A Madeira e as contas públicas
Alberto João Jardim, Governador vitalício da Região Autónoma da Madeira, tem todos os defeitos que o deviam inibir do exercício de cargos políticos. É um ex-salazarista que nunca respeitou a democracia e um governador que esbanjou recursos e não se conteve nos gastos, para alimentar a máquina eleitoral que o eterniza no poder.
Usa uma linguagem de carroceiro, insulta os órgãos da soberania, desrespeita as leis e faz chantagem com todos os governos da República. Não se percebe que os diversos primeiros-ministros e presidentes da República lhe tenham consentido os dislates e tolerado o regabofe despesista, à custa de todos os portugueses.
O silêncio do PR, PM e A.R., em relação às contas públicas do sátrapa madeirense, não prestigia a democracia nem honra os órgãos da soberania que o deixaram à solta e lhe toleram a chantagem, a má-criação e a irresponsabilidade governativa.
O mau exemplo da Região Autónoma da Madeira tem fomentado a desconfiança dos portugueses contra a regionalização do País que, por obrigação constitucional e justiça nacional, há muito devia ter tido lugar.
Esperemos que o seu próprio partido (PSD), agora que é poder, resista à chantagem do «cavalheiro» sem medo do fantasma da independência nem das diatribes dos deputados oriundos da RAM que Jardim manipula a seu belo prazer.
Quem endividou a Madeira a níveis intoleráveis e subsidiou tudo e todos para se perpetuar no poder, não pode repoltrear-se à custa do meu subsídio de Natal.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
Agora, que não é possível continuar a ocultar a trapalhada, Passos Coelho vai lavar as mãos e, quando muito, negociará com a troika um acordo adicional (para a Madeira) ao actual Memorando.
O "exemplo da Madeira" virou um sério problema. Um insolúvel problema. Tão insolúvel que mesmo depois da pública confissão de AJJ acerca da sua intencionalidade no torpedear dos limites de endividamento (discurso estival em Porto Santo) continua a reinar um sepulcral silêncio nas instituições da República.
De facto, numa complexa situação económica e financeira em que a coesão nacional deveria ser um desígnio, o inquilino de Belém prefere escrevinhar estórias no facebook para entreter o "pagode"...
Mesmo assim, caros amigos, é obrigatório dizer, e repetir, o que deve ser dito.