O homem que julga poder “fintar” os mercados …
Passos Coelho diz que repor subsídios em 2014 podia dar "uma imagem precipitada" link
Acrescente-se estas preocupações sobre a imagem referem-se aos parceiros internacionais e ao Fundo Monetário Internacional…, vulgo, “troika”.
Em 13 de Outubro de 2011 Passos Coelho anunciou ao País a suspensão de pagamentos de subsídios de Férias e de Natal. Anunciou-a como uma medida temporária e a Imprensa, na generalidade, referenciou-a para dois anos (2012 e 2013). link. Prometeu (e não cumpriu), na altura, dar explicações “aos partidos políticos, aos sindicatos e aos parceiros sociais”. Hoje percebe-se a razão.
Fechou-se em copas. Após Peter Weiss, responsável pelo programa de ajustamento português na Comissão Europeia, ter conjecturado, numa conferência de Imprensa em Bruxelas, algumas ideias sobre o eventual corte permanente deste subsídios, com a seguinte frase assassina: “Bom teremos de ver. Por agora é por dois anos, por razões constitucionais. Temos de ver se se tornará ou não uma medida permanente” link. surge, de imediato, da parte do Governo português a ideia de aproveitar a boleia, lançando-se numa impressionante cascata de imprecisões, confusões, aldrabices e “lapsos”.
A imagem oferecida aos portugueses é simplesmente degradante.
Passos passou, do pé para a mão, de uma situação de excepção para um descarado e infame confisco que pretende ligar ao seu bom desempenho do Memorando de Entendimento.
Mas a "outra" imagem que pretende transmitir para o exterior se não fosse demasiado bacoca seria, no mínimo, ingénua. Decidiu não restituir os subsídios em 2014 (como toda a gente entendeu na comunicação de Outubro de 2011) porque daria uma “má” imagem aos mercados onde pretende regressar em Setembro de 2013.
Pretende Passos Coelho “enganar” os mercados em 2013 quando anuncia aos 4 ventos que o que evita fazê-lo em 2014 vai “começar” (paulatinamente é certo) a orçamentar para 2015. Os mercados são surdos ou desmemoriados?
Esta saloia pretensão de “fintar” os mercados poderá sair muito cara ao País. Infelizmente, este Governo não “sabe” (ou já não pode) fazer jogo limpo. Nem com os mercados que permanentemente especulam sobre a nossa dívida externa, nem com os portugueses que suportam uma pesada austeridade e assistem atónitos a tamanhos e relapsos dislates.
Já não há emenda. Só a demissão do actual Governo pode (ainda) livrar-nos deste movediço atoleiro onde, diariamente, nos afundamos.
Comentários
Finalmente, só hoje recuperei o acesso à net.
O post aparece, desta forma, um pouco retardado e sobre o natural cansaço de tantas tropelias...