Passos Coelho: discurso doméstico e petulâncias internacionais…
“Coelho e Cameron saúdam interesse comum na criação em emprego e crescimento económico…” link
Passos Coelho de visita a Londres aproveitou a ocasião para trocar impressões sobre a situação política, económica e financeira da UE e, ainda, sobre candentes temas internacionais.
A “saudação” expressa sobre emprego e crescimento económico, à primeira vista, colhe um consenso cada vez mais alargado sobre a evolução da crise europeia. Ou melhor, colheria esse consenso se acaso fosse genuína. Na verdade, cá dentro, Passos Coelho rejeita assumir qualquer compromisso sobre este assunto como ficou bem patente na votação na AR do “novo” Tratado Orçamental da União Europeia ou o “ferrete Merkel”.
O Governo chefiado por Passos Coelho, cá dentro, quando confrontado com a introdução uma adenda a esse “tratado” proposta pelo PS, sob a forma de um protocolo adicional, que visava acopular à disciplina orçamental uma “agenda” (um chavão tão do agrado da actual maioria governamental) com vista à promoção do emprego e do crescimento económico, rejeitou-a liminarmente, propondo em alternativa aquilo que chamou “a elaboração de uma resolução conjunta com a maioria parlamentar PSD/CDS-PP sobre política europeia”. Isto é, uma inofensiva declaração de intenções, vagas (de preferência), à laia de posfácio. link
Hoje, em Londres, para um observador distraído, Passos Coelho, parece empenhado em 'vender' a Cameron a “adenda PS” ao tratado Europeu (que Cameron se recusou a assinar). Na realidade, o projecto da actual coligação governamental nada tem a ver com o emprego e o crescimento mas, antes, com um vertiginoso, recessivo e irreversível empobrecimento.
Esta a gritante dualidade entre a prática (prédica?) paroquial e o discurso externo ("para inglês ver”).
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