Pensando no futuro dos que já nasceram

O facto de o PS, por razões conhecidas, não ter explicado que a crise financeira mundial de 2008, provocada pela falência do banco Lehman Brothers, foi a principal responsável dos problemas financeiros nacionais, impediu os portugueses de tomarem consciência do efeito perverso do princípio dos vasos comunicantes, conhecido por risco sistémico.

Admira, por isso, que a pandemia em curso, tão nefasta e de dimensões colossais, torne autistas os partidos políticos e as pessoas, sem reverem os seus paradigmas, enquanto a extrema-direita capitaliza o medo, a incerteza, a raiva e o ressentimento, com o discurso de ódio, que ganha adeptos e não encontra oposição.

Quando está em causa a sobrevivência, é desolador ver líderes que me tinha habituado a respeitar, a comportarem-se como se disputassem diariamente, entre si, um punhado de votos, que fogem de todos eles para quem promete segurança e quer silenciar-nos.

Parece que partidos e pessoas continuam indiferentes e irresponsáveis perante a maior e a mais arrasadora tragédia das nossas vidas num mundo de que desconhecem os limites e num país de que parecem não faz a menor ideia dos recursos de que pode dispor.

Quando é urgente garantir as necessidades básicas para todos, fingem viver num mundo paralelo onde a água, o oxigénio, o ozono, a constância climática e os alimentos jamais faltarão para qualquer habitante desse planeta imaginário.

Quando a utopia de uns e o egoísmo de todos se tornam dominantes, o aparecimento da vacina para o coronavírus deixa de ser determinante.

Vamos todos acabar mal.

Ponte Europa / Sorumbático

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