Cavaco Silva – um homem coerente no ódio e na militância
Conheci boas pessoas salazaristas. Pensavam mal, mas tinham bom coração. Julgavam que o frio assassino de Santa Comba desconhecia os assassínios da Pide, os massacres, as torturas, os presídios, a violência policial e a miséria do povo. Puderam, assim, ser salazaristas.
Não é o caso de Cavaco Silva, homem a quem a democracia deu o
que negou a pessoas inteligentes, honestas e generosas. Nunca um homem tão
inculto e limitado chegou tão longe e durante tanto tempo.
Rude nas maneiras, medroso e intriguista, foi arrogante e
pérfido para os adversários, a quem considera inimigos. O folhetim da posse do
Governo de António Costa, depois de ter tentado contrariar a AR e prejudicado o
país com o medo que incutiu e a denúncia às instituições estrangeiras, do perigo
do governo apoiado pelo PCP e BE, só encontrou paralelo nas palavras boçais aos
membros do Governo que lhe desejaram Boas-Festas de Natal, “uma boa tradição
que se deve manter, mesmo com este governo” (A. Costa).
Sobre as prevaricações ortográficas, o ódio a Saramago e à
democracia, os negócios do BPN, a invenção das escutas do PM, as múltiplas
reformas que recebe, o seu carácter e o ódio que o consome, paira um manto de
silêncio.
Basta-lhe ver um cravo vermelho ou ouvir a data do 25 de
Abril para não conter o ódio à democracia. Ignora que o 5 de Outubro, o 1 de
Dezembro e o 25 de Abril são datas da identidade do povo que somos, e só o 28
de maio o satisfaz a sua incultura democrática.
O mundo é feito de mudança, mas o empedernido salazarista
não muda. Não conseguiu fazer do PSD um partido fascista, nem ele nem o cúmplice
Passos Coelho, mas quer que o fascismo seja o bálsamo da perfídia que acalenta.
«Cavaco diz que acordo com o Chega era melhor solução».
(Frase proferida na formação do Governo dos Açores)
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