Notas soltas: fevereiro/2012
STJ – O presidente do Supremo Tribunal de Justiça, na cerimónia de abertura do ano judicial, alertou para o perigo de revolta social e esclareceu o Governo de que os direitos adquiridos não podem ser revogados de forma arbitrária e sem equidade.
Síria – O veto da Rússia e da China à deposição do ditador impede que se ponha fim à continuação dos massacres e abala o prestígio e a autoridade das Nações Unidas. Os interesses geopolíticos sobrepõem-se aos direitos humanos.
Espanha – A condenação de Baltasar Garzón é uma vitória para os corruptos e terroristas que ele perseguiu. O notável magistrado foi o último fuzilado, para gáudio do bando fascista que encheu a Espanha de valas comuns.
Portugal – A carta da Associação dos oficiais das Forças Armadas e o silêncio do PR que julgamos ser o seu comandante supremo é um sinal premonitório de que o governo falhou e a confirmação de que o PR não assume as suas responsabilidades.
Itália – A crise impede o primeiro-ministro, incapaz de assumir compromissos financeiros, de dar aval à realização dos Jogos Olímpicos de 2020. Eis uma amostra da crise financeira internacional que alastra por toda a Europa.
Natalidade – É paradoxal o apelo do PR à procriação dos portugueses, quando o Governo, que ele ajudou a ganhar as eleições, aconselha a emigração. É uma espécie de solicitação para gerar crianças destinadas à adoção.
Carnaval – A supressão da tolerância de ponto foi coerente com a abolição de feriados mas, de acordo com a inexperiência e incapacidade política, já demonstradas, o Governo não previu que o anúncio tardio comprometia os investimentos feitos.
Eduardo Catroga – Esta espécie de Henrique Tenreiro do salazarismo, criador de um Governo de estagiários, ficou de fora para não ter o ónus do fracasso e não perder a sinecura que, em agradecimento, lhe deram na EDP.
Cavaco Silva – A fuga a um pequeno grupo de adolescentes armados de cartazes, revela a coragem com que enfrenta os problemas que ajudou a criar. Terá um mandato que não vai deixar saudades.
Acordo Ortográfico – É natural que haja quem discorde do AO – 1990 mas não se tolera que Graça Moura aceite a nomeação política para o CCB e proíba a ortografia oficial aos funcionários que tutela. Não sendo o primeiro, não será o último AO da língua portuguesa. As grandes alterações surgiram com a Reforma Ortográfica de 1911 que indignou grandes intelectuais, nomeadamente Fernando Pessoa.
Comentários
Com surpresa, depois de ter visto manuais escolares com a nova ortografia, vi isso mesmo no Expresso online.
Somos um país à deriva.