Yes We Can ! E. U. A. - França
Hoje é um dia em que regressa a esperança, a vitória dos sonhos da igualdade possível e da solidariedade indispensável.
A defesa de um sistema de saúde universal, foi a promessa que Obama se empenhou em cumprir. Perdeu popularidade na sua defesa e ganhou adversários de peso, mas mostrou a sua melhor faceta, a do homem coerente e solidário, sensível aos milhões de pobres que o grande país não consegue ou não quer evitar.
Esta é a maior reforma social desde a criação da Segurança Social (1935) e do Medicare (1965). O Congresso, dividido, acabou por votar a lei que favorece milhões de pobres. A decisão, lúcida e solidária, deve-se à coragem com que o presidente enfrentou os interesses das companhias de seguros e a raiva dos Republicanos.
Os defensores da situação que agora se altera nunca conseguiram explicar a razão de um sistema de saúde tão caro e ineficaz. Os economistas ultraliberais ficavam mudos com a interpelação a que eram sujeitos enquanto as companhias de seguros tudo faziam para manter a situação.
A vitória de Obama é a vitória da solidariedade sobre o egoísmo, da justiça social sobre o individualismo, do humanismo sobre a insensibilidade social. Um dia veremos de novo os EUA sem a pena de morte que envergonha o mundo civilizado.
A outra boa notícia vem de França: o colapso da União para um Movimento Popular (UMP) e a vitória inquestionável da esquerda, penalizada na Europa apesar da responsabilidade do liberalismo no descalabro financeiro que motivou os problemas económicos, sociais e políticos com que o mundo se debate.
Há razões para optimismo. Yes We Can !
Comentários
Se se trata de uma conquista memorável ou um suicídio político para ele e o seu partido, só o tempo o dirá.
Entretanto, os até agora rejeitados, mais de trinta milhões de cidadãos, vão finalmente poder aspirar à dignidade de terem acesso a um sistema de saúde, realidade essa que não pode passar "a latere" dos 'analistas' do quanto pior melhor...
Um abraço
Sou dos que penso que vale a pena perder eleições por uma boa causa.
Os outros podem invadir o Iraque mas não passam de biltres.
O Partido Republicano sofreu uma derrota no terreno social onde nada têm para oferecer aos americanos mas já anunciou a intenção de obstaculizar a aplicação da Reforma...
Na verdade, a histórica votação de ontem, não encerra a questão da Reforma da Saúde, que se arrasta há mais de 1 ano e dividiu os americanos.
As midterm elections (eleições intercalares) que se realizam no próximo Novembro serão a primeira avaliação, em grande escala, se a fractura política (entre republicanos e democratas) corresponde a uma ruptura popular.
Começará, agora, a politiquice dos lobbys das seguradoras e das corporações ligadas à saúde.
Portanto, a primmeira vitória nesta batalha não deve fazer baixar a guarda em relação ao futuro, já que é necessário ganhar a guerra, contra os interesses há longos anos instalados e enraizados na área da saúde.
Obama, na sua declaração de ontem, disse:
"Esta noite, depois de todos terem dito que não era possível, provámos que somos capazes de fazer grandes coisas e responder a grandes desafios. Respondemos à chamada da história e demonstrámos que o nosso governo funciona a favor de todos os americanos."
Esta convicção não vai impedir que alguns Estados da União estejam determinados a contestar a constitucionalidade desta importantíssima Reforma encabeçados pela Flórida, Virginia e Alabama, Estados governados por políticos republicanas...
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