Um acordo "americano"...
O afrontamento entre Barack Obama e o Congresso sobre o tecto da dívida pública americana, adquiriu tons dramáticos nos meios de comunicação social (e nos mercados) mas, politicamente, o presidente usou de muita prudência para com os extremistas de Direita, neste caso, grande parte do Partido republicano, e entre estes, com o chamado grupo “Tea Party”.
Na verdade, os Republicanos tentaram explorar o volume da dívida quando foram os próprios, ou presidentes anteriores oriundos desta área política, os grandes responsáveis pela actual situação. Esta postura contida não é inocente. Aparentemente, é a que melhor serve a estratégia da sua reeleição em 2012.
Se houve "festa" (the “party”), como sempre os Republicanos desejaram, tudo começou como é habitual na Direita. Pela exigência de drástica redução dos gastos públicos (nomeadamente o programas sociais como o da Reforma da Saúde) a troco da ameaça de “incumprimento”. Nada distante de uma vil chantagem. Por outro lado, os Republicanos ainda exigiam mais: a manutenção dos privilégios fiscais para os mais ricos ditada pelas Administrações anteriores (republicanas).
Escolheu-se a via do compromisso. Para já não houve a preocupação de controlar eventuais danos de uma pesada dívida externa. Enveredou-se por aspectos marginais que incidem sobre os gastos discricionários da União (37% do orçamento) cuja redução foi programada para 10 anos. Isto é, fora das disputas políticas mais imediatas. É mais fácil para Obama aceitar incidir neste aspecto (gastos discricionários) do que cortar nas reformas ou nos benefícios dos idosos e doentes.
O compromisso conseguido (por 74 votos contra 26) significa ultrapassar o espectro do “incumprimento” (que verdadeiramente nunca esteve em causa) aumentando o tecto da dívida em 2,1 triliões de dólares. Isto é, nada ficou resolvido quanto a problemas orçamentais dos EUA. Todavia, tal acordo permitiu a Obama afirmar:
"Este é um primeiro passo importante para assegurar que nossa nação vive dentro das suas possibilidades". Nada de eleitoralmente mais reconfortante para o "orgulho" da América e nada de mais produtivo para a rota da reeleição.
Isto chegou, também, para “relativizar” o papel do Tea Party que acabou à margem de todo o processo negocial...
Se houve "festa" (the “party”), como sempre os Republicanos desejaram, tudo começou como é habitual na Direita. Pela exigência de drástica redução dos gastos públicos (nomeadamente o programas sociais como o da Reforma da Saúde) a troco da ameaça de “incumprimento”. Nada distante de uma vil chantagem. Por outro lado, os Republicanos ainda exigiam mais: a manutenção dos privilégios fiscais para os mais ricos ditada pelas Administrações anteriores (republicanas).
Escolheu-se a via do compromisso. Para já não houve a preocupação de controlar eventuais danos de uma pesada dívida externa. Enveredou-se por aspectos marginais que incidem sobre os gastos discricionários da União (37% do orçamento) cuja redução foi programada para 10 anos. Isto é, fora das disputas políticas mais imediatas. É mais fácil para Obama aceitar incidir neste aspecto (gastos discricionários) do que cortar nas reformas ou nos benefícios dos idosos e doentes.
O compromisso conseguido (por 74 votos contra 26) significa ultrapassar o espectro do “incumprimento” (que verdadeiramente nunca esteve em causa) aumentando o tecto da dívida em 2,1 triliões de dólares. Isto é, nada ficou resolvido quanto a problemas orçamentais dos EUA. Todavia, tal acordo permitiu a Obama afirmar:
"Este é um primeiro passo importante para assegurar que nossa nação vive dentro das suas possibilidades". Nada de eleitoralmente mais reconfortante para o "orgulho" da América e nada de mais produtivo para a rota da reeleição.
Isto chegou, também, para “relativizar” o papel do Tea Party que acabou à margem de todo o processo negocial...
Fiquemos por aqui… porque a dívida externa americana continuará a crescer sem ser penalizada pelas agências de rating e com a paciente complacência da China!
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