Justiça - Conferências do Estoril
Colaboração premiada é “instrumento de democracias maduras”, disse um juiz. Na reunião de 4 mediáticos juízes, no Estoril, três com destaque a nível internacional, e dois com invulgar coragem e longa participação cívica, não esperava ouvir que a ‘delação premiada’ fosse considerada um “instrumento de democracias maduras”. O facto de ser um instrumento comum, no Brasil, onde a forma de governo amadurecida pela História não é a democracia, mas a ditadura, deixa-me dúvidas. Não duvido da utilidade da delação, tal como a da tortura, para a descoberta da verdade, mas colide com a minha conceção do Estado de direito, a conceção de quem, não sendo jurista, viu premiada a delação dos que, depois de lhes ter aparecido a Sr.ª de Fátima em Caxias ou Peniche, de lhe terem escutado os conselhos divinos de que andavam errados, passaram a denunciar à Pide os seus companheiros de partido e saíram, como prémio, em liberdade. Talvez seja a amarga recordação da ditadura fascista que não me deix