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A mostrar mensagens de agosto, 2018

A Justiça e o combate à corrupção – Reflexão sobre o frívolo e o sério

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O País sente-se indignado com as suspeitas de desonestidade na aplicação dos dinheiros destinados às vítimas de Pedrógão e o aparente oportunismo de quem terá usufruído de benefícios ilegítimos, mas é animador saber que o Ministério Público está a investigar o destino de dinheiros que o Estado e os privados deram a quem não tinha recursos e aos que, tendo-os, não fizeram os seguros que deviam. Sendo eticamente grave, espero que as suspeitas se provem e que a justiça atue, quer em relação às verbas destinadas à autarquia, quer nas mais substanciais, que foram endossadas à Misericórdia. O PR, sempre atento, disse que as alegadas irregularidades já tinham sido referidas em julho, devido a uma reportagem da revista Visão e, agora de novo abordadas na TVI e no JN, espera que “se entre no próximo ano com isto esclarecido”. Aliás, já o caso das borlas a um ministro, para o futebol, foi logo investigado, apesar de ser uma bagatela penal, mas viu-se que a Justiça não dorme. Nem o PR. No

A Igreja católica no seu labirinto

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Sabe-se que a Igreja católica, enquanto defendia a moral mais conservadora e os valores mais reacionários, silenciou crimes cometidos no seu próprio seio e ordenou sacerdotes bandos de pedófilos. Pior, encobriu-os e mudava-os de paróquia, para onde os nómadas levavam o vício, a desgraçar crianças e adolescentes. O que não pode ser esquecido é que a Igreja católica não tem o monopólio desse tipo de perversão e a divulgação exclusiva dos seus crimes não tem apenas em vista a denúncia e punição dos prevaricadores, visa beneficiar os interesses de outras Igrejas e amordaçar o atual Papa, que tem tomado atitudes corajosas no seu pontificado. Esquece-se mais facilmente a cumplicidade com ditaduras fascistas do que se perdoa o alinhamento com a modernidade. O episcopado ultramontano que não aceita a rutura do Papa com a perpetuação da moral da Idade do Bronze, prefere destruir a Igreja a aceitar que acerte o passo com os valores civilizacionais. A Europa tem sido varrida, depois da vi

Franco e a basílica de Santa Cruz do Vale dos Caídos

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A História não se reescreve, porque os factos não se alteram. Os países europeus foram cúmplices das ditaduras ibéricas, consentindo que se perpetuassem, depois da vitória sobre o nazismo. Mantiveram a Península como um dique fascista contra o comunismo, alheios ao sofrimento dos povos e aos crimes dos ditadores. A Igreja católica não foi apenas cúmplice de Franco, ele foi o seu genocida. Matou mais espanhóis, depois da vitória contra o regime legal, do que todos os que pereceram nessa guerra cuja crueldade, de ambos os lados, provocou uma chacina sem precedentes. O ditador fascista mandou fuzilar centenas de milhares de espanhóis, atirados para valas comuns, quando já não existia resistência, na orgia de sangue e vingança, que estarreceu o próprio Mussolini, incluindo a tortura de padres “rojo-separatistas”, em prisões que o Vaticano consentiu. Em 1953, o Papa de Hitler, Pio XII, concedeu-lhe a maior condecoração do Vaticano, a raríssima “Suprema Ordem Equestre da Milícia de N

O comboio da direita

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Sem maquinista, o comboio da direita saiu dos carris. D.ª Cristas, Nuno Melo e Telmo Correia são incapazes de meter a direita nos carris, quanto mais um comboio em direção a S. Bento. Aproveitam a guerra interna no PSD, cujo grupo parlamentar prefere fazer o funeral ao partido do que aceitar quem derrotou Santana Lopes e Passos Coelho, para ocuparem o palco mediático e fingirem um peso eleitoral que falta ao CDS. Pode agora dizer-se que a direita portuguesa mais à direita está a tornar-se europeia, não porque os valores civilizacionais a seduzam ou se reveja na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que a Assembleia Constituinte francesa, em 1789, no dia ontem, aprovou, mas porque, à semelhança do que tragicamente aconteceu na década de 30 do século passado, a deriva autoritária e nacionalista grassa na Europa. Não será por acaso que se repete, com a ajuda do jornalismo que abandonou as notícias para transmitir a opinião da direita truculenta, o ambiente de intimidação e cal

O CDS e os arruaceiros de serviço

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Enquanto a comunicação social neoliberal, com laivos fascizantes, hesita entre o CDS e o promissor Aliança, à espera de nova chefia no PSD, cabe à Dr.ª Cristas e ao inefável Nuno Melo, ainda pesaroso do passamento do cónego Melo, que tão tarde se finou, a liderança dos ataques ao PS e ao BE. Não se julgue que poupam o PCP, apenas usam a arma mais eficaz, esquecem-no como o fazem os seus órgãos de comunicação. É a melhor forma de o combaterem. Recentemente, a Dr.ª Cristas reclamou indemnizações para os ‘espoliados do Ultramar, infelizmente perdido’, aceitando que o atual governo, quando demasiado substanciais, as dividisse por vários orçamentos. Pensou certamente em quem vivia do trabalho e não nas empresas que o pai herdou. É surpreendente o seu esquecimento nos governos que integrou, a omissão dos que lutaram pela libertação das colónias e dos que morreram ao serviço da ditadura, na guerra que nunca condenou, a protegerem as empresas do avô. Voltemos à conduta da excelsa Senho

Fernando Leal da Costa: do que – por enquanto - nos livramos…

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Fernando Leal da Costa foi secretário de Estado (da Saúde) durante o Governo de Passos Coelho / Paulo Portas e nessas funções ‘ajudante’ do ministro Paulo Macedo. Mais tarde - depois das eleições de Outubro 2015 - foi nomeado, meteoricamente, para o cargo de Ministro da Saúde no XX Governo Constitucional, erguido pelas ardilosas mãos de Cavaco Silva e cujo destino é conhecido dos portugueses.   Os seus desempenhos no cargo ministerial salientam-se duas vertentes: 1.) a brevidade da permanência pelo que as suas funções (felizmente) não ultrapassaram a ginga jonga de um exercício de ressabiamento cavaquista e uma leitura enviesada de históricas prerrogativas á volta do ‘arco da governação’; 2.) a exibição de uma canina fidelidade a Passos Coelho, mesmo quando o destino do ex-dirigente do PSD, como líder de um governo minoritário saído das eleições,  era evidente e estavam no horizonte novas soluções políticas.   Da mistura destas duas vertentes evidencia-se uma personagem

O Papa Francisco e a Igreja católica

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Sem maniqueísmo, facilmente se admira o atual Papa e desculpa o passado nebuloso do cardeal Bergoglio, benevolente com o ditador Videla e hostil à presidente Kirchner, em sintonia com os Papas de turno, e a presente sujeição ao Opus Dei na convocação de defuntos, alguns pouco estimáveis, para alimentar a indústria dos milagres e a criação de beatos e santos. A vida de figuras públicas tem zonas claras e escuras, e as circunstâncias moldam mais os homens do que estes as circunstâncias. O Papa Francisco é, no conjunto da sua vida, um homem respeitável e, quiçá, o mais estimável dos líderes religiosos mundiais. Não merecia a catadupa de problemas que desabam sobre ele. O futuro dirá se foi o homem certo na hora errada ou o homem errado que chegou na hora certa ao Vaticano. Ao receber a tiara, o solidéu branco, a romeira, os sapatos vermelhos, a infalibilidade e a diocese de Roma, que vagara porque o antecessor trocou a santidade pela vida, estaria longe de imaginar as desgraças que

O incêndio do Chiado

Há 30 anos, o fogo consumiu 18 edifícios e deixou em escombros os oito hectares de Lisboa onde pulsava o centro comercial, numa das maiores catástrofes urbanas de que há memória. Não se escreveu que o Estado falhou. A oposição teve a decência de não explorar a desgraça. Cavaco Silva (PSD) era PM e Nuno Abecasis (CDS) presidente da Câmara.

Miguel Relvas e um erro de paralaxe sem pitada de 'histórico'...

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O Governo pretende rever o mapa autárquico desenhado pela equipa de Miguel Relvas no XIX Governo Constitucional (Passos Coelho/Paulo Portas). O ex-ministro caído em desgraça mas aparentemente já refeito das suas inconformidades académicas e tendo ganho uma nova ‘força anímica’ considera que mexer na sua pretensa reforma executada em condições aviltantes, i. e., imposta pela Troika decide ignorar a história para  classificar  a nova proposta de revisão do mapa de freguesias (discricionariamente imposto num passado recente) como sendo: ‘um erro histórico’!  link .   Um ‘erro histórico’ será, antes de tudo, adulterar ou ‘branquear’ todo processo decisório que teve lugar há 5 anos e ocultar as circunstâncias que o ditaram. Em 2013 – e Miguel Relvas deve recordar-se bem disso – essa pretensa reforma foi decidida de afogadilho e contra a opinião generalizada das freguesias e respetivas estruturas e associações locais, entre elas a ANAFRE.   Interessaria inquirir sobre o leitm

Santana Lopes e o seu novo partido «Aliança»

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Os sequazes que o seguiram contra Rui Rio, apesar de conhecerem a calamitosa gestão nas autarquias da Figueira da Foz e de Lisboa, no Governo e na Misericórdia de Lisboa, ignoram o seu instinto político e apressam-se a condená-lo na aventura do novo partido. Convictos de que os partidos políticos são eternos, precipitaram-se no afastamento, para marcarem a fidelidade partidária que vivem com a profundidade ideológica dos adeptos de clubes de futebol. Alguns vão arrepender-se. Santana Lopes sabe que a deriva liberal e populista, que grassa na Europa, também tem espaço em Portugal. Os liberais do CDS, PSD, até alguns do PS, esperam o líder que ele pode personificar pelo seu perfil, com a dose de populismo e demagogia que tem levado ao poder figuras políticas perturbadoras em vários países europeus. A Dr.ª Cristas que se cuide. O CDS não poderá mais fingir que é democrata-cristão e ser o albergue de ultraliberais e da extrema-direita. O PSD não pode continuar a reclamar o ideário

23 de agosto de 1927

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Há 91 anos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti foram executados nos EUA, vítimas políticas da falsa acusação de homicídio. Meio século depois, a justiça norte-americana reconheceu o erro e declarou a inocência. E a pena de morte permanece!

O sexo e o clero

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Bordalo Pinheiro A repressão sexual, comum aos monoteísmos, foi sempre um instrumento de domínio do clero sobre a sociedade e do homem sobre a mulher. O judaísmo, com menos de 20 milhões de judeus, muitos deles agnósticos e ateus, é o monoteísmo cuja primeira cisão com êxito originou o cristianismo. É hoje irrelevante no número de crentes, contrariamente ao poder político, militar e financeiro, e não erradica os escândalos sexuais dos muftis, rabinos e judeus de trancinhas à Dama das Camélias. O islamismo, plágio tosco do judaísmo e cristianismo, é implacável na misoginia e em outras perversões que o misericordioso Profeta, analfabeto e amoral, introduziu com a violência do guerreiro e a demência do prosélito. Mas é a sexualidade que ora importa e, nesse aspeto, a violência contra a mulher e a pedofilia são direitos masculinos exercidos em casamentos sem consentimento da mulher, na lapidação por adultério e casamentos com crianças de 9 anos. Mais do que religião, o islamismo é

Marcelo e os afetos

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Devo a um excelente amigo esta maravilha de humor crítico que deve figurar para memória futura:

Eugénio Rosa - Esclarecimento necessário

LINK:  http://eugeniorosa.com/Sites/eugeniorosa.com/Documentos/2018/40-2018-informacao-5-ADSE.pdf Exmo.(a) Sr.(a) No estudo que envio com o titulo “RESPOSTA AOS ATAQUES DOS GRANDES GRUPOS PRIVADOS DA SAÚDE, COLIGADOS NA APHP, À ADSE E UM ESCLARECIMENTO AOS BENEFICIÁRIOS DA ADSE” procuro desmontar a campanha de manipulação da opinião pública e, em particular, dos trabalhadores e aposentados da Função Pública que são os beneficiários da ADSE, levada a cabo na semana passada pela Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, que representa essencialmente os grandes grupos privados de saúde, visando denegrir a ADSE, e virar os beneficiários contra a ADSE e a sua direção, com o objetivo de impedir que sejam tomadas medidas para eliminar sobrefaturações e lucros ilegítimos por parte de alguns prestadores privados, nomeadamente grandes prestadores, medidas essas que são vitais para garantir a sustentabilidade e continuidade da ADSE, assegurar os benefícios que presta, e para  uma boa g

O parágrafo

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Homenagem ao saudoso amigo Zédalmeida «Um novo partido precisa de novidade. Ora, Pedro Santana Lopes é tudo menos novidade. Está há 40 anos na vida política. Não tem nada de novo a oferecer. Nem nas ideias nem nos comportamentos.» (Marques Mendes, em 1 de julho de 2018) Fonte: JN, hoje, pág. 8. Ponte Europa 1 - Pedro Santana Lopes é sempre uma novidade. Nunca se sabe o que pode vir dali, embora seja sempre de temer a qualidade da sua gestão de dinheiros públicos. 2 - Já Marques Mendes, ao contrário de Santana Lopes, é demasiado previsível. É o moço de recados de Belém, ao serviço do PSD que Marcelo deseja.

A Argentina e a Igreja católica

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O Senado, fortemente beato e reacionário, recusou a lei da IVG votada no Parlamento. As opções confessionais contrariaram o direito de decisão das mulheres sobre o seu próprio corpo, contaminando toda a América latina.

O fim da obrigatoriedade de reforma aos 70 anos e a paz dos cemitérios…

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O eventual fim da reforma obrigatória aos 70 anos para os funcionários públicos link acarreta no seu bojo inúmeros problemas associados.   Em primeiro lugar, esta medida parece dirigir-se a um nicho ultraminoritário de funcionários públicos. Na verdade a maioria dos funcionários públicos conta os dias que lhe faltam para a reforma (que em 2019 será aos 66 anos e 5 meses link ) e na maioria dos casos nas vésperas da aposentação está a meter os papéis. Das aposentações relativas a funcionários públicos, em 2017, só 3,1% (387 utentes da CGA) link , o fizeram aos 70 anos.   Mas para além dos aspectos quantitativos interessaria saber se esta escassa percentagem de reformados (chamemos-lhes assim por comodidade de designação) que atingem o atual limite de idade que a lei em vigor impõe corresponde – ou não – a cargos da função pública, isto é, a funções dirigentes de topo (ou mesmo intermédias). E se acaso se verificarem que os ´prolongadores do tempo de trabalho’ pertençam a es

A teologia de Belém

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Marcelo já nos tinha surpreendido com a apoteose da imaginação e da originalidade de quem, rezando o terço todos os dias, descobriu que “Um sítio onde é sensacional rezar o terço é a nadar no mar”. Necessitando das mãos para o efeito e não podendo rezar com os pés, dos quais também carece, é um prodígio contar padre-nossos e ave-marias sem se enganar nos mistérios e sem se afogar antes dos dolorosos, mas isso são devoções pias, de natureza pessoal, que, por mais proselitismo que o devore, o PR de um país laico deve abster-se de alardear. O PR traiu a postura laica, que devia manter, no centenário da clonagem da Senhora de Lourdes, em Fátima, quando se envolveu na autenticação desse «milagre», invocando a qualidade de PR e ultrapassou a decência, afirmando que o fazia em nome de todos os portugueses, incluindo ateus, que não lhe passaram procuração e ficam indignados com a quebra da isenção que deve à laicidade do Estado. Quanto à esperada recandidatura, cuja popularidade dispen

Pensando em meu pensamento

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Se o acidente no passadiço de Vigo, tivesse ocorrido, v.g., em Viana do Castelo, a Dr.ª Cristas exigia a demissão de um ministro, e se a trágico derrocada da ponte de Génova, que consternou a Europa, tivesse ocorrido em Portugal, gritaria até o PM apresentar a demissão. Quem não tem ponte dispara com incêndios.

O regresso manso do fascismo

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Na caminhada para a presidência, a complacência de Donald Trump perante a violência nazi e a Ku Klux Klan (KKK) foi uma obscena vénia aos incómodos apoiantes, mas não foi o apoio dos extremistas violentos, que apoiaram o PR, que intimidou as democracias, foi a sua atitude que, na tibieza, silêncio ou cumplicidade, os estimulou. Trump parece ser a referência de uma incubadora de lacraus: Putin, na Rússia, Xin, na China, Erdogan, na Turquia, Duterte nas Filipinas, Orbán, na Hungria, Al Sisi, no Egito e muitos outros que despontam, por todo o Planeta, alguns com rótulo de esquerda. Curiosa e preocupante é a colisão entre dois autocratas agressivos, Trump e Erdogan, na ilustração da lei da Física, “polos do mesmo nome repelem-se”. Em Espanha, a um conservador pragmático, Mariano Rajoy, sucedeu o mais reacionário dos candidatos, um franquista que exibe as habilitações académicas que recebeu de presente, com outras individualidades do PP, da Universidade Juan Carlos. Salvini, na I

Perplexidades

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 1.º aniversário de uma fatídica procissão madeirense Em Pedrógão, a tragédia dos incêndios com o horror de mortos e perda de haveres, foi a calamidade, vinda de florestas particulares, que comoveu o País e monopolizou o PR. O Governo serviu de bode expiatório. No Funchal, há 1 ano, um carvalho centenário tombou sobre a procissão, no adro de uma igreja, propriedade da diocese, matou 13 pessoas e feriu meia centena de outras. O M. P. constituiu arguidos um vereador, vários funcionários da autarquia e o presidente da Câmara, este o cidadão mais bem colocado para interromper o monopólio do PSD no governo da RAM.

Ainda o incêndio de Monchique…

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O incêndio de Monchique foi dramático e altamente destrutivo e perante os portugueses não se pode dizer que tenha corrido bem. O facto de não existirem vítimas humanas a lamentar é relevante mas não será por si só uma coisa ‘notável’ como o ministro da Administração Interna repetidamente anunciou. Este incêndio também não foi de encontro aos propósitos da habitual chicana política promovida pela Direita. Quando o ideólogo do PSD – Paulo Rangel – hoje, no Publico link , acusa o primeiro-ministro de ‘soberba e arrogância’ está certamente a lavar a imagem populista dessa Direita que, há um ano, gritou bombasticamente. “O Estado falhou!”. Aqui poderá não ser simplesmente ‘soberba e arrogância’ e tratar-se de demagogia barata e irresponsável. Mais uma artimanha – na senda dos ‘suicídios’ inventados por Passos Coelho no ano passado em Pedrogão - para tentar colher dividendos políticos.   Na verdade, a resposta ao extenso e destruidor incêndio de Monchique não sendo ‘notável’

A frase

"Governo quis fazer política com o facto de não ter morrido ninguém" (Marques Mendes, Conselheiro de Estado, na SIC, referindo-se ao incêndio de Monchique). Ele quereria fazer política com as mortes que aparentemente desejava?

Recordar o fascismo

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O Monsenhor era PR

A direita e o poder

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O poder é tão apetecido que dificilmente há quem lhe resista. A direita não sabe viver sem ele e na esquerda há quem vire à direita quando o comboio inverte a marcha. Quando a direita está em crise, os seus amanuenses anunciam que é o regime; quando o poder se afasta, devora o líder, na ânsia de encontrar outro; o próprio PR, quando vê a família a desfazer-se, dá uma ajuda aos atiradores de serviço, a arremessar insinuações; o jornalismo reverente destaca os funcionários mais truculentos a atiçar fogueiras contra a esquerda; nas redes sociais, televisões, jornais, revistas e sarjetas surgem vuvuzelas a provocar ruído e a vociferar calúnias; os pusilânimes não se coíbem a descontextualizar e manipular declarações dos adversários para os debilitarem. O que fizeram à frase de António Costa nas declarações sobre o fogo de Monchique “… a exceção que confirmou a regra do sucesso da operação, ao longo destes dias”, é digna de figurar num compêndio da aleivosia. Parecia um concurso, a ri

Humor da silly season

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A Igreja e os monopólios

‘Reforma Florestal': notas sobre um intricado problema...

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Hoje, em Portugal, um dos assuntos do dia é o reordenamento florestal . Cada incêndio que ocorre – e continuarão a ocorrer – tende a aprofundar e agitar esta questão. Não vai ser fácil reordenar a floresta que se implantou desordenadamente quer no que diz respeito às características dos espaços florestados quer na disposição (e plantação) das espécies arbóreas. Não vamos voltar à ‘vaca fria’ dos eucaliptais que alteraram significativamente o coberto florestal nacional com todas as consequências que originam e infestam uma discussão muitas vezes inquinada na sua génese e finalidades por interesses ocultos. Reordenar a floresta será difícil porque a capacidade de intervenção dos poderes públicos está confrontada com os interesses privados, sejam os sediados em minifúndios sejam os subsidiários das grandes indústrias, nomeadamente, a das celuloses. O necessário equilíbrio entre uma floresta ordenada e planeada que seja capaz de resistir às cíclicas vagas de incêndios estivais

Os fogos e o aquecimento global

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Após duas semanas de combate ao maior fogo florestal da história da Califórnia, com os fortes meios de que dispõe uma das maiores economias mundiais, só ficará sob controlo em setembro, segundo disseram os experientes e bem preparados bombeiros. Num ano em que a Sibéria atingiu 40º e sofreu incêndios devastadores, a Escandinávia derreteu e a sua floresta foi devorada pelas chamas, o medonho e trágico incêndio de Mati, na Grécia, ou o de Monchique, em Portugal, são apenas uma antecipação do que nos espera num futuro que já começou e em que cada ano é pior do que o anterior. Enquanto o gelo derrete nos polos, os glaciares se reduzem metódica e inexoravelmente, e a Terra aquece e caminha para o ponto de não retorno, perante o autismo de dirigentes dos países mais poderosos, em Portugal o fogo é uma arma de arremesso partidário. No caso português, soma-se ao desordenamento florestal, a estrutura fundiária, a incúria e a impossibilidade de avaliar os meios, as empresas e os bombeiro

Humor da silly season

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A pena de morte e a Igreja católica

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A pena de morte é um anacronismo que persiste em sociedades ditas civilizadas, nódoa que a direita europeia de vocação fascizante se prepara para reintroduzir, à semelhança do que sucedeu em 1976 nos EUA, onde é aplicada em 34 dos 50 estados. A aplicação, sem efeitos dissuasores, tem sido responsável pela execução de inocentes, por erros judiciais. Deveria bastar a irreversibilidade para fazer tremer a mão aos juízes humanistas, mas não faltam carrascos à crueldade, quando legalizada. A Igreja católica, pressionada pela civilização europeia, condenou a pena de morte, mas com restrições, na última edição do seu catecismo. O Papa Francisco limpou finalmente a nódoa do catecismo romano quando o facínora das Filipinas, PR católico, defende execuções sumárias para traficantes e drogados, e, como outros déspotas católicos europeus, se prepara para reintroduzir a pena de morte. A decisão deste papa, rompe com dois milénios de tradição, credita-o como humanista e honra-o perante o mun