Mário Centeno, notável ministro e cidadão exemplar

Muitos conhecem o admirável currículo e invejável preparação de Mário Centeno, mas poucos sabem que o ora ministro das Finanças, quadro do BP, se sujeitou, antes de ser governante, a um concurso que o governador, Carlos Costa, procurou ocultar-lhe. Face ao esmagamento do concorrente desejado, o cargo permaneceu vago. Resta dizer que o mesmo Governador nomeou um filho de Durão Barroso, com o argumento de excelente currículo, para um lugar de topo, de concurso obrigatório. Ninguém se lembra.

Alguns ainda recordam o pedido do ministro Centeno ao clube de futebol, de que é sócio e onde tem camarote reservado, para assistir a um jogo, com o filho, na tribuna do presidente do clube, por razões de segurança. Certamente já esqueceram a campanha da oposição contra ele, e a sobranceria deste PR, a dizer que ficava, mas…, como se o PM ou os ministros dependessem do PR.

Agora, perante um lamentável erro de comunicação, que já critiquei, Marcelo revelou a irrefreável tentação de se imiscuir nas funções governamentais. Errou, mas não quis ser acusado dos riscos da crise que fomentou.
 
Urge recordar os recentes ataques a Mário Centeno do jornal oficioso da direita alemã, o Frankfurter Allgemeine Zeitung, alinhado com o seu Banco Central, quando o mandato de presidente do Eurogrupo está a terminar. Ninguém esclareceu os interesses em jogo e as ambições dos países que lutam contra o abrandamento da disciplina financeira na UE, e pela exoneração da solidariedade dos países ricos, independentemente do aumento número de mortes, um benefício para os sistemas de SS e equilíbrio de contas públicas.

Perante a hipocrisia e a cobardia reinantes, considerando legítimo o aproveitamento dos partidos da oposição, não posso deixar de lamentar a interferência do PR e de prestar ao melhor ministro das Finanças de sempre, o meu profundo apreço e gratidão.

Era cómodo e simpático não voltar a este assunto, mas obrigam-me imperativos cívicos.

Comentários

Lúcio Ferro disse…
Sabe Carlos, estou convicto de que os cães ladram e a caravana passa. Centeno tem créditos mais do que firmados e só sairá quando e se quiser. Claro que não há insubstituíveis mas o certo é que este ministro, pela competência que demonstrou ao longo dos anos, apesar das armadilhas rasteiras (ainda hoje ouvi que esse asco do Carlos Costa o considera um bom sucessor a ele próprio no BP, caramba, até eu seria um bom sucessor de Carlos Costa) vai ser muito necessário, sobretudo agora, quando se avizinham tempos tão difíceis.

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