M. – O PR. E agora Presidente Vitalício da Casa de Bragança (PVCB)? PS – 77; PSD – 77; CDS – 2.
Em Belém, após 10 anos do salazarista ressentido veio um salazarista dissimulado. O País rendeu-se ao encanto do PVDC que não renunciou ao lugar onde regressará sem honra nem vergonha, nem título nobiliárquico.
O PVCB queria ser o Mário Soares da direita e acabou como o
Cavaco do PSD + Chega + IL sem que o do meio lhe agradeça. Só o Nuno Melo a
quem Montenegro resgatou da morte política, sem necessidade de aderir ao Chega,
lhe será provisoriamente grato.
Ontem ganhou tudo o que queria da forma que não previu na
maquiavélica conspiração contra a esquerda em geral e o PS em particular. Ganhou
a robusta maioria de direita, a AD à frente do Chega e os governos a dependerem
de si até ao fim do seu mandato. Dos três grandes vencedores, ele, Ministério
Público e Chega só o último lhe devia ser grato.
No entanto, a ingratidão do Chega, a desilusão da AD, que
teve menos percentagem de votos do que o PSD + CDS + PPM nas anteriores
eleições, e a perda do apoio de muitos comentadores, hão de provocar-lhe
dúvidas sobre o seu discernimento.
Os colegas comentadores já começaram a distanciar-se e ontem
até o alter ego Marques Mendes duvidou da longevidade do Governo que há de
empossar.
Continuará inimputável, mas com o PSD empatado em número de
deputados com o PS, situação que deve manter-se com o apuramento dos votos no
estrangeiro, acabará com o carisma de Cavaco.
No decurso da campanha eleitoral, que agendou quando quis, podia
e devia ter evitado interferir, mas não resistiu ao combate à esquerda, intervindo
no Expresso através da jornalista Ângela Silva e de, em atropelo boçal à
Constituição, influenciar às 20H00 do dia de reflexão a transferência de votos
da esquerda para o PSD, com divagações sobre política internacional, atitude a
exigir da CNE participação ao Ministério Público.
As eleições que levianamente quis pela segunda vez, da primeira,
sem dar ao Governo a hipótese de negociar o Orçamento com o PCP, BE e L e, da
segunda, sem permitir ao PS ser governo, depois de obrigar o PM a demitir-se, conluiado
com a PGR, são a glória de quem nunca conseguiu ser eleito para cargos
executivos, Câmara de Lisboa ou PM.
O PSD é hoje fruto da sua criação quando na Figueira da Foz
intrigou a favor de Cavaco contra João Salgueiro, impondo este ao PSD, e como
PM ao país, em vez do democrata, e mais tarde em casa de Ricardo Espírito Santo
para o levar a Belém e impedir que se candidatasse o democrata conservador e culto,
Freitas do Amaral.
O PSD conquistou ao Chega o Nuno Melo e, como ornamento, o Gonçalo
da Câmara Pereira sem lugar na AR, mas viu o seu espaço estreitar-se e três
deputados da anterior legislatura na bancada fascista onde ficaria bem o
truculento Paulo Rangel que o PVCB queria a liderar o PSD.
O PVCB viu-se livre de Rui Rio a quem não perdoou a independência
e o arejamento ideológico, mas ficou com Montenegro, Nuno Melo e Ventura da
incubadora de Cavaco e Passos Coelho.
Agora resta ao País sujeitar-se às traquinices do PVVB que já anunciou audição diária a cada um doa partidos para ser, durante oito dias, a vedeta do circo.
Comentários
Esse é outro problema para qyue falta coragem. Só o Papa teve a coragem de o abordar de oema lúcida- Palavra de ateu.