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A mostrar mensagens de maio, 2017

Justiça - Conferências do Estoril

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Colaboração premiada é “instrumento de democracias maduras”, disse um juiz. Na reunião de 4 mediáticos juízes, no Estoril, três com destaque a nível internacional, e dois com invulgar coragem e longa participação cívica, não esperava ouvir que a ‘delação premiada’ fosse considerada um “instrumento de democracias maduras”. O facto de ser um instrumento comum, no Brasil, onde a forma de governo amadurecida pela História não é a democracia, mas a ditadura, deixa-me dúvidas. Não duvido da utilidade da delação, tal como a da tortura, para a descoberta da verdade, mas colide com a minha conceção do Estado de direito, a conceção de quem, não sendo jurista, viu premiada a delação dos que, depois de lhes ter aparecido a Sr.ª de Fátima em Caxias ou Peniche, de lhe terem escutado os conselhos divinos de que andavam errados, passaram a denunciar à Pide os seus companheiros de partido e saíram, como prémio, em liberdade. Talvez seja a amarga recordação da ditadura fascista que não me deix

Estalinismo na Casa Branca

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Cimeira da NATO em Bruxelas A foto de cônjuges de líderes políticos merece crítica pela reminiscência monárquica que persiste em regimes republicanos. As democracias elegem os seus governantes, não sufragam cônjuges, esses adereços inúteis e dispendiosos. Esta foto, muito divulgada pelo facto de incluir o cônjuge do PM luxemburguês, só mereceria reparo pela razão apontada, e não por se tratar do cônjuge de um casal gay, cuja legitimidade está consagrada na lei. O PM do Luxemburgo foi democraticamente eleito, não por ser gay, mas por ser considerado competente. O cônjuge, Gauthier Destenay posou sorridente, como soe acontecer para as fotos, com 9 mulheres. Nada de anormal. Anómala foi a atitude da Casa Branca ao ter omitido o nome do arquiteto Destenay na legenda da foto oficial.

Candidata bipolar

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Dilema de uma Universidade confessional

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Trump: peregrinação ou religiões, alianças e negócios.

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A primeira viagem ao exterior do Presidente Trump foi um périplo deveras curioso. Primeiro, a ronda religiosa.   Contemplou as 3 religiões do livro. Esteve no reino que abriga e administra Meca, deslocou-se ao muro das lamentações (Jerusalém) e, por último, visitou, no Vaticano, o Papa. À margem desta multifacetada ‘ peregrinação ’ foi fazendo contactos e selando alguns negócios. Na Arábia vendeu equipamento militar e quis, deste modo, garantir a supremacia do reino saudita no contexto regional. Em Israel foi reafirmar linhas políticas que visaram fortalecer a vontade dos ultras para abocanharem os iranianos.  Mais uma vez um problema relativo à hegemonia regional. No Vaticano foi mostrar a mantilha (tridentina?) de Melania, já que os negócios são assuntos mundanos a tratar no silêncio das catacumbas e na escuridão dos templos. Despachado o roteiro religioso com uma patética e deslocada pregação contra o ‘extremismo’ (deixou cair o termo ‘terrorismo’ por solicitação

Eleições autárquicas - Assunção Cristas

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De joelhos em Fátima e de rastos em Lisboa.

Eleições autárquicas

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No princípio era o verbo

Cimeira do G7 – 2017

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A falta de compromisso de Trump com o Acordo de Paris, para a redução de emissões de dióxido de carbono, foi o pequeno passo para agradar aos poluidores que o elegeram e uma enorme deceção para quem se preocupa com o futuro da Humanidade. No país dos melhores cientistas e dos piores trogloditas, foram os últimos que elegeram o presidente de todos, como se a arte da política fosse a competência de um empreiteiro. Trump não é um estadista, é o homem de negócios que exonerou a ética do quotidiano e a solidariedade das suas preocupações. Rejubilam os poluidores, que ganharam o direito a deixar sem futuro os netos; exulta o complexo industrial e militar, que escoa mais depressa as armas obsoletas; excita-se o Tea-Party, que assalta o aparelho de Estado e obtém a maioria dos juízes do Supremo; enfim, é a euforia entre os fundamentalistas do protestantismo evangélico, os partidários da pena de morte e os belicistas do Pentágono, quer creiam ou não que o mundo foi uma criação divina de u

Eleições autárquicas - Torres Vedras

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Esqueceu-se do IRS

Portugal está na moda

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Eleições autárquicas

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Curiosidades cívicas

Eleições autárquicas

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Mensagem clara e apelativa

Casamento árabe

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Sob o olhar compreensivo de Alá e a benevolente misericórdia do Profeta.

Deambulações à volta de Sánchez, do socialismo e social-democracia …

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O regresso de Pedro Sánchez à liderança do PSOE link não pode ser considerado como sendo mais um acidente de percurso da Esquerda socialista europeia. O facto de os partidos socialistas e sociais-democratas europeus terem sofrido, nos últimos tempos, severos revezes eleitorais, em diversos Países e em diferentes geografias, acarretará necessariamente consequências.   Para os mais cépticos nas convicções de Esquerda trata-se de uma irremediável ‘pasokização’ dos partidos socialistas vitimizados pelo colaboracionismo e convivência com os ideais neoliberais. Existem hoje conceitos que carecem de melhor explicitação. Por exemplo, a tão divulgada ‘ economia social de mercado ’ encerra, à primeira vista, uma contradição primária entre o social e o mercado. Na verdade, não existe dirigente europeu (da Direita à Esquerda ‘clássicas’) que não recorra a este jargão para balizar os seus programas (eleitorais e de Governo) e definir o modelo de desenvolvimento.   Muitos partidos s

A defesa da laicidade é uma obrigação cívica

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Não escrevo para que os leitores elogiem, mas para que leiam e pensem. Não é popular ser ateu, republicano e social-democrata. E sou. Defendo e promovo o republicanismo e a social-democracia, esta última sem confusões com a deriva neoliberal dos partidos que dela se reclamam e a traem. Só não promovo o ateísmo. É uma opção filosófica individual como o deveriam ser as religiões. Defendo, sim, a laicidade, e denuncio todos os ataques de que é vítima, sejam lambidelas presidenciais de anelões episcopais, cedências da República a atos pios ou a conivência estatal com o mais venerado embuste português do século XX – Fátima. Tenho como aliadas a Constituição da República e a própria Lei da Liberdade Religiosa, e como adversários os autarcas que patrocinam excursões pias, os governos que deixam as Forças Armadas, bem ataviadas e luzidias, carregar andores e engrossar procissões, e todos os que usam as funções públicas para promover a fé individual. A escola pública, onde tantas vezes

A intolerância hindu

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Ontem, 24 de maio de 2017, um dia depois do trágico atentado de Manchester, surgiu a notícia da vandalização, no último domingo, da “Capela de Nossa Senhora de Fátima”, na localidade indiana de Godamakunta. Fanáticos hindus atacaram o edifício, inaugurado a 13 de maio, e destruíram as imagens de Jesus, da Senhora de Fátima e restante iconografia católica. A demência pia contagia todas as religiões, ainda que o hinduísmo não seja propriamente um teísmo, com as suas 330 mil divindades diferentes cultuadas, e sendo raro o culto da trindade Brama, Shiva e Vixnu. Desta crença, onde a permanência das castas e a desonra das viúvas que voltam a casar, (deviam acompanhar o marido na pira funerária), são os aspetos mais repulsivos, temos a ideia de que o pacifismo é a sua matriz imperecível. Uma crença com mil milhões de seguidores apresenta fatalmente nuances pioradas pelo nacionalismo hindu. Não esqueçamos que é a terceira ‘religião’ do Planeta, rivalizando com o número de não crentes,

Blasfémia e liberdade de expressão

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A blasfémia, definida como insulto a Deus, é um ‘crime’ sem vítimas, mas um conceito perigoso para a liberdade de expressão. A defesa da ofensa faz-se apenas nos Tribunais, de acordo com o Código Penal (CP), e é duvidoso que Deus se constitua como queixoso ou os crentes apresentem procuração para o representar. No entanto, o anacrónico “crime” medieval, que conduzia às fogueiras, ainda subsiste, no CP de 8 países europeus, laicos e civilizados (Dinamarca, Áustria, Finlândia, Grécia, Espanha, Irlanda, Itália e Portugal) e, disfarçado de “ofensa aos crentes”, desde 1972, em ‘França’, onde foi abolido em 1791. Até no Reino Unido, que o suprimiu em 2002, já apareceu o deputado Jeremy Corbyn a evocar a possibilidade de o reintegrar. A blasfémia é uma arma política para erradicar religiões minoritárias e um instrumento para condicionar a liberdade de expressão. O Islão serve-se da alegada ofensa para ver nela a apostasia (direto inalienável em países democráticos), para a condenaçã

A direita desnorteada

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Esta direita que não consegue desfazer-se da tralha cavaquista, a direita que sofre da síndrome ‘pied noir’ e chora o “nosso Ultramar, infelizmente perdido”, prejudicou o País na sua governação, na intriga internacional e na publicidade contra o atual governo. É impossível esquecer prognósticos horrendos baseados no apoio do BE, PCP e PEV ao governo PS, o patético estertor da presidência de Cavaco Silva, desesperado para manter um governo que a AR reprovava, os medos lançados sobre a economia e a desconfiança dos países da União Europeia, cuja ingerência incitava através do PPE. Esta direita, herdeira do salazarismo e não de Sá Carneiro, nunca se adaptou ao respeito pelo voto popular, aos partidos segundo a sua representação parlamentar, à alternância democrática e, sobretudo, à alternativa política. Para Passos Coelho e Assunção Cristas, para não falar do velho e rabugento salazarista, Cavaco Silva, só os partidos que eles admitissem como democratas teriam legitimidade para se

O atentado de Manchester

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Não podemos deixar-nos matar por quem prefere a loucura do seu Deus à sensatez dos homens. O islamismo não é apenas uma religião, é uma ideologia fascista alimentada pelos negócios do armamento e do petróleo, exacerbada no ocaso da civilização árabe. As ruas das capitais europeias fecham-se ao trânsito até que mais uma das cinco orações diárias seja rezada. Nas mesquitas e madraças, os clérigos incitam ao ódio contra infiéis, e exigem, em nome da liberdade religiosa, o direito ao proselitismo. Quando matam em nome de um deus que não gosta de música, de carne de porco, de álcool ou da igualdade de género, dizem que são extremistas que não alcançam a mensagem de paz do Profeta. E nunca dizem se o verdadeiro islão é o da Arábia Saudita onde se decapitam pessoas e se amputam mãos, o da Malásia onde se vai ao ponto de proibir o batom, o do Irão onde a forca é o divertimento pio dos aiatolas, o dos países onde se jura fidelidade ao ISIS, se pratica a escravatura, se faz a excisão do cl

Charles Darwin sempre teve razão

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ILUSTRAÇÃO ALEX GOZBLAU

Maio de 68 – 21 de maio

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Há 49 anos irrompeu em França uma tumultuosa rebelião de massas que começou com greves estudantis e rapidamente se espalhou por outros sectores da sociedade. Foi uma colossal e inédita rebelião que marcou o século XX. A insurreição popular, de contornos difusos, venceu as diferenças étnicas, culturais e de classe, alastrou a outros países e foi o rastilho de enormes confrontos, com greves de estudantes e operários e a ocupação de universidades e fábricas, que provocaram o caos. A tentativa de esmagamento, com forte repressão policial, levou à escalada do conflito e culminou com uma greve geral de estudantes e ocupações de fábricas em toda a França. Aderiram dez milhões de operários grevistas, apesar do desencorajamento do P. C. F. que, ironicamente, o Governo viria a acusar de responsável. Era o suspeito habitual. O colapso do Governo levou o gen. de Gaulle a criar um quartel general de operações militares para obstar à insurreição, dissolver a Assembleia Nacional e marcar elei

Trump descobre que há outros países além do EUA

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Trump disse ao ministro russo, Sergei Lavrov, que o ex-diretor, James Comey, do FBI, era “maluco” e que o seu despedimento aliviava a "grande pressão" que sentia sobre si pela investigação às alegadas ligações a Moscovo. Foi pior a emenda do que o soneto e o empreiteiro arrisca-se a ver caducado o contrato de arrendamento da Sala Oval. Entretanto, essa referência ética e exemplo de estadista faz a sua primeira viagem fora dos EUA, começando pela Arábia Saudita, onde foi assinar um contrato de vendas de armas de 110 mil milhões de dólares com o rei Salman bin Abdulaziz. O vetusto monarca disse que a visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "tornará realidade a segurança e a estabilidade global". O casal Trump foi recebido com um aperto de mão pelo rei Salman, de 81 anos, apoiado numa bengala e levado até aos degraus do avião num carrinho de golfe. A conversa entre os dois empreiteiros deixará o mundo mais tranquilo. As armas nas mãos dos dois in

A fama dos milagres chegou à Polícia Municipal

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A Rainha Isabel e a cidade de Coimbra

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Isabel de Aragão, beatificada por Leão X, em 1516, foi canonizada por Bento XIV, em 1742, com mais de 4 séculos de defunção. O milagre obrado à saída do castelo do Sabugal, transformando em rosas o pão que levava aos pobres, quando o rei a surpreendeu, valeu-lhe a veneração pública e tornou-a credora da devoção coimbrã. A santidade mereceu-a com o casamento aos 12 anos, idade em que são recomendados brinquedos e não mancebos. Nem precisava do milagre. D. Dinis encomendou-a em fevereiro e fez a boda em junho, no Ano da Graça de 1282, fazendo com que os reis da França e da Inglaterra fossem procurar outras para os seus filhos, pois o pai da futura santa, o rei Pedro III de Aragão, preferiu entregá-la a quem já era rei, em vez de um dos dois que viriam a sê-lo, perante três pretendentes. A Rainha Isabel era sobrinha de outra santa do mesmo nome e também rainha, nascida 6 décadas antes e que fizera o mesmo milagre, o que levou alguns céticos a pensar que se tratava de um truque d

Pensamento de Passos Coelho

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Catarina Eufémia – 19 de maio de 1954

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Há 63 anos foi assassinada a tiro uma ceifeira analfabeta, mãe de três filhos, durante uma greve de assalariados rurais, a resistir à repressão fascista. Para a História ficou a coragem da jovem que o tenente Carrajola, da GNR, assassinou, e o símbolo da mulher corajosa, que perdura na memória dos que não esquecem a ditadura salazarista. Quando, por toda a Europa, a hidra fascista renasce sob vários disfarces, recordar aquela mãe-coragem de 26 anos, é homenagear as mulheres que lutaram pela liberdade e combater o esquecimento. Ser mulher, pobre, analfabeta e assalariada rural foi o ónus de milhares de portuguesas que suportaram amargamente a ditadura. Catarina morreu a combater com a intuição de que vale mais morrer lutando do que desistir e sobreviver na escravidão. *** RETRATO DE CATARINA EUFÉMIA Da medonha saudade da medusa que medeia entre nós e o passado dessa palavra polvo da recusa de um povo desgraçado. Da palavra saudade a mais bonita a mais prenha de pranto

A laicidade é uma exigência democrática

A palavra francesa (laïcité) entrou no dicionário Littré, em 1871, no ano da Comuna de Paris, que desejava a separação da Igreja católica do Estado. A violência de então, com fuzilamento de vários membros do clero, associou injustificadamente a ‘laicidade’ ao anticlericalismo, que combatia a permanência do clero nos corredores do poder. Talvez se encontre na autonomia do poder político face às Igrejas e destas em relação ao poder político, a animosidade dos parlamentares católicos que se opuseram à lei de 9 de dezembro de 1905 que, ainda hoje, vigora, enquanto os protestantes não a combateram. Estavam vivas as recordações da monarquia católica de direito divino que, ainda hoje, despertam a nostalgia da monarquia de crentes contra a República de cidadãos eleitores. O reconhecimento de uma ou de várias Igrejas pelos Estados democráticos, bem como a separação de qualquer confissão, não refletem maior ou menor liberdade religiosa, dado que as democracias liberais respeitam as crenças,

A santa que espera canonização

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Depois desta carta, ainda há quem duvide da inspiração divina da vidente Lúcia! 

Caleidoscópio

Depois do massacre do Papa que ameaçava continuar por vários dias, apareceu a vitória no campeonato nacional do mais popular clube nacional. Quando estava em marcha um novo massacre mediático, valeu-nos o Salvador [Sobral] com a vitória merecida no festival da canção da Eurovisão. Só faltavam as boas notícias sobre o desempenho da economia nacional para trazer um módico de salubridade ao espetro mediático, um inédito crescimento económico a que já não estávamos habituados, acompanhado, aliás, pela redução do risco de pobreza e a redução dos juros internacionais aos empréstimos do Estado. Como nota de humor, o PSD, afastado do poder, por elementar medida de salubridade política, pela tenacidade de António Costa e mérito dos partidos que apoiam o Governo (PS+BE, PCP, PEV), veio reclamar para o governo PSD/CDS o mérito da ausência dos demónios que invocava. Não há vitórias definitivas, mas sabe bem um período de otimismo e acalmia. E também não há desgraças eternas, como o comprov

O poder do cartoon

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Para agravar as úlceras gástricas de Cavaco, Passos Coelho e Assunção Cristas, até o humor de Luís Afonso contribui.

Assunção Cristas, a populista com contrato a prazo

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Assunção Cristas, nascida por feliz coincidência no dia 28 de setembro de 1974, dia em que um golpe de direita fracassou em Portugal, trouxe de Luanda um ressentimento que se transformou em azedume contra a esquerda. A religiosidade que a devora, e necessita de exibir, aproxima-a mais de uma líder extremista do que da direita moderada. Sabe-se que de bancos percebe pouco e entregou o futuro do BES, a pedido da amiga do PSD, às contingências da sorte. Como fez parte de um governo que deixou os bancos na desgraça, não se lhe podia exigir mais como Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território. Bastou-lhe mandar fazer, por medida, umas galochas e um boné para imitar Paulo Portas, ignorando que as imitações são piores do que o original. Como resolveu disputar eleições autárquicas, para fingir que o CDS é mais do que uma muleta do PSD, até de transportes julga saber. A ignorância sobre os custos leva-a, num golpe de populismo de quem nem uma junta de freguesia v

VISITA DO PAPA A FÁTIMA

Crónica de um ateu perante a visita papal 15:02 por SÁBADO0 O presidente da Associação Ateísta Portuguesa , Carlos Esperança, sujeitou-se à penitência, como o próprio a classificou, e assistiu à visita do papa Francisco a Fátima. «Não veio como chefe do único Estado sem maternidade, veio, nas suas palavras, como peregrino, mas aguardavam-no as genuflexões pias e os beiços ávidos do beija-mão, de crentes ilustres movidos pela fé e pelos vídeos promocionais do PR e de Zita Seabra. O avião papal percorreu o espaço aéreo nacional escoltado por dois caças da F.A., quiçá para provar aos incréus que o céu existe, porque nele circulam aves, insetos e aeronaves, mas não há registo da navegação aérea da Sr.ª de Fátima, criada pelo clero português, há um século, contra a República. O Papa Francisco, enviado da Cúria, trouxe os diplomas de canonização de Francisco e Jacinta, que, depois de longa defunção, obraram em joint venture o milagre da D. Emília de Jesus, a entrevadinha que morreu

Tesourinho humorístico

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Peregrinos esquecidos

Tesourinho deprimente_3

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Tesourinho deprimente_2

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Tesourinho deprimente

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Antes tivesse acontecido isto:

Associação Ateísta Portuguesa (AAP) - Comunicado

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Fátima: o centenário de um embuste Quando a Igreja católica distribui veneras a título póstumo, à semelhança dos Estados, é uma decisão que não merece reparo e apenas diz respeito aos crentes, mas quando o pretexto insiste no desafio à inteligência e ao bom senso, é uma boa razão para o combate ao obscurantismo e à superstição, implícitos nos milagres. No início do século XX houve várias tentativas para encenar um espetáculo, copiado de Lourdes, contra a República. Em 1917, numa zona rural recôndita, foi possível fanatizar três crianças analfabetas com o catecismo terrorista da época e usá-las na raiva contra o Registo Civil obrigatório, o divórcio e a lei da Separação da Igreja e do Estado. Em 13 de maio de 1917 foi ensaiado o circo contra a República, usando como fetiche o número 13 e o rosário como amuleto. Em cada dia 13 repetiu-se o teatrinho até ao mês de outubro. Bailou o Sol, saltitou nas azinheiras a Senhora de Fátima, o avatar lusófono da de Lourdes, poisou na Cova da

Manuel Valls ou uma ‘versão barretina’ em França…

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Manuel Valls anda num frenético rodopio para garantir a sua sobrevivência política. Colonizou a presidência de François Hollande para – com a cumplicidade deste – e, pela ‘via socialista’ (PSF), conseguir transitar de um controverso desempenho como ministro do Interior para 1º. Ministro e a partir daí disputar a Presidência da República Francesa. Uma vez alcandorado no cargo de primeiro-ministro tenta transformar o PS francês numa 'agremiação social-liberal’ que, para começar, prescindiria da designação ‘socialista’. Na ‘carreira partidária’ sempre foi um ‘rocardiano’ (discípulo de Michel Rocard), isto é, da ‘segunda Esquerda’ do PSF que armadilhava, na penumbra, a ‘reunificação socialista’ encontrada no Congresso de Epinay, sob a batuta de François Mitterrand. Isto é, colocou-se (colou-se) afincadamente numa direita do PS que, objectivamente, nunca chegou a distanciar-se de um volúvel 'centro-direita'. Valls tentou ‘enrolar’ o PSF nas primárias para as presiden

Fátima

Confirma-se a concessão dos diplomas de santos a Francisco e Jacinta, depois de aprovados os 2 milagres obrados em joint venture . O Papa não vem como chefe do único Estado sem maternidade, vem como estafeta da Cúria para entregar os diplomas de canonização de Francisco e Jacinta. O Papa Francisco vai aparecer do Céu, em Fátima, mas, contrariamente à Senhora de Fátima e ao Anjo de Portugal, conhece-se o meio de transporte, o plano de voo e o combustível usado.

A 'Assunçãozinha' de Lisboa: sem pudor, nem contenção…

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O CDS vinha mantendo uma atitude de equilibrista entre o simulacro de uma 'oposição responsável’ e uma contenção à volta do dissimulado ressabiamento pelo afastamento dos círculos do poder onde esteve (mas parece que não) envolvido entre 2011 e 2105.   Ontem, deu-se o tropeção. O CDS pela voz de Assunção Cristas pediu nada mais ou nada menos do que mais 20 (!) novas estações do metro de Lisboa  link .   Terá sido um lapsus linguae?   Na verdade, o que a dirigente queria pedir era o Céu e a Terra. Nada de admirar no cândido e peregrino mês de Maio. Afinal, os milagres são como os chapéus: há muitos! Ou existem para dar e vender. É só escolher.   O mais prudente e a imediata lição a tirar seria meditar sobre a endémica impressão de que o ‘populismo’ só existe lá fora.

Há 23 anos – 10 de maio de 1994

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Nelson Mandela tornou-se presidente da África do Sul no dia 10 de maio de 1994. Foi o primeiro negro, na história do país, a assumir o cargo. Mandela, um pacifista que fazia campanhas por uma sociedade democrática, mais livre e pluriétnica, é um exemplo ético para África e para o Mundo. O Prémio Nobel da Paz de 1933, que recebeu com De Klerk, honrou a distinção com a dignidade com que exerceu o cargo e o desprendimento com que o deixou. A grandeza moral de quem perdoou aos carcereiros e aos países que foram cúmplices são a lição de um homem de exceção e patriota exemplar. Em 1987, o PM português, Aníbal Cavaco Silva, mandou votar contra uma resolução da ONU que exigia a libertação incondicional de Mandela, apenas ao lado dos EUA, de Reagan, e do Reino Unido, de Thatcher, numa votação que registou os 3 votos contra, 129 a favor e 23 abstenções. Foi a pequenez do mordomo na raiva comum ao Homem. O líder da resistência não-violenta da juventude foi réu em um julgamento ignóbil, po

Porto – Eleições autárquicas

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Não sou eleitor no Porto e gostaria que a presidência da autarquia fosse ganha pelo mais capaz, independentemente da origem partidária, mas há uma única candidatura que não gostaria de ver sair vitoriosa, a do atual autarca Rui Moreira. Tenho pelos ‘independentes’ uma sólida desconfiança e enorme receio de oportunismo. O ‘independente’ integrado numa lista partidária assume a proximidade com o partido em que se integra, mas o ‘independente quimicamente puro’ é um travesti pronto a trair os partidos que o amamentam em benefício próprio. É o OVNI, a voar baixinho, no céu da política, sem querer apresentar credenciais democráticas. É o ser exótico que se julga isento e que tanto pode ser da extrema direita como da extrema esquerda, embora o caso presente, em questão de extremas, não levantasse dúvidas quanto ao lado. Quem é Rui Moreira? Um monárquico que troca a cidadania por um título nobiliárquico ou um reacionário escondido atrás de uma alegada independência para facilmente poder

Faleceu Baptista Bastos B-B

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É mais um notável jornalista e excelente escritor que nos deixa, mas não é só um intelectual que parte, é o cidadão de coragem, impoluto na prosa e nas ideias, que nos deixa. Vamos sentir a sua falta.

Presidência da República

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Não basta saber da displicência com que o anterior inquilino encarava a aquisição de bens ou a contabilidade das despesas da presidência, talvez entretido em exercícios de criatividade sobre escutas. É preciso que o País exija ao novo titular a publicitação da auditoria que o País pagou e os portugueses exigem. A cidadania constrói-se com a transparência a que o caudilho do PSD/CDS se furtou.

Há 72 anos – Fascismo, nunca mais!?

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Na década de 30 do século passado a crise económica e o desemprego foram o caldo de cultura de regimes autoritários, homens providenciais e povos submissos, a germinarem no pântano da xenofobia onde desaguaram esgotos nacionalistas e pulsões belicistas. O nazismo e o fascismo foram populares. Hitler chegou ao poder pela via eleitoral. A demagogia e o populismo submergiram as vozes sensatas, em toda a Europa. A própria família real inglesa, de origem alemã e germanófila, apenas foi constrangida à discrição. Em Portugal, Itália, Áustria, Polónia, Croácia, etc., etc., eram muitos os que exultavam com a expansão alemã, enquanto a demência antissemita cremava 6 milhões de judeus. A Alemanha, ignorando o tratado de Versalhes, como ora os EUA desrespeitam a ONU, tinha começado uma guerra de expansão com fortes apoios nos países ocupados. Só a Espanha, vítima da barbárie do genocida Franco, chorava em silêncio, num ambiente de medo, luto e silêncio, 1 milhão de mortos, desaparecidos e re

França – A segunda volta das eleições presidenciais

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Amanhã, dia 8 de maio, assinala-se o 72.º aniversário da derrota do nazi-fascismo, com a Europa destroçada pela guerra e a lamber as feridas de utopias nacionalistas e racistas de homens julgados providenciais. A demência autoritária dos vencidos deixou marcas tão dolorosas que os partidos do pós-guerra trouxeram na matriz o horror às ditaduras. Quer os partidos conservadores e democrata-cristãos, quer os sociais-democratas (também designados por socialistas ou trabalhistas), cuidaram de expurgar do seu seio os cúmplices do nazismo e do fascismo, ainda que tenham consentido na Península Ibérica a permanência dos dois ditadores, um deles o maior genocida da História dos povos peninsulares. De Gaulle, conservador, nacionalizou os bancos que se cumpliciaram com as ditaduras, e, mais tarde, diria estar arrependido de não os ter nacionalizado todos. Até os partidos conservadores viram o perigo de a política ficar refém do poder económico e financeiro.  O primado da política foi esmo

O parágrafo

O que significa a visita do Papa para um homem sem fé A direita gostava de Bento XVI e detesta Francisco, a esquerda vice-versa. Mas os dois são uma face mais comum do que pode parecer. Sem a acção teológica de Ratzinger, Bergoglio não podia fazer as reformas que pretende, nem falar como fala, mas no final a Igreja dará passos para a frente. Embora eu não me cuide dos passos da Igreja, que não é a minha casa, preciso da voz da Papa para ajudar no combate contra a ganância, a injustiça e a miséria, porque é uma voz cuja autoridade moral pode melhorar o mundo e a vida das pessoas. (José Pacheco Pereira, in Público, 06/05/2017)

A fúria pia das autarquias

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"100 anos - 100 terços: centenário das aparições", em Penacova Para comemorar os cem anos das aparições de Fátima está patente na Biblioteca Municipal de Penacova, até ao final do mês de maio, a exposição "100 anos - 100 terços: centenário das aparições". Trata-se de um conjunto de terços elaborados pelos alunos que frequentam a disciplina de EMRC, nas escolas de Aveleira, Figueira de Lorvão, Lorvão e Penacova do Agrupamento de Escolas de Penacova. A grande diversidade de materiais revela bem a criatividade de todos os que participaram neste desafio: lã e linha, botões, missangas, leguminosas, metal, tecido, cortiça, vime, búzios, esferovite, caracóis... e muito mais… Escola e comunidade de mãos dadas, com o contributo da Biblioteca Municipal de Penacova.