A direita desnorteada
Esta direita que não consegue desfazer-se da tralha cavaquista, a direita que sofre da síndrome ‘pied noir’ e chora o “nosso Ultramar, infelizmente perdido”, prejudicou o País na sua governação, na intriga internacional e na publicidade contra o atual governo.
É impossível esquecer prognósticos horrendos baseados no apoio do BE, PCP e PEV ao governo PS, o patético estertor da presidência de Cavaco Silva, desesperado para manter um governo que a AR reprovava, os medos lançados sobre a economia e a desconfiança dos países da União Europeia, cuja ingerência incitava através do PPE.
Esta direita, herdeira do salazarismo e não de Sá Carneiro, nunca se adaptou ao respeito pelo voto popular, aos partidos segundo a sua representação parlamentar, à alternância democrática e, sobretudo, à alternativa política.
Para Passos Coelho e Assunção Cristas, para não falar do velho e rabugento salazarista, Cavaco Silva, só os partidos que eles admitissem como democratas teriam legitimidade para serem governo. Tiques salazaristas de quem não frequentou a escola democrática.
A saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo, vaticinada como impossível por um governo que se limitava – segundo diziam –, a reverter as suas políticas, foi uma deceção agravada pela sensibilidade social, diálogo à esquerda e dimensão do êxito.
Mas se a incompetência foi a imagem de marca do último governo da direita, a falta de pudor com que reivindica louros de uma política de sinal contrário, revela a insolência de quem quer partilhar o êxito da política que combateu com violência e ressentimento.
Não faltam avençados a exigir que o Governo de António Costa elogie o seu antecessor que utilizou a crise das dívidas soberanas para demonizar a esquerda, sem compreender que deveu o poder à recessão mundial conjugada com o chumbo do PEC-IV.
Claro que há para aí quem, em dívida pelos favores recebidos, continue a gritar méritos que ninguém viu e virtudes desta direita truculenta e caceteira que ora acusa o PS de ser um satélite dos partidos à sua esquerda, ora acusa esses partidos de submissão ao PS, na persistência da intriga e do ressentimento.
É impossível esquecer prognósticos horrendos baseados no apoio do BE, PCP e PEV ao governo PS, o patético estertor da presidência de Cavaco Silva, desesperado para manter um governo que a AR reprovava, os medos lançados sobre a economia e a desconfiança dos países da União Europeia, cuja ingerência incitava através do PPE.
Esta direita, herdeira do salazarismo e não de Sá Carneiro, nunca se adaptou ao respeito pelo voto popular, aos partidos segundo a sua representação parlamentar, à alternância democrática e, sobretudo, à alternativa política.
Para Passos Coelho e Assunção Cristas, para não falar do velho e rabugento salazarista, Cavaco Silva, só os partidos que eles admitissem como democratas teriam legitimidade para serem governo. Tiques salazaristas de quem não frequentou a escola democrática.
A saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo, vaticinada como impossível por um governo que se limitava – segundo diziam –, a reverter as suas políticas, foi uma deceção agravada pela sensibilidade social, diálogo à esquerda e dimensão do êxito.
Mas se a incompetência foi a imagem de marca do último governo da direita, a falta de pudor com que reivindica louros de uma política de sinal contrário, revela a insolência de quem quer partilhar o êxito da política que combateu com violência e ressentimento.
Não faltam avençados a exigir que o Governo de António Costa elogie o seu antecessor que utilizou a crise das dívidas soberanas para demonizar a esquerda, sem compreender que deveu o poder à recessão mundial conjugada com o chumbo do PEC-IV.
Claro que há para aí quem, em dívida pelos favores recebidos, continue a gritar méritos que ninguém viu e virtudes desta direita truculenta e caceteira que ora acusa o PS de ser um satélite dos partidos à sua esquerda, ora acusa esses partidos de submissão ao PS, na persistência da intriga e do ressentimento.
Comentários
Muito embora exista um largo consenso sobre a necessidade de desenvolvimento (e não só de crescimento económico) as divergências sobre o que fazer perante esta 'saída' terão, necessariamente, de ser mais do que muitas. A Esquerda não pode envergonhar-se das ideologias que a informam e afinar pelo diapasão que a Direita está a implementar: perante a saída do procedimento por défice excessivo só existe 'cautelas e caldos de galinha'.
Desfeita uma das amarras que nos encarcerou (existem mais) tenhamos a ousadia de repensar o futuro, com decisões políticas, económicas e sociais realistas que modelam o vasto e diversificado 'campo socialista'.
O discurso de Esquerda não pode continuar a ser permanentemente condicionado pelos diktats neoliberais de um passado recente, como estamos a assistir nos últimos dias.