Os alertas de Jorge Sampaio…



Hoje no Telejornal da RTP 1 Jorge Sampaio lançou um importante alerta sobre a situação político-partidária em Portugal. link

Partindo do acordo partidário tripartido (PS/PSD/CDS) que subscreveram o Memorando da Troika facto político que considerou um trunfo na questão da ajuda externa e, obviamente, na imagem do País perante os misteriosos e susceptíveis “mercados”, advertiu que a notória falta de diálogo e de concertação sobre decisões que envolvem medidas importantes (estruturantes) entre a coligação governamental e o PS pode conduzir a situações de ruptura.

Na verdade, esta mensagem do ex-presidente da República ao Governo é importante e torna-se pertinente nomeadamente depois da catadupa de arrasadores incidentes desta cataclísmica semana: críticas ao orçamento rectificativo link; protelamento dos cortes de subsídios link; cortes nos apoios sociais link; advertências do FMI sobre ausência de definição de uma estratégia de crescimento link; dados da OCDE sobre a quebra do PIB link; etc.

Este alerta foi, também, um recado (indirecto) sobre a situação interna do PS. Afastada, politicamente, a hipótese de um governo de salvação nacional (que congregasse os 3 partidos subscritores do Memorando de Entendimento) a situação interna do PS acaba por estar condicionada e dependente deste constrangimento. É cada vez mais difícil à actual direcção do PS gerir esta herança. Os recentes episódios sobre a nova lei laboral não devem ser interpretados como um acidente de percurso que envolve isoladamente a deputada Isabel Moreira e a direcção do grupo parlamentar. Questionam, no essencial, o tipo de oposição que o PS “pode” fazer, nas actuais circunstâncias. O consenso institucional sobre as condições da ajuda externa ameaça, de facto, ruir, como advertiu Jorge Sampaio. As repercussões políticas (e partidárias) de essa hipotética ruptura serão, neste momento, difíceis de determinar, mas sempre dramáticas.

De facto, a conjugação destas múltiplas circunstâncias das quais ressaltam – o comportamento autista do Governo de Passos Coelho e a larvar “crise” interna do PS – não anunciam nada de bom.

Finalmente, como sublinhou Jorge Sampaio, o ambiente político em Portugal, não é sadio. O que exacerba os problemas para todas as partes e, fundamentalmente, para os portugueses.

O aviso está lançado. Seria necessário que todos os intervenientes procedessem a uma necessária e desapaixonada reflexão.

Comentários

Eu,um simples operário emigrante na Holanda desde 1964 e já velho
(88anos)não entendo nada de Economia e muito menos de Finança
mas penso que toda esta Situação originada pela Crise que é «Obra» dos Banqueiros e Especuladores dos Mercados Financeiros,adoradores de Mercúrio,o Deus do Comercio e dos Ladrões cuja estátua está na Bôlsa de Valores,direi que a Dívida que estrangula Portugal e que pesa no Orçamento e no Erário Público mas que pesa principalmente na pequena e até na média Burguesia,(ejá não falo na Plebe que está reduzida à miséria),poderia ser aliviada se fôssem reduzidos os escandalosos
«salários» dos patrioteiros tanto
civis como militares que ganham mais do que o Presidente da Rèpública,o que acho ser um contra-senso.E o cidadão Jorge Sampaio, não se atreveu a focar êsse desnível,êsse desequilíbrio que
destrói o espírito colectivo e como tal a unidade nacional.

A Pátria-Mãe p'ra mim madrasta,
empurrou-me p'rà emigração,
e maldita seja a Governação,
que Portugal p'rà miséria arrasta.

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