Polónia – A vitória dos pulhacos sobre os polacos
A reeleição do Presidente Andrzej Duda, na segunda e decisiva votação, foi o culminar de uma deriva antidemocrática e iliberal liderada, desde 2015, pelo partido Lei e Justiça (PiS).
A direita democrática foi derrotada em eleições muito concorridas onde os fantasmas do passado ressurgem na orgia nacionalista onde a autocracia foi, uma vez mais, sufragada.
A Polónia nasceu no território próximo do atual com a conversão ao cristianismo no fim do século X, mas a sua coesão nunca foi duradoura. Da ligação à Lituânia à divisão pelo Reino da Prússia, Império Russo e Áustria, a Polónia só recuperou a sua independência no final e na sequência da Primeira Guerra Mundial, 1918, com uma democracia onde coexistiram cristãos ortodoxos, protestantes, católicos romanos e judeus.
O nazismo foi popular e um dos mais horrorosos crimes do antissemitismo foi cometido por polacos, o horrendo e premeditado massacre de Jedwabne, onde a crueldade contra os judeus atingiu o paroxismo, uma barbaridade que as atuais autoridades escondem.
O preço pago na Segunda Grande Guerra, com o país invadido pela Alemanha e Rússia, saldou-se em milhões de mortos e o seu destino ficou ligado à URSS. A resistência ao comunismo foi protagonizada pela Igreja católica, que se radicalizou num catolicismo exaltado, nacionalista e sectário, de que os expoentes máximos foram os cardeais Stefan Wyszynski e Karol Wojtyła, este destinado a Papa e a santo, enquanto as outras religiões foram definhando.
A Polónia só tem um regime democrático desde finais de 1990. Tem, pois, um passado autoritário, e forjou a unidade nacional num catolicismo jurássico, incólume ao concílio Vaticano II. O partido Lei e Justiça (PiS) cuja reeleição presidencial do último domingo reforçou o autoritarismo, mantém o regime pluripartidário, mas os direitos humanos, a independência dos Tribunais e as características liberais dos regimes democráticos já se encontram gravemente feridas.
Ainda sob as regras democráticas, os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos vão-se dissolvendo enquanto o poder judicial é amordaçado e o afastamento da Europa se torna cada vez mais visível, com um partido de extrema-direita que se consolida no poder.
Esquecida a década de Trinta do século passado, os polacos já são minoritários face aos pulhacos da extrema-direita.
A direita democrática foi derrotada em eleições muito concorridas onde os fantasmas do passado ressurgem na orgia nacionalista onde a autocracia foi, uma vez mais, sufragada.
A Polónia nasceu no território próximo do atual com a conversão ao cristianismo no fim do século X, mas a sua coesão nunca foi duradoura. Da ligação à Lituânia à divisão pelo Reino da Prússia, Império Russo e Áustria, a Polónia só recuperou a sua independência no final e na sequência da Primeira Guerra Mundial, 1918, com uma democracia onde coexistiram cristãos ortodoxos, protestantes, católicos romanos e judeus.
O nazismo foi popular e um dos mais horrorosos crimes do antissemitismo foi cometido por polacos, o horrendo e premeditado massacre de Jedwabne, onde a crueldade contra os judeus atingiu o paroxismo, uma barbaridade que as atuais autoridades escondem.
O preço pago na Segunda Grande Guerra, com o país invadido pela Alemanha e Rússia, saldou-se em milhões de mortos e o seu destino ficou ligado à URSS. A resistência ao comunismo foi protagonizada pela Igreja católica, que se radicalizou num catolicismo exaltado, nacionalista e sectário, de que os expoentes máximos foram os cardeais Stefan Wyszynski e Karol Wojtyła, este destinado a Papa e a santo, enquanto as outras religiões foram definhando.
A Polónia só tem um regime democrático desde finais de 1990. Tem, pois, um passado autoritário, e forjou a unidade nacional num catolicismo jurássico, incólume ao concílio Vaticano II. O partido Lei e Justiça (PiS) cuja reeleição presidencial do último domingo reforçou o autoritarismo, mantém o regime pluripartidário, mas os direitos humanos, a independência dos Tribunais e as características liberais dos regimes democráticos já se encontram gravemente feridas.
Ainda sob as regras democráticas, os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos vão-se dissolvendo enquanto o poder judicial é amordaçado e o afastamento da Europa se torna cada vez mais visível, com um partido de extrema-direita que se consolida no poder.
Esquecida a década de Trinta do século passado, os polacos já são minoritários face aos pulhacos da extrema-direita.
Comentários
Se quisermos no entanto olhar para a derrota da Oposição pelo lado positivo, poderemos dizer que a vitória de Duda por apenas uma unha negra teria sido impensável há escassos meses. Essa Oposição terá que trabalhar para ter uma chance dentro de 3 anos aquando das legislativas.
O lado otimista é contrariado pelas limitações à liberdade de expressão, controlo dos Tribunais e outras medidas que pertencem ao domínio das ditaduras.
Mas também preferi que a vitória fosse magra a ter sido folgada.