Arábia Saudita

A Arábia Saudita foi notícia, ontem, devido ao falecimento do príncipe Sultan.
O principe falecido seria o herdeiro político do actual rei Abdullah (neste momento em convalescença de uma cascata de intervenções cirúrgicas).

Na verdade, só no plano especulativo, já que estaria – desde há alguns anos - física e mentalmente incapacitado para o exercício de qualquer cargo.
Mas a reprodução da dinastia Saud, à frente dos destinos deste reino árido e desértico que tornou-se conhecido do Mundo pelos majestáticos proventos resultantes da exploração petrolífera, está condicionada por rígidos mecanismos familiares e tribais, bem como alianças religiosas (entre facções sunitas e waabitas).

Os membros do “Sudairi clan” grupo fechado que reúne os descendentes do rei Faisal está, neste momento, reduzido a 5 membros e a nomeação do futuro rei (prerrogativa do actual) deverá ser precedida da audição do “Conselho dos Fiéis” (encarregue de obter um consenso no seio de uma vasta "família real" - 34 "ramos").


A desenrolarem-se os mecanismos sucessórios tradicionais, com a morte de Sultan, seria o príncipe Nayef, actual ministro do Interior (na foto), o próximo herdeiro do trono (e do petróleo), um homem politicamente mais conservador do que o actual rei e com ligações profundas aos líderes religiosos waabitas que, como sabemos, ditam para o reino as leis islâmicas.

Na verdade, apesar da “primaveras” árabes, que têm alterado a longa e artificial estabilidade árabe na Região, nada deve mudar nesta medieva e anacrónica monarquia. Este imobilismo, apesar da existência de uma população jovem que manifesta inequívocas vontades de mudança, pode ser o rastilho para a contestação sobre a perpetuação clã Saud no poder.

Mas a "dúvida" permanece: A Arábia Saudita - ao contrário do que o Ocidente deseja - poderá transformar-se no próximo foco de instabilidade na região?

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