A superstição ao serviço da Igreja
Nunca percebi por que motivo a comunicação social, tão ávida em descobrir escândalos, não investiga os milagres que desacreditam o Vaticano e comprometem a sanidade dos crentes.
De Alexandrina Maria da Costa, também conhecida por Santinha de Balasar, beatificada em 25 de Abril de 2004, talvez para comemorar três décadas da Revolução de Abril, até Nuno Álvares Pereira que curou o olho esquerdo de D. Guilhermina de Jesus, queimado com óleo fervente de fritar peixe, após ter beijado a imagem do guerreiro, tem havido uma série de prodígios que mereciam a atenção da comunicação social.
No primeiro caso trata-se da devota que esteve mais de 13 anos sem comer nem beber, em anúria, alimentando-se apenas de hóstias consagradas – como anunciou o Papa João Paulo II –, maravilha bem maior do que a obrada por D. Nuno, de quem fizeram colírio para queimaduras do olho esquerdo com óleo de fritar peixe.
É fácil acusar de anticlericalismo quem se preocupa com as campanhas sistemáticas de embrutecimento das diversas Igrejas para fanatizarem populações e aumentarem os seus proventos. Vê-se como a Europa lida mal com o Islão, que prega o ódio nas mesquitas e madraças e alimenta a xenofobia recíproca que ressuscitou a extrema-direita nas eleições regionais francesas desta semana.
Pasmo como passa despercebida a notícia das preocupações do exorcista-chefe da Igreja Católica com os poderes do demónio que, segundo ele, Grabriele Amorth, «reside no Vaticano».
Não discuto o domicílio do Demo nem especulo sobre os bispos que lhe estão «ligados» mas desconfio de um deus que o deixa entrar no Vaticano, sem licença do Papa e dos exorcistas .
Uma pessoa sensata considera a pedofilia uma doença do foro psiquiátrico e é capaz de atribui-la às hormonas, mas nunca ao demónio como declarou o calejado exorcista, com 25 anos de experiência no ramo.
Quando um sacerdote refere a sua experiência em 1700 sessões de exorcismo e recorda que os possuídos chegavam a cuspir pedaços de vidro e «de metal do tamanho de um dedo, mas também pétalas de rosas», não é preciso ser ateu para ver no autor um caso psiquiátrico ou um burlão contumaz.
É contra o regresso à Idade Média, contra esta escalada obscurantista, contra a mentira e o medo com que o clero imbeciliza os crentes, que as pessoas sensatas devem defender a sanidade mental e desmascarar os impostores.
A Igreja não cai pela razão mas desaba pelo ridículo e pela sucessão de escândalos.
De Alexandrina Maria da Costa, também conhecida por Santinha de Balasar, beatificada em 25 de Abril de 2004, talvez para comemorar três décadas da Revolução de Abril, até Nuno Álvares Pereira que curou o olho esquerdo de D. Guilhermina de Jesus, queimado com óleo fervente de fritar peixe, após ter beijado a imagem do guerreiro, tem havido uma série de prodígios que mereciam a atenção da comunicação social.
No primeiro caso trata-se da devota que esteve mais de 13 anos sem comer nem beber, em anúria, alimentando-se apenas de hóstias consagradas – como anunciou o Papa João Paulo II –, maravilha bem maior do que a obrada por D. Nuno, de quem fizeram colírio para queimaduras do olho esquerdo com óleo de fritar peixe.
É fácil acusar de anticlericalismo quem se preocupa com as campanhas sistemáticas de embrutecimento das diversas Igrejas para fanatizarem populações e aumentarem os seus proventos. Vê-se como a Europa lida mal com o Islão, que prega o ódio nas mesquitas e madraças e alimenta a xenofobia recíproca que ressuscitou a extrema-direita nas eleições regionais francesas desta semana.
Pasmo como passa despercebida a notícia das preocupações do exorcista-chefe da Igreja Católica com os poderes do demónio que, segundo ele, Grabriele Amorth, «reside no Vaticano».
Não discuto o domicílio do Demo nem especulo sobre os bispos que lhe estão «ligados» mas desconfio de um deus que o deixa entrar no Vaticano, sem licença do Papa e dos exorcistas .
Uma pessoa sensata considera a pedofilia uma doença do foro psiquiátrico e é capaz de atribui-la às hormonas, mas nunca ao demónio como declarou o calejado exorcista, com 25 anos de experiência no ramo.
Quando um sacerdote refere a sua experiência em 1700 sessões de exorcismo e recorda que os possuídos chegavam a cuspir pedaços de vidro e «de metal do tamanho de um dedo, mas também pétalas de rosas», não é preciso ser ateu para ver no autor um caso psiquiátrico ou um burlão contumaz.
É contra o regresso à Idade Média, contra esta escalada obscurantista, contra a mentira e o medo com que o clero imbeciliza os crentes, que as pessoas sensatas devem defender a sanidade mental e desmascarar os impostores.
A Igreja não cai pela razão mas desaba pelo ridículo e pela sucessão de escândalos.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
Os três pastorinhos e tal...
Parece que a própria C. Social embarcou na crença destas histórias fantásticas, afinal, o jornalista, é também o crente que, depois de sair da redacção, vai acender velinhas, para dar graças a Deus pelo emprego sonhado.
Está "possuída" por incontroláveis escândalos de pedofilia e vive numa fanática obsessão por obscuros e mirabolantes “milagres”.