Perseverança (cegueira) doentia e suicidária…


Esse é um filme que não é o nosso. O nosso filme não é esse. Não é o de andarmos sempre a desculpar com as condições, com as mudanças, com as contingências. Nós simplesmente, como gente adulta e madura, vamos cumprir o que lá está. Custe o que custar” Pedro Passos Coelho na apresentação do livro “Contributos para uma Social-Democracia Portuguesa”, 31.01.2012. link.


Há gente que não aprende com as experiências dos outros. Pior, não é capaz de interpretar os sinais que lhe chegam a casa.
Não somo piores, nem melhores do que a Grécia. Somos diferentes, temos níveis diferentes de problemas, teremos problemas específicos. Mas os caminhos que nos apontam são exactamente os mesmos. Não vale a pena continuar a iludir o presente e a esperar prodígios em relação ao futuro.
Os sinais do presente mostram, por outro lado, que uma profunda recessão subsidiária da austeridade não é uma solução para nada. Ou quando muito será um passo para o aprofundamento do endividamento.


A convicção do actual 1º. Ministro de que vamos ser capazes de sair deste atoleiro por esta via (actual receita da troika e os seus timings), vejam o desplante – “custe o que custar” – só pode sair da boca de um obstinado insensível às questões sociais, de um analfabeto político ou de um macabro impostor de pacotes neo-liberais debruados por amanhãs gloriosos...


Precisamos, para ultrapassar esta tremenda e desgastante crise, de mentes esclarecidas e clarividentes. Dispensamos, com certeza, estes rígidos arautos da obstinação.
Custe o que custar: bem pode o pertinaz defensor de um empobrecimento à força esperar que, por este caminho, antes do que pensa, esta atracção pelo abismo acabará por lhe “custar” o cargo. É que não há pano para mangas. E esta constatação não é uma desculpa. É a crua realidade. Se é verdade que a austeridade não é solução (passou a ter a categoria de “instrumento”), os comportamentos obcecados aproximam-se, nitidamente, do foro patológico.

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