A impertinência de um diretor-geral

Na sequência de um gravíssimo crime cometido por agentes de uma força policial, para os quais se espera a pena adequada e implacável dos tribunais, parece que os mais altos funcionários perderam o tino e a noção das suas competências.

Depois de uma reunião do PR com o diretor nacional da PSP, um direito que assiste ao PR, reunir com quem lhe aprouver, o referido funcionário teve a desfaçatez de dar uma entrevista à televisão a expor o que e como, no seu entendimento, deverá ser feito sobre uma eventual reestruturação daspolícias.

Não é crível que o PR, com assessores de imprensa e o Dr. Marques Mendes, não sendo seu hábito deixar de pronunciar-se sobre o que é e o que não é da sua competência, lhe permitisse falar em seu nome. Por outro lado, qualquer funcionário de nível médio sabe que as conversas com o ministro, PM ou PR não são para revelar pelo subordinado.

O que terá levado o diretor nacional da PSP a trocar a discrição que deve ao cargo pelos minutos de glória de aparecer na TV impecavelmente fardado e a tropeçar na ética e no respeito hierárquico?  

Neste lamentável caso de comportamento criminoso de agentes de uma força policial só Jerónimo de Sousa se destacou, entre os políticos, por fazer declarações sensatas e com sentido de Estado.

No caso do funcionário a quem está atribuído o comando da PSP, terá ensandecido ou desconhece o limite das suas atribuições?

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