Major general Monteiro Valente, herói do 25 de Abril - Para memória futura

Fica aqui a biografia de um dos heróis de Abril a quem, no cinquentenário da gloriosa data, será prestad homenagem pelas Câmaras da Guarda e de Almeida:

Carlos Barroco ERevista Praça Velha = https://www.aofa.pt/artigos/Carlos_Barroco_Revista_Praca_Velha.pdf

 

Major-general Augusto José Monteiro Valente – Militar, Republicano, Patriota e

Herói de Abril

O percurso pessoal e a carreira deste brilhante militar e íntegro cidadão, Augusto José

Monteiro Valente, estiveram, por acaso do destino, ligados à cidade da Guarda e ao seu

distrito.

Os pais eram naturais da Miuzela do Côa, freguesia do concelho de Almeida, no distrito

da Guarda. O ingresso do pai na GNR levou o casal a peregrinar pelo país, como então

soía acontecer aos funcionários do Estado. Eis a razão por que o filho, Augusto Valente,

viria a nascer em Coimbra, em 16 de abril de 1944, mas voltaria à Miuzela do Côa para

casar com Maria Alice Pinto Freire Beirão, uma professora daí natural, descendente de

famílias com pergaminhos e sólida respeitabilidade, que aos apelidos próprios juntou o

dele. As duas filhas são fruto desse casamento que teve de ser adiado para que o oficial

não faltasse ao encontro da Revolução com que se comprometera, depois de cumpridas

duas comissões por imposição na Guerra Colonial, a primeira como alferes, em Angola

(1967) e a segunda, como capitão e comandante de uma Companhia de Caçadores

Independente, na Guiné (1970-1972).

Foi no cemitério da Miuzela do Côa que as cinzas do major-general ficaram, num vaso

funerário que a população da aldeia acompanhou na presença de numerosos amigos e

personalidades que, de longe, ali vieram. Lá estavam, misturados com a multidão, a

acompanhar a inconformada viúva, as filhas, os irmãos e os cunhados, Marques Júnior,

os edis da Guarda e de Almeida e os membros da direção da Delegação Centro da

Associação 25 de Abril de que era ele o presidente. Eram muitos os amigos mas, se os

pudesse ver, sentir-se-ia surpreendido e honrado com os «seus soldados» sobreviventes

da Guiné e os da Associação de Deficientes das Forças Armadas, que ali se misturaram

com representantes dos partidos políticos, de associações sindicais e gente anónima,

escondendo as lágrimas, na derradeira homenagem.

Foi aí que findou a viagem começada às 8H00 da manhã, de Coimbra para a Figueira da

Foz, onde lhe foram prestadas honras militares antes da cremação que desejou, perante

numerosos amigos e militares de abril, incluindo Vasco Lourenço, presidente da

Associação 25 de Abril, associação de que Monteiro Valente foi sócio fundador e dos

mais empenhados. Lá estavam o primeiro oficial ranger português, Delgado da Fonseca,

que foi seu instrutor e o Vieira Monteiro, dois coronéis que tinham sido seus superiores,

como se diz na linguagem militar, e que o consideravam o militar mais distinto dos que

comandaram. Não lhe faltaram os camaradas de curso na despedida. Todos, militares e

civis, levavam um cravo vermelho na mão, como pedira; ele levou consigo um fato civil

porque, orgulhando-se da farda que honrou, quis vincar o carácter civilista que o

distinguia.

Os cravos vermelhos, o ramo de acácia e a bandeira nacional foram os símbolos que

escolheu para marcar a cultura democrática, republicana e laica do cidadão tolerante

que, na morte, quis dar testemunho dos princípios filosóficos que o nortearam em vida.

Era mestre-maçon do Grande Oriente Lusitano (GOL), um livre-pensador que defendia

a laicidade como vacina contra os desvarios extremistas que varrem os monoteísmos.

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A fúnebre viagem que o levou do tanatório da Figueira da Foz à Miuzela do Côa foi a

pungente metáfora do percurso de Eros a Tanatos. Voltou à terra dos pais e da viúva,

quase sempre por autoestrada, passando ao lado da Guarda, donde saiu um dia, para

entrar na História, em direção a Vilar Formoso. Voltou. E lá ficou feito cinza. Setembro

era mês e cinco o dia, no ano 2012 da era vulgar.

Foi aos 68 anos, ao fim da tarde do dia 3 de setembro, enquanto o país ardia, que o

general Monteiro Valente decidiu deixar-nos. Partiu um capitão de Abril, um militar

que amou a Pátria e honrou a farda, um cidadão que arriscou a vida para que Portugal se

tornasse uma democracia.

Fez na Guiné uma comissão onde o PAIGC já dominava o terreno e tinha superioridade

militar. Partiu sem três dos quatro alferes, que desertaram antes do embarque. O último

desertou depois. Aguentou, com os furriéis e os soldados, o isolamento quebrado pelos

reabastecimentos lançados a grande altura de aviões que evitavam a artilharia inimiga.

Os mantimentos e munições nem sempre acertavam no alvo, que era o aquartelamento.

Portou-se com bravura e percebeu aí que aquela guerra injusta já não tinha saída militar.

Ganhou a consciência política, com mortos para chorar, feridos para evacuar e vivos

para confortar. E nunca mais sarou essa dor, essa fratura exposta a sangrar por dentro.

Foi dos mais brilhantes militares portugueses e dos mais empenhados no 25 de Abril. O

regime, receoso dos capitães que já tinham ultrapassado a reivindicação corporativa e

aderido à tarefa patriótica de derrubar o Governo, transferiu-os de unidade na esperança

de desarticular a rede conspirativa, na sequência do fracassado golpe de 16 de março. O

capitão Augusto José Monteiro Valente recebeu guia de marcha de Lamego para a

Guarda.

Na tarde do dia 24 de abril, o capitão Aprígio Ramalho saíra de Viseu com o aspirante

António Saraiva, natural da Guarda, para transmitir aí, ao único oficial do MFA no RI

12, o plano de operações que lhe fora destinado. Houve dificuldades no encontro e já a

tarde se extinguira quando se reuniu com Monteiro Valente.

A hora tardia e o escasso tempo que levava na unidade não o impediram de cumprir – e

bem – a perigosa tarefa. Prendeu o seu comandante, necessitando de dar um tiro para o

chão, para o convencer de que o ato não era a ousadia de um homem só mas a do MFA,

que decidira libertar Portugal da mais longa ditadura da Europa. Sublevou sozinho o

Regimento de Infantaria da Guarda (RI 12), deixando o comandante preso, à ordem do

capitão Pina, e marchou para Vilar Formoso a desarmar a Pide e a controlar a fronteira à

ordem do Movimento das Forças Armadas. Do outro lado, a polícia espanhola, nervosa,

acoitava alguns pides foragidos e receava um derradeiro desvario do genocida Francisco

Franco a quem agradaria fazer abortar a Revolução portuguesa. Em breve, a democracia

seria exportada para o lado de lá. Foi o capitão Monteiro Valente quem levou mais perto

de Espanha o fermento da democracia. Até à raia.

Fez parte do punhado de heróis que restituíram a Portugal a dignidade e aos portugueses

a liberdade. Levou a Revolução de abril, até onde uma ditadura caía e a outra começou a

vacilar. A fronteira da liberdade passou por ali, à guarda de um capitão que assinou

autorizações de regresso, em bocados de papel, a quem tinha ido fazer compras a

Fuentes de Oñoro, com autorização da Pide para sair e a precisar da sua para entrar. À

mulher que, em tom autoritário, reclamava o direito ao regresso, invocando ser a esposa

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do presidente da Câmara de Almeida, respondeu-lhe um militar que era melhor ocultar

essa qualidade. E lá entrou, acompanhada de outras professoras, com os nomes de todas

escritos num único pedaço de papel pardo, assinado pelo capitão, que escreveu:

«Autorizo a entrada».

De todas as funções militares que desempenhou foi o comando do Centro de Instrução

de Operações Especiais (Rangers), em Lamego, a que mais o marcou e maior honra lhe

deu. Foi dessa unidade que quis, na morte, as honras que lhe eram devidas, mantendo o

respeito pela tradição militar que honrou e a cujos valores mais nobres se manteve fiel.

Depois da epopeia do 25 de Abril, nunca mais abandonou a trincheira dos que acima da

vida puseram a defesa da democracia.

Augusto Monteiro Valente aliou a intervenção cívica ao permanente aperfeiçoamento

cultural e ao rigoroso cumprimento das suas funções profissionais. Licenciou-se em

História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e graduou-se em Estudos

Europeus pela Faculdade de Direito da mesma Universidade. Foi o primeiro oficialgeneral a comandar a Brigada Territorial n.º 5, em Coimbra, e findou a carreira militar

como 2.º Comandante-Geral da GNR, em 2003, porque diversos ministros de um novo

Governo, sobretudo o da Defesa, Paulo Portas, sempre viram nos heróis de Abril os

implicados numa sublevação.

Converteu-se investigador associado do Centro 25 de Abril e do Centro de Estudos

Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra. Foi um excelso militar e

um ilustre académico.

Era o presidente da Delegação Centro da Associação 25 de Abril onde, durante quatro

anos tive a honra de ser seu vice-presidente e de apreciar a dimensão ética, a capacidade

de trabalho e a qualidade intelectual do amigo de quase quarenta anos.

Rejeitava sempre o título de herói com o mesmo desprendimento com que recusou uma

promoção por mérito que o Conselho da Arma lhe propôs pela reconhecida competência

militar.

Honrou a divisa da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Deu o

exemplo e foi militante da trilogia que permanece como matriz do regime republicano e

lema democrático. Defendia a laicidade como imperativo de um Estado moderno e a

Igualdade como base da justiça social. Fez tudo o que pôde e o que devia. Foi para os

membros do Movimento Republicano 5 de Outubro (MR5O), em Coimbra, um exemplo

e o motor de um projeto de pedagogia cívica que todos temos a obrigação de prosseguir.

Mereceu, pois, a homenagem pública que lhe foi prestada junto ao monumento ao 25 de

Abril, evocado perante numerosas pessoas de Coimbra e muitas outras, vindas de longe.

Foi em 5 de Outubro, o dia em que o Governo de turno queria que fosse pela última vez

feriado.

Monteiro Valente era homem de uma integridade à prova de bala, com elevado sentido

da honra e do cumprimento do dever, um cidadão exemplar e um democrata.

O seu discurso de tomada de posse como comandante da Brigada de Coimbra foi uma

lufada de ar fresco que percorreu a GNR. Alguns oficiais contorciam-se na tribuna e

olhavam de soslaio à espera de verem a reprovação das palavras do seu comandante que

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preferiu advertir os militares em parada de que mais importante do que a ordem, que

lhes cabia manter, era o respeito pela Constituição e a defesa, que ela consagrava, dos

direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. Primaram pela ausência as autoridades

locais mas, talvez pela primeira vez, em Coimbra, no comando da GNR, sob as estrelas

de um oficial general, brilhou o cidadão civilista que substituiu a cultura de caserna pela

da cidadania.

Teve, como poucos, a noção de que a democracia só é completa em regime republicano,

onde há cidadãos e não vassalos, onde se exoneram os poderes hereditários e vitalícios,

onde ao alegado direito divino se sobrepõe a legitimidade do sufrágio popular. Por isso

se insurgiu com tanta veemência contra a traição de quem rasgou do calendário o

feriado comemorativo do 5 de Outubro, a data que mudou Portugal e foi a pedra basilar

da democracia, ofendendo a história, a cidadania e os heróis da Rotunda, vilania que

nem a ditadura ousou.

Partiu destroçado com o rumo dos acontecimentos políticos, de mal com o estado a que

o País chegou, revoltado com a deriva ultraliberal, que o amargurava, receoso do futuro

da liberdade que ajudou a conquistar e dos direitos dos trabalhadores que via postergar.

Portugal e a democracia ficaram mais pobres e a família e os amigos destroçados.

Mas o seu exemplo, os seus valores e a sua generosidade ficarão como símbolos. Ele foi

o melhor de nós e aquele que a História há de recordar. Quis apenas um ramo de acácia

e três cravos vermelhos sobre o caixão, antes de ser cinza, mas nos nossos corações hão

de florir sempre os cravos que ele plantou e a República que sonhou.

Membro proeminente da Comissão Cívica de Coimbra para as Comemorações do

Centenário da República e, depois, do Movimento Republicano 5 de Outubro (MR5O),

que lhe sucedeu, foi um entusiasta na defesa do feriado que celebra a data fundadora do

regime em que vivemos e era determinado a lutar pela sua reposição.

Monteiro Valente foi um apóstolo da democracia e um exemplo da ética republicana.

Escreveu numerosos artigos de intervenção e desdobrou-se em conferências, colóquios,

mesas-redondas e tertúlias. Muitas centenas de alunos do ensino secundário o ouviram

defender a democracia, a república e o 25 de Abril sem suspeitarem que estavam na

presença de um herói que participou na mais bela de todas as madrugadas, sem mostrar

que esteve na preparação do maior feito da História de Portugal, sentindo que persistia

no desempenho de um dever, o dever que o levou, sem vacilar, a abraçar a Revolução

com o entusiasmo de um jovem e a determinação de um patriota. E por lá semeou os

princípios republicanos do amor à Pátria, à liberdade e à democracia sempre que as

escolas o convidaram. E foram muitas as escolas e as que reincidiram.

A Grã-Cruz da Ordem da Liberdade com que foi agraciado, em 1986, pela participação

no Movimento das Forças Armadas e na Revolução de 25 de Abril de 1974, sendo uma

altíssima condecoração que extravasava a condição militar, foi a justa homenagem a um

herói. Não a ganhou na secretaria, mereceu-a com o risco da vida e a determinação com

que cumpriu a missão de libertar Portugal, depois dos perigos conspirativos que correu.

A carreira militar, as medalhas, condecorações e numerosas publicação sobre história

militar, geopolítica e geoestratégica constam da Biografia referida no final deste artigo.

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É justo referir, para além da coautoria de vários livros publicados e de outros que verão

o prelo a título póstumo, que foi conferencista e dinamizador de ciclos de conferências

em que, além das próprias, foi o responsável pelos convites aceites pelo seu prestígio. O

editor e livreiro Adelino Castro, em Coimbra, homenageou-o batizando com o seu nome

o espaço da livraria «Lápis da Memória», por onde têm passado e continuarão a passar

destacados escritores, artistas e grandes vultos da cultura e da cidadania.

Monteiro Valente foi o investigador que retirou do anonimato e resgatou a memória do

general Adalberto Gastão de Sousa Dias, general demitido na sequência da revolta

militar de fevereiro de 1927, que se encontra sepultado na Guarda, através de vários

artigos e da obra “General Sousa Dias – Militar, Republicano, Patriota” (Edição da

Câmara Municipal da Guarda, 2006), referida na sua biografia.

Foi o tributo de um general-historiador, republicano e patriota, a outro general também

republicano e patriota. Foi a investigação empenhada de um herói que triunfou a outro

herói que foi derrotado.

O historiador Monteiro Valente prestou um inestimável tributo à grande figura histórica

– general Sousa Dias –, à cidade da Guarda, onde o destacado militar está sepultado e ao

conhecimento da luta contra o salazarismo protagonizada por um general honrado que

os velhos democratas da cidade da Guarda homenageavam todos os anos na romagem

ao jazigo cedido pela família de José Maria Proença, para onde foi levado em segredo,

de Cabo Verde, em 1936, no apogeu da ditadura, segundo investigação do historiador.

Dois anos depois de haver falecido deportado em S. Vicente, o seu corpo foi depositado

às escondidas, pela calada da noite, no cemitério da Guarda, no jazigo onde

permanece dentro do «caixotão» de madeira enegrecida e com os pregos ferrugentos, à

espera do funeral a que não teve direito e apenas lembrado pela família e por alguns

democratas, como revelou a investigação de Monteiro Valente.

É um dever dos portugueses conhecerem o general Sousa Dias, um herói que se opôs à

tentativa de restauração da monarquia com a mesma coragem com que quis pôr termo à

ditadura, com a diferença de ter sido vencido neste combate que lhe valeu a demissão, o

degredo e toda a sorte de humilhações que o salazarismo reservava para quem o

enfrentasse. Augusto Monteiro Valente recuperou a memória de um injustiçado em vida

que foi silenciado na morte. É imperioso ler a obra publicada pela Câmara Municipal da

Guarda para conhecer a dimensão moral, heroica e humana de um mártir da democracia

e da República.

Volto ao único capitão comprometido com o MFA e que comandou tropas da Guarda ao

serviço da Revolução de Abril. Regresso ao homem cujos pais eram naturais do distrito

onde escreveria a página mais gloriosa da sua e das nossas vidas naquela madrugada

que o levou a Vilar Formoso numa corajosa viagem de destino incerto mas do lado certo

da vida e da História.

Sozinho, sublevara um Regimento, o da Guarda. Partiu da Guarda, do RI 12, para Vilar

Formoso, com o País dominado pela ditadura, para regressar dias depois, com o dever

cumprido, e assumir o comando da unidade que sublevara, num Portugal libertado. Foi

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o herói de Abril na cidade da Guarda com os militares que contagiou para o ato heroico

que marcou a História e colocou Portugal na vanguarda da liberdade.

Monteiro Valente não foi apenas um herói da Revolução sem sangue, da Revolução dos

Cravos que emocionou o mundo e contagiou os países europeus onde ditaduras ainda

se mantinham. Ele foi também um militar de altíssimo valor profissional e o intelectual

que pensou a estratégia e propôs reformas militares e nas forças de segurança que não

tiveram políticos à altura para as executar.

O destacado aluno da Academia Militar foi, ao longo da vida, um oficial inteligente e

digno que defendeu a subordinação dos militares ao poder político democraticamente

eleito. E, por mais que o torturasse a inépcia de alguns governos ou a venalidade de

vários governantes, nunca fez, enquanto exerceu funções militares, qualquer censura ou

gesto de revolta.

Este herói de Abril merece da cidade da Guarda a homenagem que já lhe devia ter sido

prestada em vida. Da toponímia à escultura não é o defunto que a cidade honra é ela

própria que se enobrece. De uma rua condigna para tão ilustre nome até ao busto em

bronze que assinale a sua saída do RI 12 para a histórica Revolução de Abril, são dois

atos que a cidade da Guarda deve chamar a si para se engrandecer e reclamar a histórica

participação no 25 de Abril de 1974 pelo melhor dos seus filhos, pelo que escreveu com

risco da vida a melhor página do século XX no álbum da liberdade.

Glória ao major-general Augusto José Monteiro Valente, republicano ilustre, herói de

Abril.

NOTA BIOGRÁFICA

Nome: Augusto José Monteiro Valente

Data de Nascimento: 16 de abril de 1944

Categoria profissional: Major-General do Exército, na situação de Reserva

Estado civil: casado com Maria Alice Pinto Freire Beirão Valente; duas filhas, Marta

Eliana e Paula Sofia.

Última Residência: Rua Infanta D. Maria, N º 446 – 6 º D, 3030 – 330 Coimbra.

Data de falecimento: 03 de setembro de 2012 – Funeral em 05 de setembro de 2012

Local onde jazem as cinzas: Cemitério da Miuzela do Côa, concelho de Almeida, distrito da Guarda

Habilitações profissionais

- Licenciatura em Ciências Militares, ramo Infantaria – Academia Militar (1963-1966).

- Cursos de Instrutor de Operações Especiais – Centro de Instrução de Operações Especiais (1967).

- Curso de Topografia, Cartografia e Fotogrametria – Serviço Cartográfico do Exército (1968).

- Curso Geral de Comando e Estado-Maior – Instituto de Altos Estudos Militares (1982 -1983) .

- Curso de Operações Não Convencionais – Centro de Instrução de Operações Especiais (1993).

- Curso de Auditor da Defesa Nacional – Instituto da Defesa Nacional (1994-1995).

- Curso Superior de Comando e Direcção - Instituto de Altos Estudos Militares (1997- 1998).

(Despacho N º 247/96, do Chefe do Estado-Maior do Exército)

Outras habilitações académicas

- Licenciatura em História – Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1978-1982).

- Curso de pós-graduação em Estudos Europeus – Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra

(1997-1998).

Promoções

- Coronel – Portaria de 01 de Julho de 1992.

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- Major-General – Deliberação N º 555/99 – Diário da República – II Série, N º 196, de 23 de Agosto de

1999).

Funções e cargos profissionais desempenhados

- Adjunto de Comandante de Companhia em Angola (1967).

- Instrutor, Comandante de companhia e Diretor de Cursos de Operações Especiais, no Centro de

Instrução de Operações Especiais, em Lamego (1968-1970, 1972-1974).

- Comandante de Companhia de Caçadores Independente na Guiné (1970-1972).

- Comandante de Companhia, Comandante Interino do Regimento e Diretor de Instrução no Regimento

de Infantaria N º 12/Batalhão de Infantaria da Guarda, na cidade da Guarda (1974-1977, 1978-1979).

- Comandante de Companhia e Oficial de Estado-Maior da Escola Prática do Serviço de Transportes, na

Figueira da Foz. (1980-1981).

- Oficial de Estado-Maior do Quartel-General da Região Militar do Centro, em Coimbra (1981-1987,

1990-1992).

- Comandante do 1º Batalhão de Infantaria Mecanizado, da Brigada Mista Independente, de Santa

Margarida, Regimento de Infantaria de Tomar (1987-1990).

(Despacho de 27 de Julho de 1987 do General Chefe do Estado-Maior do Exército).

- Comandante do Centro de Instrução de Operações Especiais, em Lamego (1992-1994).

(Despacho de 12 de Agosto de 1992 do General Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército).

- Inspetor do Comando da Região Militar do Norte, no Porto (1994-1995).

(Despacho de 14 de Outubro de 1994 do General Comandante do Pessoal. Ordem de Serviço N º 227 de

30 de Novembro de 1994 do Quartel-General da Região Militar do Norte)

- 2 º Comandante da Brigada Ligeira de Intervenção em Coimbra (12 de Junho de 1995

- 05 de Novembro de 1995).

(Despacho de 31 de Maio de 1995 do General Chefe do Estado-Maior do Exército)

- Comandante Interino da Brigada Ligeira de Intervenção em Coimbra (06 de Novembro de 1995-1997).

(Ordem de Serviço N ª 18, de 09 de Novembro de 1995, da Brigada Ligeira de Intervenção)

- 2 º Comandante do Campo Militar de Santa Margarida (1998-1999).

(Despacho de 01 de Julho de 1998, do General Chefe do Estado-Maior do Exército)

- 2 º Comandante da Brigada Territorial N º 5 da Guarda Nacional Republicana, em Coimbra (1999-

2001).

(Despacho N º 25/99-OG, de 20 de Setembro de 1999 do General Comandante-Geral da GNR).

- Inspetor-geral da Guarda Nacional Republicana (2001 – 2002).

(Despacho N º 22/01-OG, de 26 de Setembro de 2001).

- 2 º Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana, em Lisboa, (2002-2003).

(Despacho n º 3879/2002 - 2 ª série, de 06 de Fevereiro de 2002, do Ministro da Administração Interna –

Diário da República – II Série, N º 44, de 21 de Fevereiro de 2002).

Louvores, Medalhas e Condecorações

- 21 louvores averbados (2 concedidos por Ministro, 3 concedidos por Chefe de Estado-Maior do

Exército, 14 por Oficiais Generais (1 em campanha) e 2 por outras entidades).

- Medalhas de Comportamento Exemplar – Graus Prata.

(Despacho de 26 de Julho de 1979 do Director do Serviço de Justiça e Disciplina, por delegação do

General Ajudante General – Ordem de Serviço n º 209, de 10 de Setembro de 1979 do Batalhão de

Infantaria da Guarda).

- Medalhas de Comportamento Exemplar – Grau Ouro.

- Medalhas Comemorativas das Campanhas de Angola (1967) e Guiné (1970-1972).

- Medalhas de Mérito Militar – 3ª, 2 º e 1 ª Classes.

- Medalhas de Serviços Distintos (duas) – Grau Prata

- Condecoração da Ordem de Avis – Graus Cavaleiro e Comendador

- Condecoração da Ordem da Liberdade – Grã-Cruz.

Artigos, Trabalhos, Comunicações, Obras:

Artigos:

Área: Militar

- “O Comando e Chefia Militar na Sociedade Contemporânea”, in Atoleiros, Revista Militar do Campo

Militar de Santa Margarida e da Brigada Mecanizada Independente, Ano I - N º 1 – Abril de 1999.

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Área: História

- “Portugal e a Primeira Grande Guerra”, in Baluarte, Revista das Forças Armadas Portuguesas, N º 2,

1984.

- “Primeira Guerra Mundial – O Prelúdio do Colapso do Regime Democrático em Portugal”, in Revista

História, N º 64, Fevereiro, 1984.

- “Os Exércitos e o Feudalismo na Europa Ocidental durante a Baixa Idade Média”, in Baluarte, Revista

das Forças Armadas Portuguesas, N º 5, 1985, pp. 6 - 11.

- “Os Exércitos e o Feudalismo durante a Baixa Idade Média”, in Revista História, N º 85, Novembro,

1985. Pp. 88 – 96.

- “A Batalha do Buçaco”, in Revista Militar, N º 10 – 11, Outubro – Novembro, 1994.

- “O Serviço Militar na História de Portugal – Uma síntese e uma perspectiva”, in Jornal do Exército N º

437, Maio, 1996.

- “Exército, Sociedade e Poder Político na História de Portugal – Da formação do reino à consolidação da

nacionalidade”, Revista Militar, N º 2368 – Maio de 1999, pp. 945 - 967.

- “Atoleiros”, in Atoleiros, Revista Militar do campo Militar de Santa Margarida e da Brigada

Mecanizada Independente, Ano I - N º 2 – Outubro, 1999.

- “Do Serviço Militar Obrigatório à Profissionalização das Forças Armadas”, in Atoleiros, Revista Militar

do campo Militar de Santa Margarida e da Brigada Mecanizada Independente, Ano II - N º 3 – Abril,

2000.

- “O Movimento dos Capitães”, in Guerra Colonial, Edição Diário de Notícias.

- “General Sousa Dias: um republicano silenciado pela ditadura e esquecido pela democracia”, in Revista

ESEG – Investigação, Escola Superior de Educação da Guarda, N º 0, 2 º Semestre, 2004.

- “Em Memória do General Adalberto Gastão de Sousa Dias”, in Revista Militar, N º 2436, Janeiro, 2005.

- “O 25 de Abril e a construção da Lusofonia” – in “Estudos de literaturas africanas: cinco povos, cinco

nações”. Org. Pires Laranjeira, Maria João Simões, Lola Geraldes Xavier - Coimbra: Novo Imbondeiro:

Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2005, p. 126 -131.

- “As Invasões Francesas – Objectivos, Estratégias e Tácticas em Confronto”, in Almeida e as Invasões

Francesas, Edição da Câmara Municipal de Almeida, Almeida, 2006.

- “O Movimento Republicano e o 5 de Outubro”, in Referencial, Revista da Associação 25 de Abril, N º

85 – Outubro – Dezembro, 2006.

- “O General Sousa Dias e a «Revolução» de Fevereiro de 1927”, in Heloísa Paulo (Coord.), “Memória

das Oposições (1927 – 1969), Minerva Coimbra, Julho de 2010, pp. 83 – 96.

- “A Batalha do Bussaco e as suas consequências nas estratégias em confronto”, Actas do Congresso

Internacional Comemorativo da Batalha do Bussaco (29 a 31 de Outubro de 2010), Publicação da

Academia Portuguesa da História, Lisboa, MMXI. Pp. 378 – 389.

- “5 de Outubro de 1910 – 25 de Abril de 1974: duas revoluções distintas por causas comuns”, República

e Democracia, Ed. Município de Miranda do Corvo e Edições Minerva Coimbra, 2011, pp. 167-181.

Geopolítica e Geoestratégia

Trabalhos:

Área: Militar

- “O Comando e a Chefia Militar e os Desafios da Sociedade Moderna” (Coord), in Boletim N º 50,

Outubro de 1999, Instituto de Altos Estudos Militares, Lisboa.

- “O Serviço Militar Obrigatório, o Serviço Cívico e a Defesa Nacional”, in Anuário do CDN95,

Trabalhos Monográficos Individuais, Volume V, Instituto da Defesa Nacional, 1995.

Área: Geopolítica e Geoestratégia

- “As Relações Entre o Mundo Ocidental e o Mundo Árabe” (Coord), in Boletim N º 45, 26 de Maio de

1998, Instituto de Altos Estudos Militares, Lisboa.

- “A Construção da Cidadania Europeia, a Identidade e Coesão Nacionais e a Regionalização” (Coord), in

Instituto de Altos estudos Militares, CSCD, Junho/Julho de 1998.

- “A Mundialização da Economia e a Construção Europeia – Desafios, Dificuldades e Riscos”, in Instituto

de Altos estudos Militares, CSCD, 1997/1998.

Comunicações

Área: Segurança

“Educação para a Segurança e Desenvolvimento”, in VII Congresso Nacional, Cidadania e Cultura de

Segurança, Caderno 19, Associação de Auditores dos Cursos de Defesa Nacional, 2003, Lisboa.

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Obra

- “General Sousa Dias – Militar, Republicano, Patriota”, Colecção Gentes da Guarda, N º 6, Edição da Câmara Municipal da Guarda, 2006.


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