Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2022

Alunos do Liceu da Guarda em excursão cultural da Mocidade Portuguesa (MP) – Crónica

Imagem
Quando, neste mês de setembro de 2022, vi o programa da ida a Mangualde, em 28 de maio de 1958 (?), o ano está omisso, que o Alexandre Lourenço Marques conservou, com os nomes dos artistas de Teatro, Variedades e Serenata Monumental, todos então condiscípulos e amigos, provocou-me uma explosão de recordações e sentimentos. Estávamos a terminar o ano XXXII da Revolução Nacional, eufemismo que a ditadura dava ao golpe militar que nos condenou a 48 anos de fascismo. O liceu só tinha verba para uma semana de aquecimento onde as temperaturas negativas duravam meses, mas havia uns dinheiritos para os meninos da Mocidade viajarem em patriótica propaganda do regime. Assomam tantas e tão variadas memórias que é difícil dar coerência à narração e deixar escorreita a prosa sobre recordações tantas décadas escondidas. Se o dia 28 de maio foi infausto, em Mangualde, para dezenas de adolescentes, como o fora em 1926 para todo o País, de forma bem mais grave, já o dia anterior não tinha sido ausp

Deus, Pátria e Família – Reflexões avulsas

Imagem
Independentemente das causas, dos responsáveis e das explicações, não restam dúvidas sobre o empobrecimento mundial, especialmente o europeu, e o perigo que correm as democracias que ainda resistem. Sob o ponto de vista económico, assistimos à tempestade perfeita. Depois da pandemia e da guerra, a fome e o frio avizinham-se da UE, sem estar afastada a tragédia da guerra nuclear, e o abismo aguarda belicistas e pacifistas, ricos e pobres, velhos e crianças. O entusiasmo de Boris Johnson, afastado do Governo do R.U. por mau porte, e da Sr.ª Ursula Von der Leyen, na aplicação de sanções à Rússia e apoio à Ucrânia, teve o efeito perverso de arruinar a economia da UE. Por bem fazer, mal haver, o fervor de apoiantes está a arrefecer, mais empenhados no bem-estar próprio do que na solidariedade. Com a Rússia desfeita moral, política e financeiramente, a Ucrânia arruinada, e o resto da Europa a desintegrar-se, vive-se um quadro apocalíptico. As democracias fenecem e o neofascismo, que atingiu

Notícias e propaganda

O saudoso jornalista Oscar Mascarenhas, que me fez colaborar no prestigiado Jornal do Fundão onde, durante dois anos, publiquei crónicas ao lado de prestigiados escritores, foi um excelente amigo e, de algum modo, mestre. Recordo-o frequentemente quando, ao procurar notícias, sou fustigado pela propaganda. Dizia-me o então presidente da Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas: “Peço sempre que me deem duas versões das notícias, para poder escolher a minha.” Hoje já não há duas versões, difama-se quem ouse duvidar da única, e instiga-se o ódio a quem a conteste. Há muito que a versão única se sobrepõe à diversidade. A propaganda tomou conta da informação; o mediatismo de um cidadão sobrepõe-se ao mérito; os lugares destacados da política são fabricados por agências, e os adversários eliminados por difamação. Recordo a incontinência verbal e perturbação do regular funcionamento das instituições pelo próprio PR, as manifestações de simpatia e antipatia por membros do PSD cujo
Imagem
Marcelo, disse ontem, nos EUA que estava muito satisfeito, porque viu o bloco central a funcionar. Adiou a construção do aeroporto, impôs ao Governo, Montenegro, espécie de Passos Coelho da loja dos chineses, e obriga a gastar milhões de euros com a descoberta de Santarém para as opções de localização do novo aeroporto.  Outra notícia importante, além da visita a portugueses que estiveram 33 anos em síndrome de privação de um PR português, sendo o primeiro a visitá-los depois de Mário Soares, foi a manifestação da intenção de visitar o Havai, uma alegria para todos os contribuintes. Os jornais de hoje, após a vitória fascista, em Itália, fazem capa com uma referência discreta às eleições italianas, com exceção do DN, que ocupa a metade superior para a promoção de Moedas e a inferior com a vitória dos fascistas.  O Púbico usa 2/3 com fotos dos principais autarcas que substituíram os edis do PS, com Moedas em primeiro lugar; o JN distribui o espaço pelo aumento de desempregados no verã

Curiosidades

Imagem
  Caprichos de Maomé Caprichos da Natureza

Isabel Jonet – A ALMA MÁ DE SETSUAN

Isabel Jonet, presidente e fundadora do Banco Alimentar, disse, há dias, que os pobres têm uma “tendência natural para gastar o dinheiro malgasto” e propôs ensiná-los a não gastar de uma só vez os 150 euros atribuídos pelo Governo. Admirou-se quem ignorava que, há dez anos, já mostrara o seu espanto ao constatar que muitos pobrezinhos ousavam comer bife quando lhes faltava o básico. Há 80 anos, Bertolt Brecht contou-nos a história de três deuses que vieram à Terra à procura de uma alma boa e que encontraram na prostituta Chen Tê, que os acolheu, a alma que procuravam. Foi assim, graças ao encontro de uma única alma boa que os deuses desistiram de acabar com a porcaria cuja criação lhes atribuem. Com uma tabacaria, a prostituta conseguiu ser esmoler ao mesmo tempo que apareciam os oportunistas que dela se aproveitavam e a exploravam. Acabou por inventar a figura masculina de um alegado primo, Chui Ta, vestindo-se de homem, engrossando a voz e tornando-se má para se livrar dos para

BICENTENÁRIO DA CONSTITUIÇÃO DE 1822 – 23 de setembro 1822

Imagem
Há 200 anos, a Assembleia Constituinte aprovou a primeira Constituição Portuguesa saída da Revolução Liberal de 1820. D. João VI jurá-la-ia a 1 de outubro. Nesse dia, a memória de Gomes Freire de Andrade foi vingada, o garrote em frente ao Forte de S. Julião da Barra ficou como marco infamante do absolutismo monárquico e da origem divina do poder. Foi a consagração da vontade dos “Mártires da Liberdade”.

A GUERRA (3) – O suicídio russo

A confirmarem-se as sevícias antes da morte dos cadáveres da cidade de Izidium, que os ucranianos recuperaram na contraofensiva, a Rússia legitima a propaganda que a Nato e a UE fizeram para a demonizar. A Europa e o mundo não ficam mais perto da paz nem evitam, sobretudo a primeira, a tragédia económica que a aguarda, mas a Rússia terá dado um passo decisivo para se tornar um país pária e legitimar o apoio à Ucrânia. A própria aliança com a China, que coloca sempre a Rússia na situação de inferioridade, não pode resistir ao opróbrio de uma solidariedade que envergonha e compromete. Agora, com a investigação transparente das torturas, tornar-se-á fácil separar a verdade da propaganda e, naturalmente, são os ucranianos a atraírem a solidariedade com o seu sacrifício enquanto se despreza o martírio dos soldados e civis russos. Se se confirmarem os atos de horror, Putin pode tornar-se mais perigoso, a Europa mais exposta, a Ucrânia em risco de ainda maior sofrimento, mas a Rússia

O funeral da rainha Isabel II e Dom Marcelo, PR português

Após onze dias de defunção itinerante, os figurantes que a homenagearam regressaram a casa. Dois cães e um pónei reais, uma centena de chefes de Estado e jornalistas da RTP, regressaram, respetivamente, ao canil, à estrebaria, aos palácios e às casas de aluguer de adereços para devolverem as gravatas pretas. Foi um funeral com a presença de 2 mil convidados, mais do que uma boda excêntrica, centenas de milhares de súbditos nas ruas e muitos milhões de compungidos em frente das televisões, por todo o mundo, mimeticamente pesarosos pelo passamento da rainha. Foi pesada a pegada ecológica das altas personalidades que disputaram espaço aos gatos pingados da agência funerária real inglesa, ao nível da poluição visual e sonora com que se quis branquear a monarquia e o defunto império britânico. Na mórbida subserviência ao império, que sobrevive na cabeça da família real, lordes e fidalgos descendentes de piratas, o PR português descobriu uma dívida de gratidão pela independência de Por

Inquisição Portuguesa

Imagem
Portugal, à semelhança de Espanha, não teve os benefícios da Reforma e sofreu toda a violência da Contrarreforma.  No dia de hoje, em 1540, realizou-se em Lisboa, perante o gáudio da Corte, que esteve presente, o primeiro auto de fé da Inquisição em Portugal. Há lá espetáculo mais bonito e estimulante para a fé do que ver arder hereges?!

A morte da Rainha e Marcelo, comentador de longo curso

A morte da rainha de Inglaterra não me deixa indiferente porque sou bombardeado por todos os canais televisivos, de onde espero notícias e não massacres informativos. Aliás, a presença do PR português, que fica sempre bem nos funerais, justifica a dedicação dos media que o reverenciam. Foi pena que continuasse a aparecer tantas vezes ao dia. Aproveitou para censurar o PR francês, cujas funções na política externa são extensas enquanto as suas são mera exibição narcisista ou usurpação de funções do Governo, a quem cabe a ‘exclusiva’ condução da política externa. Querer um módico de contenção de Marcelo é condená-lo a ser o que não é. Teve oportunidade de dizer que o rei Carlos III está muito bem preparado para as funções, que sabemos decorativas. Voltando à morte da Rainha, sou dos que recordam que os nossos mais antigos aliados deram um notável impulso à República Portuguesa. O Ultimato inglês contra o Mapa Cor-de-Rosa impediu Portugal de ligar Angola a Moçambique, mas permitiu-nos

A GUERRA (2) – A União Europeia enredada em nacionalismos

Poucas notícias são tão alarmantes como os exercícios militares conjuntos da China e da Rússia, duas potências rivais que a Nato uniu contra a Europa e os EUA, ainda que não coincidam sobre a invasão da Ucrânia. A UE, ansiosa por alargar a sua influência a leste, na convicção de que seria herdeira do colapso soviético, não mediu as consequências da hipoteca ao espaço anglo-americano, e preferiu promover a expansão da Nato à sua coesão. Em vez de se tornar uma potência não hostil, garantindo a independência face aos EUA, tornou-se seu satélite, enquanto a aliança anglo-americana se reforçou. A Europa entrou na guerra, sem estratégia própria, sem prever os custos financeiros, sem gás, sem cereais e sem alternativas. O Reino Unido, cujo império é uma fachada mantida no fausto da monarquia, corroeu a coesão europeia e estimulou a UE, depois de a ter traído, a seguir a NATO. A belicosa sr.ª Ursula Von der Leyen, sem o carácter e coragem de Jacques Delors, reduz à míngua os europeus, e a
  EVOLUTIVAMENTE ESTAMOS NA FASE DO TOSCO... A “ideia de Deus” está em processo de depuração desde que foi criada pelo povo Sumério há cerca de 5000 anos, sendo depois exportada para o Egipto faraónico e para terras judaicas de Canaã. O processo desta depuração é longo e está longe de ser concluído… mas já evoluímos… estamos no processo do “deus único”! Um deus “single” inventado pelos homens do deserto (Hebreus) em substituição de uma colecção deles, porque o povo nómada que o criou não tinha sacola para transportar tantos deuses, nem pachorra, nem terreno, para erigir tantos templos, como tinham os seus vizinhos egípcios. No final deste nosso caminho (que faz a História do Pensamento e nos conduziu ao abandono de um panteão, apurando um único deus) dispensaremos, também, o deus Jeová (Alá) criado pelos Hebreus, reciclado por Jesus Cristo e adoptado por Maomé, que sobrou da purga que o passar do tempo, pelo evoluir do Pensamento, fez ao panteão que gregos, romanos e egípcios herdaram

Salman Rushdie – Religião e terrorismo. Quero notícias do escritor.

Imagem
Há inúmeros crentes, em êxtase de piedade e ansiosos do Paraíso, a imolarem-se em atentados terroristas ou a congeminarem a forma de erradicar infiéis, aspiração comum a todas os fanáticos, mais enérgica onde a doutrinação principia na infância e termina com o salto mortal para o colo de virgens ou companhia de anjos. O diálogo de civilizações é um desejo laico que tem servido a aliança conjuntural entre religiões contra o laicismo, a secularização e a liberdade, para erradicarem os inimigos comuns, primeiro, e aprontarem, depois, entre elas, o confronto final. Afigura-se profético o título do livro de Robert Hutchison: “O Mundo Secreto do Opus Dei – Preparando o confronto final entre o Mundo Cristão e o Radicalismo Islâmico”. (Ed. Prefácio, novembro de 2001) Nas sociedades laicas e liberais as religiões mais prosélitas iludem a vigilância policial. As tragédias em Nova Iorque, Madrid ou Paris acordaram as democracias e a vigilância policial, e as explicações dos muçulmanos, pera

CAPRICHOS

Imagem
Caprichos de Maomé Caprichos da Natureza  

Marcelo – um PR hipercinético

Depois de ter sido adereço útil num comício de Bolsonaro, no Brasil, a pretexto dos 200 anos da independência do Brasil e do empréstimo do coração de D. Pedro, passou por Portugal, rumo a Angola, para assistir à posse do PR cuja eleição está a ser contestada nos Tribunais.  Amanhã passa de novo por Portugal para dar posse aos secretários de Estado da Saúde, de onde parte para o Reino Unido a assistir ao funeral, não contestado, da defunta rainha Isabel II. Antes de ir passar uma semana, em viagem oficial, à Califórnia e Costa Leste dos EUA, reincide na vinda a Lisboa para sessão comemorativa na AR dos 200 anos da Constituição de 1822. É bom que o PR viaje para o estrangeiro, mas a velocidade a que as imagens chegam às televisões não deixam gozar o alívio de 1 só dia sem Marcelo.  E regressa!

A GUERRA

É preciso ser demasiado ingénuo ou excessivamente cínico para imaginar que o nível de vida dos europeus se manterá durante e depois da guerra que a Rússia trava com a Nato, na Ucrânia, agora com apoio explícito da UE e dificuldades crescentes da Rússia. Só o delírio de quem duvida das alterações climáticas e ignora as catástrofes que, ano após ano, aumentam a frequência, duração e intensidade, pode levar a acreditar que as economias europeias vão resistir aos aumentos brutais da energia e de bens essenciais de cuja importação dependem. A exaltação de quem pensou ter encontrado uma causa nobre, por que valia a pena lutar, impediu de prever que as sanções europeias à Rússia e as contrassanções desta à Europa destruiriam as economias de ambas e levariam o caos e o desespero aos seus países, e o colossal sacrifício de vidas aos ucranianos e russos. A inflação galopante, a subida dos juros e a escassez de bens essenciais são o ónus que, independentemente da bondade ou leveza das decisõe

13 de setembro de 2022

A vida continua, enquanto os jornalistas das televisões portuguesas, destacados como agentes funerários, vestidos de luto, percorrem o Reino Unido para animar os ecrãs com o funeral itinerante de uma morta de longa duração, que obrigou o filho primogénito a esperar 73 anos pelo primeiro emprego. Faz mais falta e teve pensamento próprio o cineasta mais criativo da “Nouvelle Vague”, Jean-Luc Godard, crítico de cinema (Cahiers du Cinéma) ator, escritor e ensaísta de mérito, falecido hoje. Foi um dos mais influentes realizadores cinematográficos do seu (nosso) tempo, legando uma nova estética com que desafiou as convenções tradicionais de Hollywood. Foi o talento e não a via uterina que fez dele uma referência para os amantes do cinema. Evocada a cultura, a pretexto do óbito do grande cineasta, urge recordar o aniversário de dois grandes escritores portugueses, nascidos em 13 de setembro: 1 – Nasceu Aquilino Ribeiro, há 137 anos, o mais fecundo escritor da primeira metade do século

11 de setembro – Trágicas efemérides

1891 – Morreu Antero de Quental. É dever recordar o escritor, prosador e poeta, grande vulto do movimento da Geração de 70 e o maior intelectual do séc. XIX, em Portugal. O seu pensamento é património e herança assumidos por muitos de nós. Na conferência do Casino sintetizou as «Causas da Decadência dos Povos Peninsulares», causas do atraso que ainda se mantêm. Reler Antero é uma viagem à memória e um regresso à pedagogia cívica que exerceu. 1942 – Vítima da ditadura fascista, depois de sete anos prisão e tortura no presídio do Tarrafal, morreu, com 40 anos, Bento Gonçalves, secretário-geral do PCP, juntando o nome ao de outras vítimas que o sinistro ditador de Santa Comba desterrava para o campo da morte, em Cabo Verde. 1973 – No Chile, um golpe de Estado derrubou o presidente democraticamente eleito, Salvador Allende, e deu início à sangrenta ditadura de Augusto Pinochet. Não mais pararam as execuções sumárias, o desaparecimento de adversários, a tortura e o medo. O ditador, cu
  Agir em Nome de Deus (1 ) P eg uei no livro “La fé explicada”, de Leo J. Trese (Patmos, Libros de Espiritualidad. Ediciones Rialp, Madrid, 2001. 20ª Edição) e fiquei preocupado com uma passagem do texto onde o autor dá conta d o seu pensamento religioso, o qual , no mínimo, dá para preocupar qualquer alma, mesmo que essa alminha seja ateia... ou principalmente se o for. Resulta evidente que tal p reocupação só é possível desde o momento em que o leitor se interrogue sobre o que leu… se não se interrogar a preocupação não existe . Depois de o autor nos afirmar que fomos criados por Deus, sem nos explicar nada sobre o processo criativo nem referir os materiais usados para conceber a obra que terminou nesta perfeita máquina pensante que somos todos nós, confronta-nos com esta inquietante pergunta: “Para que nos fez Deus?”. A resposta dá-a ele mesmo logo a seguir, antes que nos afoguemos na dúvida: Deus fez-nos “para mostrar a sua bondade. Dado que Deus é um ser infinitamente per

Brasil e Marcelo - O PR acertou no fim

O discurso do PR da República Portuguesa no Congresso brasileiro, de onde Bolsonaro esteve ausente, os ditadores não gostam de Parlamentos pluripartidários, foi uma peça de oratória que o honrou e dignificou Portugal e as comemorações dos duzentos anos da independência do Brasil. Não apreciar o comportamento exemplar do PR no Parlamento brasileiro seria tão grave como não execrar o de Marcelo na Tribuna de Honra, ao lado de Bolsonaro, durante o desfile militar-comício com apelos ao golpe de Estado e propaganda evangélica, uma ofensa à democracia, aos portugueses e aos democratas brasileiros.
  AGIR EM NOME DE DEUS (2) Pelo exposto no último artigo, podemos concluir que, sob o ponto de vista de Deus (a crer no padre católico norte-americano Leo J. Trese, autor do livro "La fé explicada"), ajudar o próximo sem intenção reconhecidamente divina, fazê-lo apenas pelo mais elementar sentido de fraternidade para ajudar o outro quando ele precisa... não tem ponta de interesse nem réstia de valor. Deus alhear-se-á destas práticas solidárias se elas não forem executadas, expressamente, em nome de Deus. Aquele que tem um comportamento cívico exemplar, bem pode ir às urtigas e deitar-se a afogar, porque não passa de uma autêntica nódoa se não tiver bem gravado na sua mente que só é exemplarmente cívico se as suas cívicas atitudes forem conscientemente tomadas em nome de Deus! “Atitudes cívicas” é o meu modo de entender “algo bem feito”; o autor não se refere à qualidade da atitude… ele apenas diz: “Fazer algo bem feito, é fazê-lo em nome de Deus”. Esse algo por si referido nã

A República Portuguesa na campanha de recandidatura de Bolsonaro

Imagem
Marcelo diz não se sentir desconfortável, mas Portugal tem razões para sentir vergonha. As pessoas a que serviu de moldura, como se vê na foto, e a propaganda fascista que o rodeou, podem tê-lo transportado à sua infância feliz, mas os portugueses recordam 48 anos de ditadura.

O neoliberalismo anda aí a contaminar partidos e a alvoroçar oportunistas

Da IL ao defunto CDS, do PSD ao interior do PS, das televisões aos jornais, surgem as vozes inconformadas com a solidariedade social, ansiosas das liberdades que permitem reduzir o Estado ao mínimo e desregular a iniciativa privada ao máximo. Não surpreendem os fascistas ou a IL. A IL defende o mais radical neoliberalismo, com uma taxa única do IRS para quem ganhe mil ou um milhão, a fazer corar de vergonha os que defendem um capitalismo de rosto humano. No CDS já tinham desaparecido os democrata-cristãos, restando os neoliberais, antes do óbito do partido. Agora, na defunção, aparece Nuno Melo a caminho do partido fascista se não conseguir a ressurreição do partido que afastou os fundadores. O que surpreende, ou talvez não, é o regresso mediático dos neoliberais do PS, desde Francisco Assis que, depois de se ter oferecido e sido recusado para presidente da AR, já elogiou Passos Coelho de modo a que o PSD deixe de o considerar ativo tóxico. Sérgio Sousa Pinto é um caso de oportun

Marcelo contou a história de D. Pedro a Bolsonaro em encontro de 20 minutos [MadreMedia / Lusa – 7 set 2022 06:10]

Imagem
“Eu aproveitei para contar a história de D. Pedro, a vida de D. Pedro. Isso foi um grande ponto de partida”, declarou aos jornalistas. Não explicou por que motivo o encontro se realizou com uma hora de atraso, se foi Bolsonaro que o fez esperar ou se chegou tarde. Ninguém duvida da ignorância crassa de Bolsonaro, da rudeza de maneiras e do défice de raciocínio, mas ignorar o que se aprende na escola primária de qualquer país, saber quem foi o seu primeiro soberano, seria muito estranho. O que pensaria Marcelo de quem viesse a Belém contar-lhe a história de D. Afonso Henriques? Ou de Bolsonaro se viesse explicar-lhe que o imperador D. Pedro, do Brasil, foi D. Pedro IV de Portugal? Participar nas cerimónias do bicentenário da independência justificava a presença do PR português no Brasil, mas seria prudente evitar que o anfitrião, mais empenhado na campanha eleitoral do que na História do seu país, o usasse para propaganda própria. Segundo a Lusa, Marcelo saiu da reunião no Palác

A FRASE – Sobre o apoio de 125 euros no mês de outubro

«Quando se atribui uma ajuda deste tipo, única, é importante fazer uma pedagogia e explicar às pessoas que não podem ir gastar estas verbas todas de uma só vez até porque isso pode ter um efeito que é contrário ao nível da inflação». (Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar contra a Fome, profissional da caridade)

É bem possível!

Imagem
  É bem possível!

Se Luís Montenegro tivesse ganhado as eleições legislativas!

Foi pena que, contrariamente ao desejo de Marcelo, fosse Rui Rio e não Paulo Rangel a ganhar a penúltima liderança do PSD. Assim, quem não pode caçar o PM com Rangel, resigna-se a caçar com Montenegro, até deixar crescer Moedas. Por ora, não falta ao líder do PSD o apoio do PR, quer para breves aulas na madraça do Algarve, quer para enviar Marques Mendes a animar as hostes, ou nas preocupações pungentes com os portugueses, com as empresas, a saúde, os ministros, os programas de cada ministério, os transportes, as vacinas a política externa e as decisões de UE. Se Montenegro tivesse ganhado as eleições legislativas e fosse primeiro-ministro, nunca a Rússia teria invadido a Ucrânia na guerra contra a Nato; os combustíveis nunca teriam aumentado de preço; a inflação teria sido contida, a mortalidade proibida e a natalidade estimulada; os incêndios não teriam deflagrado e os incendiários seriam presos antes de ateá-los; e, certamente, a chuva não se teria atrevido a fazer greve nem a t

A FRASE

 Qual é o problema de comprar um imóvel com dinheiro vivo? (Jair Bolsonaro, candidato à presidência do Brasil) Apostila - Comprou vários.

O regresso do nazi/fascismo

Imagem
Quatro décadas depois de derrubada a ditadura, os fascistas começaram a surgir de mansinho, perante a indiferença de quem julgava sólida e perene a democracia, para irromperem depois com a arrogância do tempo em que a Pide e a censura os protegiam. A entrada na AR do primeiro deputado fascista, com a multiplicação na legislatura seguinte, deu origem a uma explosão de xenofobia, ódio e intolerância com guarida nos media e a saída do armário dos que se sentiam inibidos com a vergonha. Há pasquins para quem a Constituição, a ética e a decência já não contam. O nazismo na sua apoteose surge a cores e em letras garrafais nas capas e nas páginas onde os esgotos correm a céu aberto. A capa do I que ora publico é a mais abjeta manifestação de apelo ao ódio e à irracionalidade que já apareceu na imprensa escrita em democracia. Com a repulsa que merece, deixo aqui a minha solidariedade ao PCP e os melhores votos de sucesso para a Festa do Avante, o maior evento cultural promovido por um partido

A demissão de Marta Temido e o SNS

Imagem
Estão de parabéns os bastonários da saúde, os hospitais privados, o PR que, segundo a RTP, já tinha puxado as orelhas ao Governo, como se tivesse legitimidade para tal ou a função lhe permitisse a reincidente perturbação do Governo, e os partidos da oposição, os únicos com legitimidade política no combate partidário. Feriram o Governo e derrubaram a talvez mais bem preparada ministra que tutelou o SNS. Muitos hão de sentir remorsos de terem embarcado no coro de críticas, mas será tarde. Quem, como eu, foi funcionário público efetivo, com vínculo definitivo, sem usufruir de qualquer apoio médico ou medicamentoso, e que hoje recebe do SNS um serviço de excelência, com inexcedível dedicação, desde os técnicos de análises, aos enfermeiros e médicos que o têm assistido, não pode deixar de execrar os bastonários da Saúde e os comentadores ideologicamente comprometidos na obstinação dos ataques e na procura de eventuais insuficiências do SNS para o derrubar e a quem o tutela. Seja quem fo