Marcelo e as veneras

Marcelo é tão magnânimo na atribuição das veneras como nos conteúdos que fornece aos media. É de uma generosidade cativante com bens de luxo a custo zero.

A atribuição clandestina do Grande Colar da Ordem da Liberdade ao general Spínola só pecou por tardia. Era uma devoção que trazia e, se não tivesse transpirado, o ensaio para atribuição de igual venera a Marcelo Caetano e, talvez, ao próprio pai, gesto que os atuais membros do Conselho das Ordens gostariam certamente de sufragar.

Que heróis de Abril sejam distinguidos com o grau de Oficiais e o chefe do MDLP com o Grande Colar, o mais elevado grau, é o critério que mostra coerência, algo que já tinha mostrado na atribuição a Cavaco Silva e António Barreto, um salazarista empedernido o primeiro e ideólogo neoliberal o segundo, agraciados com o grau igual.

Há na clandestinidade do gesto talvez a cativante confissão do desejo de ter pertencido ao MDLP, a solidariedade para quem pôs bombas para evitar um Governo à esquerda do PSD, a demora no regresso do País à tradição, aos bons costumes, à proibição do aborto, do divórcio e dos casamentos gay.

Na impossibilidade da reconquista do nosso Ultramar infelizmente perdido, é ao gesto de reconciliação com a matriz familiar e ideológica depois de derrubar um governo de maioria absoluta.

Só lhe falta agora a venera para a Dr.ª Lucília Gago PGR. Dever cumprido!

Comentários

Zé Escorpião disse…
A juntar a tudo o que foi descrito, finalmente outra grande vitória da AD.Uma maioria, mesmo que relativa e um presidente. António Costa na sua relação com o PR, foi muito ingénuo, ou melhor dizendo sem ser muito cáustico, um grande nabo.

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