios nunca salió de su boca?/-No hombre!Dios nunca me perdonaria!/Ni siquier podria decir frase tan loca!
-Pues señor Cura,yo puedo contestar/porque no sale My cago en Dios de sua boca/es porque usted sabe que es mentira loca/
que Dios existe,e nos puede castigar.
Pero como yo creo en su existencia/
digo My cago en Dios com conviccion/protestando contra su divina presencia/que a los pobres solo da desolacion.
A êste espanhol borracho,à sua filosofia/se pode atribuir o Ditado popular/que in vino veritas pode constar/o que muitos ocultam com hipocrisia.
Êste espanhol da estória era conhecido/era um pobre diabo de entre tantos/que vivia por viver, muito desiludido/e não tinha fé no Cura nem nos Santos.
É sintomático que no mundo cristão/
é onde se blasfema frequentemente/ pois nos Países católicos,a Inquisição/perseguiu,torturou e matou muita gente.
Se queres conhecer qualquer marmanjo/que aparenta ser pessoa de boa mente/dá-lhe vinho,porque êle certamente/se manifestará um «diabo« ou um «anjo«.