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A mostrar mensagens de maio, 2022

METEOROLOGIA

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Há muitos anos, nos EUA, uma pequena emissora de rádio, de uma obscura localidade, foi distinguida com o prémio de ‘a mais fiável do país’ nas previsões do ano em apreço. Independentemente da veracidade, a história foi largamente divulgada, não tanto pela qualidade das previsões, mas pelas razões do sucesso. Como se tratava de uma pequena emissora, sem recursos para comprar a informação de que carecia, limitou-se, durante vários anos, a anunciar para o dia seguinte as condições atmosféricas do próprio dia. E, num determinado ano, foi a vencedora involuntária da maior exatidão das previsões meteorológicas em todo o País. Lembrei-me hoje dessa emissora americana, fiável num tempo onde eram rudimentares os meios de previsão, porque desde há meses, com o frequente anúncio de chuva para o dia seguinte, aqui no meu computador, a chuva nunca chegou. Terei de substituir a consulta da meteorologia pela «Pedra da Previsão do Tempo».  

Um texto* que, quase 17 anos depois, voltaria a escrever.

«Secularização A emancipação do Estado face à religião iniciou-se em 1648, após a guerra dos 30 anos, com a Paz da Vestfália e ampliou-se com as leis de separação dos séc. XIX e XX, sendo paradigmática a lei de 1905, em França, que instituiu a laicidade do Estado. A libertação social e cultural do controle das instituições e símbolos religiosos foi um processo lento e traumático que se afirmou no séc. XIX e conferiu à modernidade ocidental a sua identidade. A secularização libertou a sociedade do clericalismo e fez emergir direitos, liberdades e garantias individuais que são apanágio da democracia. A autonomia do Estado garantiu a liberdade religiosa, a tolerância e a paz civil. Não há religiões eternas nem sociedades seculares perpétuas. As três religiões do livro, ou abraâmicas, facilmente se radicalizam. O proselitismo nasce na cabeça do clero e medra no coração dos crentes. Os devotos creem na origem divina dos livros sagrados e na verdade literal das páginas vertidas da

Reflexões à volta do PSD e da política portuguesa

Há 1 ano o partido fascista, agora com 12 ruidosos deputados, escolheu a data de 28 de maio para o início da reunião tribal do seu 3.º Congresso, que prolongou até ao dia 30, sem surpresa para quem conheceu os horrores da ditadura e sabe do que são capazes os seus herdeiros declarados. A data foi, aliás, vista como provocação. Surpreendente foi a escolha do mesmo dia pelo PSD para a eleição direta do seu líder, o que pode ser relevado pela iliteracia do partido que suprimiu do calendário os feriados de 1 de Dezembro e 5 de Outubro, dias identitários do país que somos e do regime que temos, onde só faltou o 25 de Abril. Não se esperava de Cavaco e Passos Coelho, um por rancor antidemocrático, ambos por iliteracia, algum discernimento, mas surpreendeu o silêncio coletivo do partido perante o despautério. Ontem, dia 28, foi escolhido novo líder do PSD. Foi um facto demasiado relevante para a política portuguesa e para o maior partido da oposição. Não merecia a obsessiva presença do

Efeméride – 28 de maio de 1926

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Há datas que tornam malditos os aniversários. O dia de hoje, há 96 anos, começou por ser um mero golpe de Estado e transformou-se numa longa ditadura.
  "Homens de Pouca Fé" O título desta crónica refere uma frase muito usada nas religiões cristãs, é atribuída a Jesus Cristo e repetida várias vezes no Novo Testamento (Mateus 6:30, 8;26, 14;31,  16;8  e Lucas 12;28). Também é referida nas conversas de religiosos em várias circunstâncias; e o f undamentalista, fascista e católico espanhol Escrivá de Balaguer, inventor da Opus Dei, usou-a para intimida r os crentes e criar uma elite social, económica e política.  Os ateus, enquanto gente sem fé na divindade, não pretendem promover, já, agora e aqui, o enterramento da crença em Deus. Ninguém tem essa intenção, até porque nem tal coisa é possível porque s ão bem profundas as raízes do divino na estrutura da nossa mente. A religiosidade é intrínseca ao ser humano, e foi essa  a razão que conduziu o noss o raciocínio  à criação de deuses.  O Homem só criou deuses porque sentiu necessidade deles... n ós só cria mos aquilo de que necessita mos. Se criamos divindades

As eleições diretas e o 40.º Congresso do PSD

Nunca umas eleições do líder de um partido tão relevante para o futuro coletivo do país e para a manutenção do regime democrático foram tão ignoradas pelos media, militantes e população em geral. As eleições diretas para o líder do PSD têm lugar no próximo dia 28 de maio, com raras referências na semana que as precede e com alheamento pela escolha do novo líder. Sabem os interessados na política que há dois candidatos, e que, por menos inspiradores que sejam, um deles protagonizará a oposição ao Governo e terá de evitar a sombra do inquilino de Belém, que ocupa indevidamente o espaço onde trai as funções para que foi eleito e a neutralidade que o cargo exige. São ainda menos os que sabem que nenhum dos candidatos é deputado o que dificulta a sua afirmação mediática e o escrutínio das qualidades. Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva são os que se perfilam para a substituição de Rui Rio enquanto Marcelo procura que Carlos Moedas cresça na Câmara de Lisboa para substituir o qu

A primeira multa de trânsito e a esquadra de Santa Marta (Crónica)

Em 1970, regressado da guerra colonial, retomei a docência na escola n.º 44, ao cimo da rua da Beneficência, para onde concorrera, por estar próxima da faculdade de Direito de Lisboa que, antes da guerra, tinha intenção de frequentar. O vencimento escasso, razão que me levou a abandonar a função pública, obrigou-me a dar aulas de manhã, a trabalhar como agente comercial, à tarde, e a esquecer o curso. Com o dinheiro poupado por quem esteve sempre em zona de guerra, onde a cantina do aquartelamento era o único sítio para o gastar, fora dos dois períodos de férias gozados entre Nampula e a paradisíaca Ilha de Moçambique, comprei o primeiro automóvel que, aliás, era indispensável nas funções comerciais. Não demorou a surgir primeira multa. Numa noite de sábado, às três horas da manhã, à saída de uma casa de fados do Bairro de Alfama, tinha no para-brisas do carro o aviso, por estacionamento em sítio proibido. Uns dias depois, persuadido por amigos de que a primeira multa era perdo

Homenagem a José Mário Branco

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Curiosidades

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  Quem inspira quem? Reunião terrena dos representantes do Paraíso - há 10m anos É preciso nascer duas vezes … Ninguém nasce duas vezes …

Texto de ONOFRE VARELA - Vice-presidente da AAP

  «Servir a Deus e ao Dinheiro » De vez em quando os bispos portugueses juntam-se ao coro de protestos do povo sofredor tentando alertar a classe política e o governo para os malefícios que produzem na sociedade.  Mas muitos desses discursos soam a falso,  não só  porque são beatos e inoperantes,  mas  também porque são proferidos em tempo de governo constituído por partidos de Esquerda.  Alguns desses discursos direccionam-se para interesses particulares do culto condena ndo  a lei do aborto voluntário, do casamento homossexual e da prática da eutanásia por quem a deseja. Não o fazem com a mesma veemência em tempo de governos da Direita, quando estes destroem a classe média, estrangulam os trabalhadores com elevadas taxas de desemprego e vendem património público a interesses privados.  Com tais atitudes o s bispos portugueses demonstram o que sempre demonstraram:  que  estão com o poder da Direita como sempre estiveram  n a ditadura de Salazar (as excepções contam-se pelos dedos de u

LIBERDADE

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Os filhos dos padres serão mais livres do que os pais.

Desenho de Onofre Varela

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20 de maio – efemérides

1498 – Vasco da Gama chegou à Índia, a Calecut, no fim de uma viagem que marcaria o início de uma nova era para o comércio e registaria um feito glorioso na História; 1911 – É eleita a Assembleia Nacional Constituinte da I República portuguesa, por sufrágio direto, um avanço democrático que colocou Portugal na vanguarda política da Europa e do Mundo; 1974 – Américo Tomás e Marcelo Caetano partem para o exílio no Brasil, num ato de grande generosidade dos capitães de Abril;

A câmara de Coimbra entrou no ramo dos veículos usados

O atual autarca de Coimbra, presença permanente nos jornais locais, iniciou o mandato com o pseudónimo partidário “Nós, Coimbra”, mas sob o emblema do PSD, de que foi militante, e contra o qual, rejeitado, tinha concorrido nas anteriores eleições autárquicas. Roma não pagava a traidores, mas o PSD atrai-os. Assim, o líder dos sócios que restam na agremiação “Nós, Coimbra”, começou o mandato de presidente da Câmara a mudar o nome da capela do Convento S. Francisco para capela D. Afonso Henriques, e a gritar contra o Governo PS na esperança de que o PSD pudesse ganhar as eleições legislativas. Por demagogia, o novo edil procedeu ao ruinoso negócio de vender em hasta pública, por 41.800 €, o Audi A 8, da anterior vereação, cujo custo tinha sido, em 2018, de 83 mil euros. Obteve metade do preço da compra e ficou sem a viatura que transportaria condignamente, além dos autarcas, personalidades nacionais e estrangeiras que visitam a Câmara de Coimbra. A notícia encheu duas colunas do DC

A loquacidade de Marcelo e a imprudência do PR

O Presidente da República anunciou que António Costa visitará vários países de Leste, considerando uma feliz coincidência que vá à Ucrânia quando ele, PR, estará em Timor. Sendo do mais elementar bom senso evitar a divulgação da data, por razões óbvias de segurança, não terá sido profunda irresponsabilidade o anúncio de uma decisão que não cabia ao PR?  Até quando os media continuarão a dar cobertura às imprudências do PR?

Leilão de imóvel

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A Assembleia da República e as leis da família

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O projeto de lei de um grupo de deputados do PS, que previa a capacidade de coadoção por casais ou unidos de facto, do mesmo sexo, foi aprovado pela AR em 17-05-2013, na generalidade, com 99 votos a favor, 94 contra e nove abstenções. Faz hoje 9 anos. A decisão foi um problema de consciência, mas não se percebia que um cidadão solteiro e homossexual pudesse adotar uma criança, e um casal de indivíduos do mesmo sexo o não pudesse fazer. Acresce que o facto de ninguém poder ser discriminado em função da sua orientação sexual, legitimava a decisão da AR. Esperei sempre a opinião dos psicólogos para a formação da minha própria opinião, mas não tinha dúvidas de que o afeto de que todos precisamos, em especial, as crianças, não depende da orientação sexual de quem o dedica. Já os oposicionistas pareciam mover-se por razões de natureza religiosa ou radicada num preconceito. Só me surpreendeu que o CDS, perdida a votação sobre uma matéria que dividiu o seu próprio partido ponderasse pedi

Conselho de Estado – Há 9 anos

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Com as substituições e trocas de cadeiras, ocorridas nos últimos 9 anos, o Conselho de Estado mantém-se com muitas caras conhecidas. Espera-se que a exibição pública da legítima fé particular dos mais altos dignitários do Estado não assemelhe o órgão de aconselhamento do PR numa espécie de reunião de leigos para aconselhamento da Conferência Episcopal Portuguesa.

A Europa, a União Europeia e a Nato

Perante as recentes e assolapadas paixões pela NATO, que atraíram velhos resmungões contra pactos militares, espero não ser anatematizado por lembrar que, ao contrário da União Europeia, que exige a democracia e o respeito pelos direitos humanos aos países membros, a Aliança Europeia teve nos seus fundadores o Portugal de Salazar e, agora, é integrada pela Turquia onde tem as mais numerosas Forças Armadas fora dos EUA. Quando os mais indefetíveis amigos me consideram suspeito, talvez por persistir numa posição que se tornou obsoleta e mal vista, volto a publicar o texto que deixei aqui no meu blogue Ponte Europa e no Facebook em 13 de maio de 2019: «A Europa e as ameaças externas A proposta de um plano de defesa europeu autónomo teve a ameaça dos EUA. Washington acusou Bruxelas de violar compromissos adquiridos através da NATO e adverte que põe em perigo décadas de colaboração militar. A carta, de 1 de maio, a que teve acesso EL PAÍS – segundo a edição de hoje –, “está cheia d

A FRASE – Expresso, em linha, 15-05-22, Rita Robalo Cordeiro

«O comentador [Marques Mendes] explicou que “esta lei [lei dos metadados] vai levar a arquivar inquéritos que vêm de trás” [sic] e, neste caso, haverá “dificilmente uma solução”. Não sei o que mais apreciar na homilia do conselheiro de Estado e alter ego de Marcelo, se a perspicácia de descobrir que os inquéritos vêm sempre de trás, ou a descoberta de que a solução de arquivar inquéritos terá “dificilmente solução”.

Confronto israelo-palestiniano

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Na quarta-feira foi morta a repórter Shireen Abu Akleh – segundo a Al Jazeera, atingida por um soldado israelita. No início do cortejo fúnebre da repórter da Al Jazeera, sexta-feira, a polícia israelita atacou vários palestinianos e lançou ainda granadas de atordoamento no local, segundo o jornal Haaretz e a agência Reuters.

Texto de ONOFRE VARELA

  Honestidade religiosa Enquanto ateu obrigo-me a conhecer o fenómeno religioso para me permitir criticar, concordar ou discordar, com aquilo, e daquilo, que à Religião pertence. Por isso so u leitor habitual de livros, notícias e artigos religiosos, científicos ou filosóficos que tratam do tema Religião (e também ouço missas… embora cada vez menos, porque me aborrecem cada vez mais). Nas edições de Domingo do jornal  Público , leio, atentamente, os textos que Frei Bento Domingues escreve em favor da Religião, da fé e da crença, os quais considero muito interessantes, notando neles muito mais o estudioso honesto e o Homem Ético que Bento Domingues é, do que,  somente , o religioso. E nunca neles detectei qualquer traço daquele fundamentalismo que, muitas vezes, contamina o discurso de outros religiosos. No seu artigo intitulado “Não invocar o nome de Deus em vão” (publicado há meia dúzia de anos: 20/11/2016), Bento Domingues diz que, apesar das intenções carregadas de humanidade do pap

Reflexões

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1 – A audiência do PR aos partidos da oposição, para uma mera sessão de má língua e coscuvilhice foi uma das muitas oportunidades que Marcelo usa para ser notícia, mas não deixa de ser um ato gratuito e inamistoso para com o Governo, podendo ser visto como uma tentativa intolerável de liderar a oposição. 2 – A capa do I é uma abjeção que revela o caráter persecutório ao ex-ministro Eduardo Cabrita, após o arquivamento judicial de um insólito processo em que, com objetivos partidários, foi acusado de “homicida por negligência”, por viajar, em serviço, no carro do Estado que atropelou mortalmente um trabalhador da autoestrada.

A liberdade e os seus limites

Há muitos anos que reflito sobre a liberdade e, há muitos mais, que me empenhei na sua defesa. São mais de seis décadas, com obstáculos no percurso, de uma obsessão que me acompanhará até ao fim. Hoje, depois de quarenta e oito anos de democracia liberal, ultrapassado o tempo que os esbirros da ditadura levaram a espiar, perseguir e ostracizar os democratas, e a acossar a liberdade, é o espírito censório que regressa por intermédio de quem se julga detentor da verdade e deixa quebrar o verniz de democrata. Engana-se quem pensa que a democracia é um regime benquisto, que a liberdade é uma conquista irreversível, que a censura está obsoleta, que à livre expressão de ideias basta a consagração constitucional. É uma perigosa ilusão. Quando vemos a opinião publica a constranger a liberdade e assistimos a uma aliança de forças contraditórias concertada na defesa das mesmas posições, sentimos o fascismo a regressar de mansinho. O unanimismo é o caminho para o pensamento único, a desculp

Texto de ONOFRE VARELA - Vice-presidente da Associação Ateísta Portuguesa

  LER E INTERPRETAR Para que a leitura de um texto seja compreendida, precisa de ser interpretada. Entre a leitura e a interpretação, existe a mesma diferença que há entre os actos de olhar e de ver. Quem olha, pode não ver o que está no objecto olhado se não tiver a consciência de ter visto. A leitura de um texto não pede mais do que juntar sílabas e formar palavras que passam pela nossa mente em imagens transmitidas pelos olhos e descodificadas pelo cérebro. A seguir a este simples e automático acto, há a tarefa de interpretar o texto lido, a qual não pertence aos olhos. A interpretação de um texto, ou de uma imagem, precisa de ferramentas fundamentais que o leitor, ou observador, terá de possuir previamente à leitura do texto ou da observação da imagem. O agente principal da leitura ou da observação (que é o leitor e o observador), só consegue interpretar o que acabou de ler ou de observar, se tiver a chave que lhe permita descodificar as palavras lidas ou as imagens observadas.  Co

Efeméride - 10-05-1994

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Há 28 anos tornou-se PR da África do Sul o maior vulto político do continente africano. Foi uma referência para África e para o Mundo. Apostila - Em 1987, o PM português, Aníbal Cavaco Silva, mandou votar contra uma resolução da ONU que exigia a libertação incondicional de Mandela, apenas ao lado dos EUA, de Reagan, e do Reino Unido, de Thatcher, numa votação que registou os 3 votos contra, 129 a favor e 23 abstenções.  Foi a pequenez do mordomo na raiva comum ao Homem.

União Europeia (UE) – O dia da Europa. Esta é a minha Europa

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Esta é a minha Europa, não como a queria, mas a que resta do sonho visionário, daquele projeto singular, nascido no rescaldo da última Guerra Mundial, após 60 ou 70 milhões de mortes e do maior desastre de origem humana de toda a História. O Dia da Europa, criado em 1985, celebra a proposta do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Robert Schuman, que, a 9 de maio de 1950, cinco anos depois do fim da II Guerra Mundial propôs a criação de uma Comunidade do Carvão e do Aço Europeia, precursora da União Europeia. Quem tem memória da ditadura e do atraso do Portugal salazarista não esquece o que deve à UE que hoje celebra o dia das Europa em ambiente lúgubre, bem diferente do que merecia, a estimular uma guerra nas suas fronteiras em vez de lutar pela paz. A convicção de que a UE é um espaço civilizacional de que nos devemos orgulhar, fator de paz e de progresso, oásis democrático onde a justiça social e a laicidade dos Estados devem ser aprofundadas, tornou-me um europeí