VOLTAS QUE CERTA "ESQUERDA" DÁ
Os leitores menos jovens, que ainda viveram nos tempos da ditadura salazarista, lembrar-se-ão certamente dos livros do humorista José Vilhena, em que este, a propósito dos mais variados temas, satirizava mais ou menos veladamente aquela ditadura.
Lembro-me particularmente de um, intitulado "História Universal da Pulhice Humana", em que ele ilustrava o capítulo relativo à passagem da Idade Média para a Idade Moderna com um desenho em que se via uma multidão (que tanto poderia ser do sec. XV como de sec. XX) a manifestar-se empunhando cartazes em que proclamava: "Queremos sair da Idade Média!", numa óbvia alusão ao regime medievo-salazarista.
É triste hoje, quase quarenta anos volvidos sobre a queda das últimas ditaduras europeias de extrema-direita (em Portugal, na Espanha e na Grécia) ver, sobretudo em países de religião islâmica, movimentos, populaças ignaras, governos e poderosas organizações terroristas, lutar violentamente, não só com "unhas e dentes" mas também com sofisticadas armas modernas (a única coisa "moderna" que parece agradar-lhes) para não saírem da Idade Média.
Mas muito mais triste ainda é ver, nos países democráticos europeus e particularmente em Portugal, certos intelectuais "progressistas" e auto-proclamados "de esquerda", na sua maioria órfãos da defunta União Soviética e procurando outros "pais", apoiar esses governos, movimentos e organizações, e pretender mesmo, sob a capa de um pseudo-progressista "multiculturalismo", que a Europa democrática tolere no seu seio práticas medievais há séculos consideradas criminosas!
Não tarda muito veremos esses "multiculturalistas", ex-comunistas, ex-democratas, ex-progressistas, manifestar-se empunhando cartazes a dizer: "Queremos voltar à Idade Média!"!
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