Notas Soltas – outubro/2017
Eleições autárquicas
– A derrota do PSD atingiu proporções tais que feriu o orgulho de quem não previu
que o apoio de Cavaco a Passos Coelho, na Universidade de Verão, ia prejudicar
o partido, exibindo a cumplicidade de dois políticos desacreditados.
Catalunha – A
resposta musculada de Madrid a um problema político, transformou um referendo
ilegal, de resultados nulos e incertos, num problema que ameaça a unidade de
Espanha, com a UE enredada na má-fé, que aceita a secessão do Kosovo, na Sérvia.
EUA – A
utilização de uma rede social para fazer ameaças à Coreia do Norte, coloca o
presidente do mais poderoso país ao nível do descendente da dinastia comunista, com o mundo assustado e
indeciso sobre quem é o menos fiável.
Ordem da Liberdade – A
atribuição a Cavaco Silva foi injusta, mas era a um ex-PR. A recaída do PR Marcelo,
na atribuição a António Barreto, que nunca lutou pela liberdade, foi uma ofensa
aos que derrubaram ou combateram a ditadura, e às suas vítimas.
Assunção Cristas
– A votação autárquica de Lisboa, onde subiu de 1 para 3 mandatos, fez a rã que
quer ser boi. Esqueceu que, de 2013 para 2017, o CDS desceu de 47 para 41
mandatos, e a votação no país, onde concorreu isolado, de 3,04% para 2,60% dos
votos.
Holanda – As
eleições de 15 de março conduziram à representação parlamentar de 13 partidos,
o que dificultou a formação do novo Governo. A coligação de 4 partidos, com o
mesmo PM, Mark Rutte, afigura-se efémera face às contradições da coligação.
Wolfgang Schäubl –
O ministro alemão das Finanças deixa o Eurogrupo com elogios ao governo
português, mas esqueceu as afirmações terroristas que adiaram a confiança
externa e a descida dos juros.
Inglaterra – Há
crianças, filhas de portugueses, que, a pretexto da alegada incapacidade dos
pais para as cuidarem, engrossam o obsceno negócio das adoções. São raptos, com
a conivência das autoridades, como a jornalista Ana Leal denunciou na TVI.
Porto Rico – A devastação
causada pelo furacão Maria provocou danos materiais, além das mortes, de 59.477
milhões de euros. Perante a maior bancarrota de um território sob jurisdição
dos EUA, desde sempre, Trump avisou que não o pode ajudar eternamente.
Irão – Quando
cumpria o acordo de desistência da transformação em potência nuclear, os EUA
resolveram unilateralmente rompê-lo. Já bastava a ameaça da Coreia do Norte. Era
escusado reativar outra, para tornar o mundo mais inseguro.
Somália – O
ataque terrorista da Al-Qaeda, com centenas de mortes e um número ainda maior
de feridos, teve a assinatura do fascismo islâmico, a perversão que contamina
as religiões políticas, de pendor prosélito, incapazes de respeitarem a
laicidade.
UNESCO – A relevante
agência da ONU dedica-se à educação, ciência e cultura, o que explica o
abandono por Trump e Netanyahu. É trágica esta crise provocada pelos EUA e
Israel numa instituição que tão relevantes serviços tem prestado à Humanidade.
Incêndios – A
reincidente tragédia anual atingiu uma dimensão catastrófica em número de
ignições, área ardida e perda de vidas. É preciso vigiar os negócios dos
incêndios e as habituais queimadas, e é urgente iniciar uma política florestal.
Armas de Tancos –
Tão insólito como o furto foi o aparecimento das armas que apenas serviram para
disparar munições contra o Governo e que, mal apareceram, provocaram a guerrilha
entre o Ministério Público e os militares. Surrealismo!
PSD – Na corrida
à liderança, estão confirmados Rui Rio e Santana Lopes. É uma luta entre quem
não tem currículo e quem tem longo cadastro, fragilidades com que ambos serão
confrontados pelos militantes.
Japão – A vitória
do partido do Governo, por maioria absoluta, conduzirá à revisão da
Constituição que impede dotar o País de Forças Armadas que excedam as
necessidades defensivas. Vem aí mais um país nuclearizado numa zona de
rivalidades ancestrais.
Jurisprudência – Quando
há juízes que enxovalham a vítima de violência doméstica, e desculpam os agressores
com o adultério feminino, usam o julgamento para punição das mulheres e os
tribunais de um Estado laico como resquícios do Santo Ofício.
Moção de Censura
– Sem branquear as responsabilidades políticas do Governo, estava condenada ao
malogro. Assunção Cristas atrelou o PSD, que está sem cabeça (líder), e o CDS,
com cabeça reluzente, mas sem corpo, pôde fingir que lidera a oposição.
China – Por unanimidade
do Congresso do PCC, 2 mil membros, a Constituição incluiu o “Pensamento de Xi
Jimping sobre o Socialismo com Características Chinesas para uma Nova Era”. Pela
segunda vez, há um ‘Grande Timoneiro’. De Mao a Pior? Ou não?
Francisco George
– A reforma do líder da Direção Geral de Saúde, por limite de idade, afastou o
alto funcionário que, durante vários governos, exerceu funções relevantes com notável
competência, dedicação e zelo. É um excelente exemplo de servidor público.
Catalunha_2 – A
declaração de independência foi uma ousadia insensata no confronto com o Estado
espanhol. A explosão nacionalista ameaçava a implosão da Espanha e da própria UE.
Restam os traumas que dificultam a convivência entre os espanhóis.
Carles Puigdemont
– O herói tornou-se um vilão foragido ao deixar a Catalunha cheia de problemas
e debilitada com um episódio infeliz que apenas beneficiou a monarquia e o
governo corrupto de Rajoy, ambos com tiques franquistas.
Religião – Devido
à seca que atinge o país, o cardeal Clemente propôs uma oração pela chuva, depois
de anunciada pelo Instituto de Meteorologia (IPMA). Os índios acendiam
fogueiras, mas o êxito era mais incerto.
Ponte Europa / Sorumbático
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