Graça Moura – o último almocreve do cavaquismo
Cartoon de Zédalmeida |
Vasco Graça Moura, o último almocreve do cavaquismo, deu ontem uma entrevista de quatro páginas ao DN de que, infelizmente, só está online uma pequena referência.
O ilustre plumitivo que, durante a disputa da liderança do seu partido, apoiou Rangel, o mais trauliteiro, porque – segunda dizia –, faltava a Pedro Passos Coelho a experiência e competência dos outros dois, não lhe regateou agora elogios.
VGM é um intelectual sólido, escritor qualificado, excelente tradutor, medíocre político e execrável carroceiro. Num artigo do DN chamou ranhosos a todos os que apoiavam o Governo PS. Só é coerente na defesa dos líderes do PSD, sejam eles quais forem, e na defesa indefetível do Prof. Cavaco, de quem foi ajudante de ministro.
Não se negam a VGM qualidades e currículo para o cargo, o que agrava a decisão de banir o Acordo Ortográfico dos documentos do Centro Cultural de Belém. Confrontado com a posição incómoda em que deixou o Governo que o nomeou, disse não ser essa a sua intenção e manteve – o que é um direito –, a discordância com o novo AO, sem se penitenciar da prepotência de o proibir na instituição governamental que tutela.
Divertida, hilariante mesmo, foi a justificação que deu para a sua escolha como diretor do CCB, em substituição de António Mega Ferreira: «o Governo foi buscar alguém que lhe merecia confiança (…) na perspetiva de isenção e independência». Esta afirmação merece uma boa gargalhada, dita por quem não digeriu o Nobel de Saramago, por ser comunista, e se mantém defensor da pena de morte.
Apostila: A entrevista está escrita segundo o novo Acordo Ortográfico. Suprema ironia.
Apostila: A entrevista está escrita segundo o novo Acordo Ortográfico. Suprema ironia.
Comentários
É fácil concluir porque é que VGM é um dos caceteiros mais verrinosos do PSD... VGM tem que beijar a mão ao mecenas laranja: o seu verdadeiro ganha-pão são as nomeações partidárias para cargos bem pagos em posições em que ele não possa verdadeiramente fazer grandes estragos...
Gosto da forma como escreve e aprecio o almocreve pela verrina que destila.