As eleições do EUA
Esgotados os truques do ditador desequilibrado e litigante de má fé, o colégio eleitoral dos EUA proclamou Joe Biden presidente.
Não há, na decisão tomada, surpresa ou regozijo, há apenas a
sensação de alívio, uma pausa na náusea e medo que a fragilidade democrática
nos reserva. A democracia liberal, a pior com exceção de todas as outras, é uma
porta que se escancara aos mais abjetos políticos, mais sinistros dirigentes e mais
perigosos ditadores. Trump corroeu os fundamentos da democracia, depois de
eleito democraticamente.
Hoje rebentou o furúnculo infetado que quase metade dos
eleitores americanos e muitos decisores quiseram manter contra a Constituição,
a decência e, apesar de tudo, a maioria dos eleitores, mas a confiança nas
democracias ficou abalada com o exemplo deplorável do último inquilino da Casa
Branca cujas tropelias deixaram minadas as instituições do mais poderoso país
do mundo, nomeadamente com a composição do Supremo Tribunal.
É salutar para cidadãos americanos a preocupação de Biden com
a Covid 19 e o desejo de regresso ao Obamacare, e, para o mundo, a decisão do
46.º PR de voltar a aderir ao Acordo de Paris sobre o clima e de reintegrar os
EUA na OMS. O restabelecimento dos acordos internacionais, violados
unilateralmente pelo ainda PR, especialmente o acordo nuclear com o Irão, será relevante
na reposição de alguma previsibilidade internacional da política americana.
Esperar de Biden, o que seria ainda mais importante, a revisão
das alianças e a alteração da política para o Médio Oriente, é um sonho
irrealizável, quer porque ele próprio não o deseje, quer porque a provável
minoria democrática no Senado e a obscena composição do Supremo Tribunal
Federal lhe tolheriam os passos.
Para já, fica a sensação de alívio do maior pesadelo que
pairava sobre as democracias, e a esperança de que os avanços fascistas na
Europa percam gás.
Já é alguma coisa!
Comentários
A clubite politica tende a esquecer estas minudências...
As democracias liberais de caris anglo saxónico criadas depois da última guerra mundial (no século XX só houve uma guerra), norteavam-se por princípios que estão hoje completamente desvirtuados, principalmente porque:
1. A concentração de capital gerou empresas grandes demais, isto é, que, quando vão à falência arrastam consigo a falência do próprio Estado. A força política que têm permitem-lhes não pagar impostos, embora sejam as que mas lucros têm.
2. Os média não têm só liberdade de informar, têm liberdade de influenciar a opinião publica, mentindo, ou distorcendo a verdade sem que lhes possa ser posto um travão. Um órgão de comunicação social que mente devia ser imediatamente fechado. Nada acontece aos jornalistas que assinam notícias que se vem a verificar mais tarde serem falsas. Deviam ficar imediatamente proibidos de exercer a profissão.
3. Os tribunais deixam que segredos de justiça sejam amplamente divulgados na comunicação social. Não protegem a presunção de inocência. Esta prática devia implicar imediatamente a classificação do regime como não democrata.
4. As regras das bolsas de valores favorecem as grandes empresas, que "compram para fechar", para manter suas posições dominantes.
5. Os financiamentos bolsistas (obrigações, títulos de dívida, etc) estão completamente controlados pelos banqueiros que detêm as principais empresas de rating, as quais classificam o emissor de dívida por critérios mafiosos.
O mensageiro Donald Trump enviou esta mensagem de uma forma brutal, mal criada, buçal.
Os democratas o que fizerem? Como a mensagem não lhes agradava, cruxificaram o mensageiro!