A Justiça e o combate à corrupção – Reflexão sobre o frívolo e o sério

O País sente-se indignado com as suspeitas de desonestidade na aplicação dos dinheiros destinados às vítimas de Pedrógão e o aparente oportunismo de quem terá usufruído de benefícios ilegítimos, mas é animador saber que o Ministério Público está a investigar o destino de dinheiros que o Estado e os privados deram a quem não tinha recursos e aos que, tendo-os, não fizeram os seguros que deviam. Sendo eticamente grave, espero que as suspeitas se provem e que a justiça atue, quer em relação às verbas destinadas à autarquia, quer nas mais substanciais, que foram endossadas à Misericórdia.

O PR, sempre atento, disse que as alegadas irregularidades já tinham sido referidas em julho, devido a uma reportagem da revista Visão e, agora de novo abordadas na TVI e no JN, espera que “se entre no próximo ano com isto esclarecido”.

Aliás, já o caso das borlas a um ministro, para o futebol, foi logo investigado, apesar de ser uma bagatela penal, mas viu-se que a Justiça não dorme. Nem o PR.

No JN do passado dia 28, além de outros autarcas merece destaque o anterior presidente da Câmara de Benavente, que vai ser julgado, a partir de 5/9, acusado de corrupção e prevaricação, por ter recebido dois borregos de um promotor imobiliário, um no natal de 2009 e outro no de 2010. O país fica mais tranquilo e, decerto, o PR não deixará de perguntar pelos borregos, se tiver acesso à comunicação social para fazer declarações.

Não menosprezo os delitos referidos, só me preocupa que o PR não se pronuncie sobre o BES, BPN, BPP, Banif e as privatizações ruinosas do anterior governo, talvez por não conhecer, por exemplo, Ricardo Salgado ou Oliveira e Costa.

Podia dar uma ajudinha, referindo que aguarda o resultado da investigação ao alegado desvio de muitos milhões de euros por Marco António, Luís Filipe Meneses, Hermínio Loureiro, Agostinho Branquinho, Virgílio Macedo e Valentim Loureiro, investigados pela Visão, sobre os quais paira um absoluto silêncio em toda a comunicação social e na PGR, e o PR ainda não se pronunciou.

Bem, pelo menos que não fique impune o alegado corrupto e prevaricador que em anos seguidos atingiu o cúmulo jurídico, digo, gastronómico, de 2 borregos. E era do PCP!

Comentários

Luis disse…
Esses nâo podem ser investigados sâo amigos do Partido do Marcelo , esses nâo sâo corruptos sao facilitadores de negociatas e vigaristas encartados !
josé neves disse…
E o mais claro, explícito e vergonhoso de todos confirmado na Alemanha e aqui, em Portugal, arquivado pela Joana à sucapa sob subterfúgios de impotência investigadora risíveis de tão ridículos que são.
Então, comparados com outros que já levam vários anos e nunca desistem de acrescentar novas "ligações" de suspeitas manhosas e tão sem sentido como o sem sentido do arquivamento do caso dos submarinos, Tecnoforma, etc., ou aquele tratado supersonicamente instaurado ao ministro Centeno por causa de um bilhete de futebol.
Mas há cada Joana d'arco da velha que é uma impossibilidade lógica.
Manuel Galvão disse…
Não tendo a oposição argumentos de peso para convencer o eleitorado a mudar de barricada, é isto!

É muito mau. É assim como não ter oposição...

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