Fernando Pinto Monteiro

Há algum tempo que temia telefonar-te. O último telefonema deixou-me a convicção de que a doença se agravara. Já não nos voltaremos a encontrar como tínhamos combinado

Não mais nos encontraremos em Porto de Ovelha, Badamalos ou Miuzela do Coa, onde a nossa amizade começou. Éramos crianças. E vai longe o tempo em que fomos colegas da mesma turma no Liceu Nacional da Guarda.

Agora que partiste, posso dizer porque nunca te defendi da canalha que desconhecia a tua honestidade e te quis denegrir. Não permiti associar-me à alta personalidade com elevadas funções de Estado, com quem mantive sólida amizade durante toda a vida.

Abraço os teus irmãos, mulher e filha. Nunca esquecerei a tua casa em Benfica onde se sucediam tertúlias que primavam pela cultura e boa disposição.

É a vida que tem fim. Já estás a gozar as Delícias do Nada, de que falava Schopenhauer, depois de largo sofrimento. Gostavas muito de viver.

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