Viva o 1.º de Dezembro! Viva a República!
Ontem, na morte de Eduardo Lourenço, não referenciei a data que, com o 5 de Outubro e o 25 de Abril, é uma relevante marca da História e da identidade portuguesas.
Podem os monárquicos reclamar a data do 1.º de Dezembro, com legitimidade igual às da chegada à Índia e ao Brasil ou à da batalha de Aljubarrota, mas essas, e outras datas, são património do país que somos. Pertencem a todos os portugueses, incluindo os que, por incultura ou má fé, eliminaram os feriados do 5 de Outubro e 1.º de Dezembro.
O 5 de outubro de 2013 foi o primeiro a que roubaram a dignidade de feriado, e feriram a memória dos heróis da Rotunda. Nesse ano decorreu o primeiro 1.º de Dezembro onde os conjurados de 1640 foram exonerados da evocação que merecem. O PR e o PM de turno queriam exonerar da memória coletiva os 40 conjurados de 1640 que restauraram a independência de Portugal.
A monarquia, habituada ao direito divino e ao sucessório, pela via nupcial e uterina, só viria a considerar feriado o 1.º de dezembro, na segunda metade do século XIX. Foi a República, numa das suas primeiras decisões, que o consagrou feriado Nacional, «como medida popular e patriótica».
O 1.º de Dezembro é património que os governantes de então, com a conivência do PR, quiseram vilipendiar, alheios à data que fez de Portugal um país e à História que serve de cimento à nossa identidade. Foram netos de Miguel de Vasconcelos, escondidos no armário da vergonha pelos deputados que viabilizaram o XXI Governo Constitucional. (2015-2019).
Esqueçamos os que atraiçoaram a data e saudemos os que a reabilitaram.
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