A vinda do Papa a Fátima
Segundo a Agência Lusa, a Igreja Católica consideraria "muito bem-vinda" alguma "medida que facilitasse" a participação das populações na visita que Bento XVI fará a Portugal em Maio, nomeadamente a concessão de tolerância de ponto à função pública.
É fácil ver na pia intenção da CEP (Conferência Episcopal Portuguesa) a pressão sobre o Governo, objectivo revelado pelo porta-voz, padre Manuel Morujão, ao anunciar que o tema tem sido abordado nos contactos preparatórios.
Gozando o Vaticano do estatuto de Estado, o chefe vitalício da única teocracia europeia deve ser recebido com consideração e as honras devidas, mas não podem os dignitários do Estado português, em nome da laicidade e do escrúpulo republicano, ir além disso.
Se o Estado der ao Papa, que se desloca a Portugal em viagem prosélita, um tratamento que nenhum outro líder religioso usufruiu, quebra o princípio da laicidade e obriga-se, de futuro, a dar igual tratamento aos líderes das religiões concorrentes.
Se o Papa, receber tratamento especial, como chefe de Estado, não se vê como Portugal poderá negar, no futuro, um dia de tolerância de ponto quando os príncipes do Mónaco ou do Liechtenstein visitarem Portugal e, pelo menos quinze dias quando for visitado pelos presidentes dos EUA ou da China.
Esperemos que o ridículo não acabe por nos matar.
É fácil ver na pia intenção da CEP (Conferência Episcopal Portuguesa) a pressão sobre o Governo, objectivo revelado pelo porta-voz, padre Manuel Morujão, ao anunciar que o tema tem sido abordado nos contactos preparatórios.
Gozando o Vaticano do estatuto de Estado, o chefe vitalício da única teocracia europeia deve ser recebido com consideração e as honras devidas, mas não podem os dignitários do Estado português, em nome da laicidade e do escrúpulo republicano, ir além disso.
Se o Estado der ao Papa, que se desloca a Portugal em viagem prosélita, um tratamento que nenhum outro líder religioso usufruiu, quebra o princípio da laicidade e obriga-se, de futuro, a dar igual tratamento aos líderes das religiões concorrentes.
Se o Papa, receber tratamento especial, como chefe de Estado, não se vê como Portugal poderá negar, no futuro, um dia de tolerância de ponto quando os príncipes do Mónaco ou do Liechtenstein visitarem Portugal e, pelo menos quinze dias quando for visitado pelos presidentes dos EUA ou da China.
Esperemos que o ridículo não acabe por nos matar.
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