Madeira – Depois do regabofe vem a chantagem e o desespero
O Ponte Europa sempre condenou a linguagem arrogante, malcriada, chantagista e insultuosa do sátrapa madeirense, mas constituíram particular preocupação as despesas faraónicas e a acumulações de sinecuras, denunciadas pelo Tribunal Constitucional.
O velho salazarista era um medíocre político destinado a deputado da União Nacional, crismada de «Acção Nacional Popular», quando, após o 25 de Abril, o bispo do Funchal apostou no demagogo. Conquistado o lugar de presidente da RAM, não demorou, com a cumplicidade do PSD e a incúria de PRs, PMs e da própria Assembleia da República, a criar uma rede administrativa com lugares para todos os sequazes.
O financiamento de clubes de futebol, da comunicação social reverente, e da gigantesca máquina administrativa garantiram-lhe a perpetuação no cargo até se ter tornado o mais antigo líder africano, com eleições formalmente livres.
Com o descalabro financeiro «para prejudicar o PS» - como afirmou – criou ao País um problema suplementar na difícil conjuntura internacional, particularmente grave em Portugal. Tem a defendê-lo o deputado da AR, generosamente pago, Guilherme Silva, como consultor do Governo Regional da Madeira. É este político que afirma agora, perante a necessidade de assinar um plano de resgate, que «a Madeira só assina o que pode cumprir».
Curiosamente nem ele nem o seu patrão alguma vez se preocuparam em só gastar o que podiam pagar.
A Madeira arrecada todos os impostos gerados na Região, recebe vultuosas quantias do Governo da República, está isenta de contribuir para as despesas da Defesa e Negócios Estrangeiros e ainda consegue surpreender o País com dívida acumulada, superior a 6,5 mil milhões de euros, mais os 1365 milhões de responsabilidades financeiras assumidas com as PPP rodoviárias.
Alberto João Jardim continuará inimputável mas foi ele que comprometeu a autonomia da Madeira para cujos desmandos já não há dinheiro.
Comentários
É evidente e notória a sua incapacidade em governar a região sob forte controlo orçamental (ao que se supõe da "troika")e, formalmente, impedido de fazer crescer a dívida regional (o seu passatempo predilecto dos últimos anos).
O dinheiro disponível não chega para manter a "rede de fidelidades" que foi tecendo ao longo de mais de 30 anos. O seu "seguro de vida" (político) já não é capaz de cobrir as devastadoras arrogâncias e, cada dia que passa, fica mais exposto. Sabe - porque já anda nesta "vida" há muito tempo - que sem dinheiro não há circo. E o pão - em muitos lares madeirenses - vai escassear, infelizmente ou desgraçadamente.
Mas isso será um problema para quem vier a seguir...
Mas desgraçadamente já nem isso vale a pena, se não for esta minha esgotada e céptica velhice a falar por mim.
Para além do que a história me lembra e aconselha, sempre que a visito.
É uma satisfação ler-te e saber que continuas com o espírito crítico e disponível para a intervenção cívica.
Hoje, como há umas décadas, o país precisa de ti.