Movimento Republicano 5 de Outubro
A República é a forma de regime cuja superioridade moral devemos reivindicar se, para além do conteúdo cívico, respeitarmos o pluralismo ideológico e o rotativismo político.
O caráter hereditário e vitalício da monarquia retira-lhe legitimidade e reduz os cidadãos à condição de súbditos. A monarquia acrescenta esses defeitos congénitos a todos os que possam coexistir numa República sem lhe acrescentar qualquer virtude mas não se aceita a república que substitua o sufrágio universal, secreto e livre, pelo centralismo democrático.
Há princípios sagrados do ideário republicano a que as preocupações sociais da Europa enriqueceram o conteúdo: o direito à educação pública, à saúde universal e à igualdade perante a lei, entre outros. Creio que os republicanos, todos os republicanos, se reveem na Declaração Universal dos Direitos do Homem e, hoje, seria intolerável não acolher os princípios do Estado de direito.
A igualdade de género, o respeito pelas minorias, a execração da pena de morte e a exigência da laicidade do Estado, são também, na minha opinião, direitos imprescritíveis do ideário republicano.
Os republicanos não precisam, aliás, de justificar o motivo por que o são, mas devem ser prudentes na forma como defendem os princípios e generosos perante o pluralismo dos que honestamente defendem a República, sem esquecerem a tolerância que devem aos adversários.
Estas considerações alinhavadas ao correr da pena são uma reflexão decorrente do êxito do Movimento Republicano 5 de Outubro (MR5O) que integra honrados republicanos de vários matizes e que, revendo-se nos princípios essenciais que nos unem, podem repudiar os entusiasmos mais marcadamente partidários ou agressivamente hostis para com as suas correntes de opinião.
Conhecendo-me e sabendo do entusiasmo com que defendo os meus pontos de vista, nem sempre consensuais, declaro antecipadamente que não quero excluir ninguém dos que honestamente se juntaram a esta causa e peço a todos que não afastemos, quantas vezes os melhores, se cada um se julgar, à semelhança dos crentes, portadores da verdade única.
Viva o MR5O. Viva a República.
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