XXIV Governo
Depois de indigitado na calada da noite, Montenegro foi ontem de dia apresentar ao PR a lista dos ministros que, em conversa em família, aceitou, a única coisa que podia fazer.
O primeiro ato posterior, eleição do presidente da AR,
correu mal. Miranda Sarmento negociou o apoio do Chega e Ventura, após desmentido
de Paulo Rangel, Nuno Melo e Hugo Soares, iniciou o espetáculo de circo na AR
para acabar com a eleição do vice-presidente da AR, Pacheco Amorim, com
cadastro no MDLP, MIRN e CDS de Manuel Monteiro, graças aos votos do PSD e CDS.
Desconhecendo a competência de cada ministro nas áreas da
sua tutela, só comento o que sei de alguns:
PM – Luís Montenegro: espero que tenha obtido de Marcelo a
garantia de não o levar à demissão através de comunicado da PGR onde anuncie investigações
à casa de Espinho.
MNE – Paulo Rangel: Vai ser difícil, depois de 8 anos lá
fora a dizer mal do Governo, regressar para ir lá dizer bem.
Defesa – Nuno Melo: É de temer que, com o exemplo de Portas,
compre 4 submarinos, agora que os fundos europeus são pingues e, tal como ele,
que quis mandar tropas para o Iraque, queira mandá-las para outra invasão.
Justiça – Rita Júdice: não sendo previsível que seja uma
homenagem ao pai, ex-membro do MDLP, que quis tratar da saúde à democracia, surpreende
que seja uma sócia de uma poderosa sociedade de advogados a tutelar a pasta da Justiça.
Saúde – Ana Paula Martins, ex-presidente da Comissão
Administrativa do Hospital de Santa Maria, que recusou na AR identificar nos
seus serviços o interlocutor da Presidência da República na consulta das
gémeas, e atirando suspeitas sobre o secretário de Estado, Lacerda Sales, viu o
silêncio e a insinuação recompensados.
Apostila – Foi confrangedor ver Ventura a dizer mal de um
governo com Nuno Melo e Paulo Rangel, sobretudo depois de os deputados que o
sustentam terem votado Diogo Pacheco de Amorim para vice-presidente da AR. Ingrato!
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