Lembro-me de grupos de mulheres a regressarem das hortas, à tardinha, acompanhadas de crianças, que paravam para mijar antes de chegarem à aldeia. Alargavam as pernas e esvaziavam a bexiga gerando um rego de urina que a terra seca do caminho extinguia. A pressão na saia, com uma das mãos, enxugava a última pinga pendente. Era o fim de um ritual coletivo, antes de retomarem a marcha em direção a casa, para prepararem a ceia. Os garotos usavam calções, com uma racha atrás que, sem cuecas, facilitava o alívio das necessidades fisiológicas. Nunca encontrei um cronista que, recordando os odores de então, divulgasse os hábitos aceites com a naturalidade com que, no séc. XVIII, na corte francesa, se instruíam os criados a não oferecer os penicos antes das refeições, para não as retardarem. As aldeias não tinham saneamento, água canalizada, luz ou telefone, e percebe-se bem a inutilidade de outros móveis reservados à higiene, além da bacia ou lavatório, do jarro da água, penicos e, nas cas