11 de setembro – Trágicas efemérides

1891 – Morreu Antero de Quental. É dever recordar o escritor, prosador e poeta, grande vulto do movimento da Geração de 70 e o maior intelectual do séc. XIX, em Portugal.

O seu pensamento é património e herança assumidos por muitos de nós. Na conferência do Casino sintetizou as «Causas da Decadência dos Povos Peninsulares», causas do atraso que ainda se mantêm. Reler Antero é uma viagem à memória e um regresso à pedagogia cívica que exerceu.

1942 – Vítima da ditadura fascista, depois de sete anos prisão e tortura no presídio do Tarrafal, morreu, com 40 anos, Bento Gonçalves, secretário-geral do PCP, juntando o nome ao de outras vítimas que o sinistro ditador de Santa Comba desterrava para o campo da morte, em Cabo Verde.

1973 – No Chile, um golpe de Estado derrubou o presidente democraticamente eleito, Salvador Allende, e deu início à sangrenta ditadura de Augusto Pinochet. Não mais pararam as execuções sumárias, o desaparecimento de adversários, a tortura e o medo. O ditador, cujos sinais psicóticos eram evidentes, havia de morrer com atestado psiquiátrico, para fugir ao julgamento dos crimes contra a Humanidade.

O sinistro ditador, símbolo internacional da tirania e ícone grotesco do fascismo. faleceu aos 91 anos. Finou-se no dia 10 de dezembro de 2006, por ironia, no Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Foi um alívio para os chilenos e uma vergonha para a Humanidade que o deixou morrer sem julgamento.

2001 – O atentado contra as Torres Gémeas de Nova Iorque revelou o desvario do fascismo islâmico e a sua perversidade na morte dos que ali trabalhavam e na destruição de um símbolo da cidade mais tolerante e cosmopolita dos EUA.

Dessa monstruosidade, resta um arrepio de horror, a lembrança amarga que nos convoca para a defesa da liberdade e do pluralismo, contra o sectarismo de uma ideologia que os fanáticos tornam repulsiva.

A civilização é uma conquista que exige a luta quotidiana na sua defesa e a convivência com a diferença é uma exigência desta civilização que nos moldou. Evocar as vítimas desse dia, é apelar à vigilância cívica e à defesa da herança que o Iluminismo nos legou.

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