O PR e as visitas erráticas ao estrangeiro

Não se percebe o interesse, a urgência e as motivações das primeiras visitas do segundo mandato do PR a dois Estados monárquicos, um imposto pelo genocida Franco, e outro criado pelo ditador fascista Mussolini, nos Acordos de Latrão.

Sendo a política externa competência exclusiva do Governo, fica-se ainda mais perplexo com o tropismo irrefreável que o levou a uma monarquia em crise e à teocracia católica.

Sendo Portugal um país laico, o PR e os outros órgãos de soberania têm a obrigação de se comportar com absoluta neutralidade religiosa. Oficialmente não podem ser ateus ou crentes, céticos ou livres-pensadores, para poderem respeitar e defender todas as crenças e anti crenças.   

Pode o cidadão Marcelo Rebelo de Sousa, devorado pela fé, ansioso de se abastecer de um carregamento de indulgências, não resistir aos apelos da salvação da alma, mas não pode o PR, a expensas do Estado, sufragar eventuais pecados e aplainar os caminhos do Céu através do testemunho público da sua confissão particular, ferindo a dignidade da República laica e democrática de que é a máxima referência simbólica.

O PR não pode deixar-se levar pelo crente Marcelo sob pena de se genufletir perante um outro chefe de Estado e prestar-lhe vassalagem num ato que não dignifica a República laica e democrática a que tem a honra de presidir.

Em período de confinamento, não deu um passeio higiénico, fez um voo emocional ao encontro do CEO da multinacional da fé de que é exuberante praticante.

Errou.  

Comentários

Estevão disse…
… e esqueceu-se da máscara.
https://www.rtp.pt/noticias/politica/marcelo-visita-papa-em-roma-e-rei-em-madrid_v1304196

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