Em abstracto, nada a opor, bem pelo contrário, à nota da direcção de informação da RTP. Mas, não sabendo em que contexto foi produzida essa nota, não é possível emitir opinião fundamentada. No entanto, sempre se dirá que o actual jornalismo não prima pela objectividade e independência, mesmo na televisão pública.
Foi em resposta ao comunicado do PM em que considerava hostilidade a investigação da RTP sobre as imobiliárias do Governo. Já não me recordo bem das declarações do PM, mas hão de estar por aí na NET.
Obrigado pelo esclarecimento. Confesso que não sou grande apreciador de televisão, hábito que me ficou do antes do 25 de Abril, por isso escapou-me a questão. Também não leio jornais, por descrédito de linhas editoriais espúrias. Já ouvi falar da lei dos solos e não é preciso ter grande argúcia para entender que algo tem de ser feito para obstar ao abandono do campo. O modo como os solos têm sido geridos é notório que não serve. Porém, não deixa de ser estranho que tantos dos actuais governantes tenham interesses na actividade imobiliária, neste tempo de alteração da lei, e isso deve ser sindicado pelos jornalistas. Se é da natureza da lei ser geral e abstracta, esta não se livrará de suspeitas relativas ao contexto em que nasceu. Seja como for, parecer-me-ia mais útil que a comunicação social nesta altura estivesse a levantar o véu sobre a necessidade, ou não, do aumento das despesas militares em detrimento da "manteiga", como diz o outro. Ou se a guerra faz qualquer sentido para os povos do mundo, especialmente para os europeus da UE! Ora, isso não é feito pelos tais jornalistas (salvo honrosas excepções, fora do "mainstream") cujos interesses corporativos são bem visíveis, indiferentes ao cada vez maior desprezo a que são votados os tradicionais meios de comunicação social em que se manifestam, degradando desse modo a Democracia e a sua própria profissão, tão nobre que é, ou devia ser.
«Agora, com pena o digo, não tenho qualquer dúvida que [Marcelo Rebelo de Sousa] vai ficar na História como o pior presidente de todos». (Lida no blogue Causa Nossa, Vital Moreira)
Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
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Ora, isso não é feito pelos tais jornalistas (salvo honrosas excepções, fora do "mainstream") cujos interesses corporativos são bem visíveis, indiferentes ao cada vez maior desprezo a que são votados os tradicionais meios de comunicação social em que se manifestam, degradando desse modo a Democracia e a sua própria profissão, tão nobre que é, ou devia ser.