A bactéria ‘Legionella pneumophyla’ e os vírus
Em Estrasburgo e Bruxelas a bactéria Legionella pneumophyla deixa os eurodeputados sem água quente nos gabinetes, pelo elevado risco de contaminação, devido à vetustez das canalizações. Têm de lavar as mãos em água fria. Não é grave.
Em Portugal, um surto da bactéria, com origem no Hospital de S. Francisco Xavier, já causou a morte de 5 pessoas, o internamento de 7, nos cuidados intensivos, e de 27, em enfermaria, num total, que todos os jornais e TVs atualizaram ontem, de 54 infetados, relativos ao dia anterior.
Enquanto a comunicação social e as redes sociais procuram associar António Costa, e os partidos de cujo apoio depende o seu Governo, ao lamentável surto, a empresa ‘Veolia Portugal’, responsável pelas torres de refrigeração do referido hospital, mobilizou “uma equipa interna de técnicos internacionais com vista a auxiliar no cabal esclarecimento».
É evidente a gravidade da trágica ocorrência, uma só morte é horrível para quem sente a perda do ente querido, mas a exploração mediática e a obsessão noticiosa são obscenas. Só existe semelhança na repetição de imagens chocantes dos incêndios deste ano, no 7.º dia, nos 30.ºs e, oportunamente, à cadência das missas de sufrágio, no aniversário.
Não sei se a mórbida vocação informativa vai usar a mesma bitola para o vírus da gripe, que há de chegar, saciando a todas as horas a curiosidade pública, com maior número de mortos e a contabilidade dos infetados permanentemente atualizada em rodapé. O vírus afetará mais de 1 milhão de pessoas e o rigor informativo não faltará com as centenas e dezenas de milhar, os milhares, centenas, dezenas e unidades de infetados que em cada dia subirão de número até à fase de resolução da gripe. Enquanto os noticiários tossirem as notícias, os rodapés não deixarão de espirrar números em catadupa.
Para além dos agentes patogénicos que nos ameaçam, há uma patologia de que não nos livramos, a mórbida exploração da morte e da doença.
Em Portugal, um surto da bactéria, com origem no Hospital de S. Francisco Xavier, já causou a morte de 5 pessoas, o internamento de 7, nos cuidados intensivos, e de 27, em enfermaria, num total, que todos os jornais e TVs atualizaram ontem, de 54 infetados, relativos ao dia anterior.
Enquanto a comunicação social e as redes sociais procuram associar António Costa, e os partidos de cujo apoio depende o seu Governo, ao lamentável surto, a empresa ‘Veolia Portugal’, responsável pelas torres de refrigeração do referido hospital, mobilizou “uma equipa interna de técnicos internacionais com vista a auxiliar no cabal esclarecimento».
É evidente a gravidade da trágica ocorrência, uma só morte é horrível para quem sente a perda do ente querido, mas a exploração mediática e a obsessão noticiosa são obscenas. Só existe semelhança na repetição de imagens chocantes dos incêndios deste ano, no 7.º dia, nos 30.ºs e, oportunamente, à cadência das missas de sufrágio, no aniversário.
Não sei se a mórbida vocação informativa vai usar a mesma bitola para o vírus da gripe, que há de chegar, saciando a todas as horas a curiosidade pública, com maior número de mortos e a contabilidade dos infetados permanentemente atualizada em rodapé. O vírus afetará mais de 1 milhão de pessoas e o rigor informativo não faltará com as centenas e dezenas de milhar, os milhares, centenas, dezenas e unidades de infetados que em cada dia subirão de número até à fase de resolução da gripe. Enquanto os noticiários tossirem as notícias, os rodapés não deixarão de espirrar números em catadupa.
Para além dos agentes patogénicos que nos ameaçam, há uma patologia de que não nos livramos, a mórbida exploração da morte e da doença.
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