Il Duce lusitano – líder do partido fascista
O líder do partido fascista deve a existência à incubadora cavaquista onde o abominado Passos Coelho, já afastado de S. Bento, e com o führer de Belém despejado da mansão e fora do prazo de validade, o foi buscar para edil de Loures.
Veio da “Sua Luta”, a perorar sobre o futebol com gestos
simiescos de ator de segunda, para a ribalta autárquica de Loures onde foi indesejável
para os partidos democráticos, até para o CDS.
Ator medíocre, sem saber agitar hordas ressentidas, como o
homólogo alemão do século passado, nem como o ideólogo italiano promover-se a ‘Primeiro
Marechal do Império’, limita-se a regressar aos grotescos slogans salazaristas,
herança da ditadura que agarrou no desvario revivalista.
O biltre está racialmente motivado contra ciganos,
imigrantes e comunistas, e, à falta do Império, infelizmente perdido,
não lhe admite o pan-lusitanismo ir além de Barrancos.
Quanto à Concordata, o seu acordo de Latrão, já foi assinada
por Durão Barroso e não a conseguiria pior, para Portugal, do que a assinada pelo
invasor do Iraque, nem aprovaria firmá-la com este Papa, que detesta.
Tão volúvel e contraditório como o seu inspirador italiano,
encontrou Pedro Arroja para seu Gabriele d'Annunzio, e falta-lhe o dom da
oratória do Duce original, a imaginação do verdadeiro, a atmosfera do século
passado e um país para invadir. Onde pode imitar Mussolini é a declarar guerra
aos EUA, e matar o país a rir, ou a mobilizar a Marinha de Guerra contra as Berlengas
e Farilhões, e descobrir que já são ilhas portuguesas.
Não se pode levar a sério o marginal que encontrou nos
instintos mais básicos o húmus onde germina o ódio e a demência nacionalista, e
não podemos esquecer o biltre de St. ª Comba, que esteve no poder até à queda
da cadeira. O original era pérfido, e este sequaz pode, se nos distrairmos,
tornar-se, fora de prazo, outro perigo.
Não conseguirá, nem com apoio do VOX e da Frente Nacional, a
República de Salò que ambiciona, mas pode acordar a corja salazarista que
hibernou.
O fascista português, por ora, apenas grunhe o velho slogan
“Deus, Pátria e Família” a que acrescentou o “Trabalho”, talvez em homenagem
aos que se esforçaram por fazer do marginal um personagem credível, mas a
História diz-nos que figuras de opereta, em períodos de crise, podem conquistar
o poder.
É preciso estar atento. Fascismo nunca mais!
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