EVOLUTIVAMENTE ESTAMOS NA FASE DO TOSCO...
A “ideia de Deus” está em processo de depuração desde que foi criada pelo povo Sumério há cerca de 5000 anos, sendo depois exportada para o Egipto faraónico e para terras judaicas de Canaã. O processo desta depuração é longo e está longe de ser concluído… mas já evoluímos… estamos no processo do “deus único”! Um deus “single” inventado pelos homens do deserto (Hebreus) em substituição de uma colecção deles, porque o povo nómada que o criou não tinha sacola para transportar tantos deuses, nem pachorra, nem terreno, para erigir tantos templos, como tinham os seus vizinhos egípcios.
No final deste nosso caminho (que faz a História do Pensamento e nos conduziu ao abandono de um panteão, apurando um único deus) dispensaremos, também, o deus Jeová (Alá) criado pelos Hebreus, reciclado por Jesus Cristo e adoptado por Maomé, que sobrou da purga que o passar do tempo, pelo evoluir do Pensamento, fez ao panteão que gregos, romanos e egípcios herdaram da civilização mesopotâmica.
O sentimento da crença é um acto intelectual que está na linha da criação da Arte e do entendimento do belo. Só um ser inteligente reconhece o belo, produz Arte e cria deuses. Deus é uma criação intelectual… e nós só cremos porque sentimos necessidade de crer!…
Foi a nossa capacidade de raciocínio, a inteligência, a sensibilidade, o intelecto e o sentido estético, que nos levou à criação da Arte, ao entendimento do belo e à invenção de deuses.
E se esta faceta criativa que caracteriza o Ser Humano, faz de nós uns seres especiais, a verdade é que, quando em discordância com os nossos semelhantes, também somos capazes de adoptar comportamentos iguais aos de um qualquer animal predador, porque a nossa origem natural, enquanto animais, é a mesma!… Embora raciocinemos e adoremos o deus que criamos à nossa imagem e semelhança, deixamos, imensas vezes, a nossa sensibilidade tormentosa comandar-nos tomando conta da razão.
E por esse caminho, se bem virmos, até ficamos em patamares inferiores relativamente aos irracionais nossos companheiros de reino, porque enquanto que eles só guerreiam por alimento, por fêmea e pelo domínio do grupo, nós fazêmo-lo pelas mesmas três razões dos irracionais que consideramos inferiores, e ainda acrescentamos a lista, deixando-nos tomar por uma irracionalidade e uma cupidez com que cozinhamos más vizinhanças e inimizades… o que demonstra o pior da nossa condição animal.
Esta nossa faceta que nos leva a fazer guerras, parece incongruente com a capacidade que temos de raciocinar e de sermos inteligentes… mas a verdade é que somos assim… somos muito mal acabados!…
(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico)
Onofre Varela
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