O tempo, o dinheiro e o modo…
Temos um primeiro-ministro muito volátil. Faz afirmações “pomposas” e passado pouco tempo começa a escavar caminhos para uma silenciosa retirada.
A reiterada assertividade do nosso PM (link ) faz parte do radicalismo ultra-liberal onde se banha. A procura de escapatórias depois de pretensiosas exibições de férreas vontades de “não falhar” é um lamentável atributo da inexperiência e uma reprovável imagem da deriva política que tem assolado o XIX Governo Constitucional. A imagem residual é a de que o Governo não sabe para onde caminha nem conhece os atalhos por onde terá de passar.
A famosa indiscrição trazida a público acerca de uma conversa informal entre os 2 ministros das Finanças (Portugal e Alemanha) link não se trata de uma inocente “conversinha” de bastidor. Mostra como existem dois discursos e duas posturas (uma para consumo interno, outra para o exterior). Mostra também diferentes “jogos” no interior da EU. Outras interpretações são meros exercícios de prestigiação ou então a«caiem no domínio da chicana política. Duro cá dentro, solícito e subserviente lá fora. E a indiscrição é (foi) tão importante que levou à suspensão (temporária?) do repórter de imagem link e à alteração dos regulamentos sobre as colheitas de imagens na fase inicial das reuniões europeias.
Não estamos a executar um plano há anos, susceptível de ajustamentos. O memorando de entendimento e o auxílio financeiro externo estão em vigor há pouco mais de 6 meses, i. e., gastamos cerca de 20% do tempo (e > de 50% do auxílio) para que foi projectado (3 anos).
E não vale a pena endossar as culpas para o Governo PS que os negociou. Mais vale ser claro e transparente e assumir frontalmente que o Memorando foi assinado (avalizado) pelos 3 partidos do arco do poder (PS, PSD e CDS). A assinatura do XVIII Governo (já em gestão corrente) foi uma mera formalidade protocolar. Sempre que ouvimos dirigentes partidários da coligação Centro-Direita, refugiar-se neste pretenso álibi, não podemos deixar de nos interrogar qual a real intenção.
A notícia de que Passos Coelho começou a roer a corda em relação à sua peremptória vontade de não precisar “nem de mais tempo nem de mais dinheiro” hipoteca o valor e mina a consistência da actual solução de resgate (sempre apresentada como: “sem alternativas”).
Afinal, o Governo começa (agora) a abrir a porta a “alternativas” que, há muito, foram apontadas.
Falta a coragem de admitir que todos aqueles que propuserem, há muito tempo, a “renegociação” da dívida eram de facto exactamente aqueles que a pretendiam efectivamente e honestamente pagar. Com o crescimento económico associado ao rigor orçamental. Com esta sequência porque aqui a ordem dos factores não é arbitrária.
Comentários
num devedor que cumpre as exigências do credor (mesmo que sejam bastante estúpidas
do que querer que o credor cumpra as exigências do devedor
é pá empresta-me aí 500 mil euros
que eu explico-te
não tens?
não faz mal ficas como meu fiador
queu arranjo-os e dou-te logo 10%
e garanto que te pago 10% ao mês
ao estylo da Dona Branca
(e pago-te tudo em escudos como ela fazia...tens é de esperar que eles sejam impressos
(segundo a CGTP já não deve faltar muito
Já estão a fazer bandeiras queremos 25% de aumento queremos 50%...a cgtp tem sempre razão
O seu desconexo arrazoado é muito semelhante às perorações do inefável Miguel Relvas...compagnon de route de Passos para as questões incompreensíveis, irresponsáveis e irrealistas.
Só o facto de se trazer à colação os esquemas de Dona Branca é muito revelador. Estava, com certeza, a pensar no “pessoal” do BPN cujos desmandos – arquitectados e executados ao longo de uma década – fomos obrigados (e continuamos) a pagar em suaves prestações trimestrais, sob a "venerável" batuta da "troika", ad eternum...
Somos, em relação a este espúrio e criminoso saque, inveterados devedores, não é?
Ou teremos sido constituídos forçados fiadores?
Ou, finalmente, suspeita que lhe foram à carteira, transformando uma dívida privada em pública?
Escolha um alvo e atinja uma decifrável coerência retórica antes de começar a disparar à toa...
mas io explico-lhe mejor na iceland
seja em escudos ou em euros sim...
e se perdoarem parte da dívida tornamo-nos falhos de crédito
é que nós não somos a Argentina nem a Bolívia dependemos de importações para exportar
Ou teremos sido constituídos forçados fiadores?
podemos ir para a bancarrota já
cá por mim tenho um con sumo baixo
Ou, finalmente, suspeita que lhe foram à carteira, transformando uma dívida privada em pública?
transformaram dívida pública aparentemente segura e com remuneração mais baixa que a privada (pois esta acarreta sempre riscos e raramente é garantida) em risco privado
qualquer detentor de certificados de aforro (daqueles 11 mil milhões que restam dos 17 mil milhões lhe pode dizer isso
se o estado põe um imposto extraordinário nos salários e pensões
(se entrar no incumprimento que pretende fará o mesmo à dívida
ou pagá-la-à em escudos desvalorizados o que dá na mesma
(foi o que a Argentina fez...o nº de lares com intertreta..desceu em Baia Blanca (classe média média 80% em 2 anos...
percebeu?
não ? ok
D.Branca pôde dar 5 e 6% ao mês quando a inflação ia nos 50% ao ano...pois havia muita coisa que se podia comprar com valorização automática
Quando a inflação caiu em 1979
a Dona branca começou a canibalizar as contas antigas para pagar as novas
à Mad Off
o BPN foi muito diferente, se acha que não deve ter tirado Economia em Évora ou na Covilhã