Assunção Cristas, o sentido de Estado e a linguagem
A presidente do CDS, agremiação cujo desvio reacionário afastou o fundador, procura a permanência no cargo que aguarda Nuno Melo. Este é o mais genuíno herdeiro do rico património ideológico do tio, cónego Melo, cuja estátua de 7,5 metros domina Braga e a fidelidade a Salazar e ao MDLP resistiu à prova de bomba.
Assunção Cristas, acossada dentro do partido que espera o seu fracasso em Lisboa, onde até o PSD de Passos Coelho conseguirá derrotá-la, esbraceja para se manter à tona num clube condenado a ser a muleta de qualquer PSD.
Curioso é o carinho que a comunicação social lhe dispensa, não faltando a condenação ao primeiro-ministro a quem a senhora deputada, chama reiteradamente mentiroso, em plena Assembleia da República, por tê-la designado por “aquela senhora”, indelicadeza despercebida pela minha origem social e débil domínio do léxico urbano.
A excelsa senhora, que não vê na palavra “mentiroso” um insulto, também considerou a referência à sua virtuosa dignidade, num comício, “tom de linguagem menos próprio”.
Impróprio é liquidar o grupo económico GES/BES, num Conselho de Ministros virtual, a pedido de uma amiga pouco recomendável, por email, e sem conhecimento do dossiê. Impróprio foi pensar que a carreira académica e umas galochas conferem a competência necessária para sobraçar uma pasta onde a sua inépcia foi posta à prova.
O que urge perguntar aos portugueses, mesmo aos nostálgicos do Governo PSD/CDS, é se preferem Passos Coelho a António Costa, Cavaco a Marcelo, e Maria Luís a Mário Centeno.
Gostava se contar o número de eleitores assumidamente sadomasoquistas.
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