As greves e a democracia
Sou incapaz de dizer se uma greve é justa ou não, se os grevistas avaliam bem a licitude das reivindicações e suas consequências, se um Governo, tratando-se da função pública, pode e deve satisfazê-la sempre, rompendo os limites orçamentais e a equivalência entre funcionários da mesma categoria.
A greve dos enfermeiros das salas de operações começou por ser uma reivindicação sob os auspícios da bastonária da Ordem dos Enfermeiros, e acabou a criar um sindicato que ainda não tinha empossado os órgãos sociais e já os presumíveis dirigentes aumentavam as exigências em cada nova reunião com o ministério da Saúde.
É natural que a bastonária, consultora para a Saúde do ex-PM e dirigente do PSD, tenha visto na greve a forma de derrubar um governo que nunca considerou legítimo, e exigir-lhe, depois de reposta a carreira que o governo PSD/CDS extinguiu, muito mais do que o Governo podia ceder. A Ordem fomentou a greve, que não é da sua competência.
Aliás, parece que nunca alguém acreditou que houvesse meios para ceder às exigências, eventualmente legítimas, que teriam de contemplar todos os funcionários públicos de categorias equivalentes. A enfermeira Ana Rita Cavaco pode aspirar a uma secretaria de Estado, num governo PSD ou numa ditadura, não parece que isso a incomode, mas não pode servir-se de colegas para derrubar um governo democrático e, pior, dos doentes cuja vida pôs em risco ou até riscou da vida.
A Dr.ª Cristas ainda não a acusou de mentirosa e o Dr. Negrão de ter pelos no coração, acusações que ambos fizeram ao PM que, com o apoio dos partidos que permitiram esta legislatura, mais se esforçou para melhorar as condições que o anterior governo retirou aos trabalhadores.
O pior que pode suceder aos sindicatos, que não têm uma conjuntura fácil, e cuja falta deixaria os trabalhadores à mercê do poder discricionário dos empregadores, é criar na opinião pública uma animosidade contra os funcionários públicos, pondo trabalhadores contra trabalhadores, quando há quem se sirva deles para fragilizar a democracia e, no caso em apreço, para destruir o SNS, que o sindicato fantasma, de geração espontânea, não refere uma única vez nem é defendido pelos cúmplices do anterior governo.
Quem assistiu ao avanço civilizacional e à melhoria das condições de vida, devidos à democracia, sente frustração pelo comportamento dos que primeiro hão de lamentar a sua perda.
Não há democracias sem direito à greve, mas há greves que comprometem o direito à democracia.
A greve dos enfermeiros das salas de operações começou por ser uma reivindicação sob os auspícios da bastonária da Ordem dos Enfermeiros, e acabou a criar um sindicato que ainda não tinha empossado os órgãos sociais e já os presumíveis dirigentes aumentavam as exigências em cada nova reunião com o ministério da Saúde.
É natural que a bastonária, consultora para a Saúde do ex-PM e dirigente do PSD, tenha visto na greve a forma de derrubar um governo que nunca considerou legítimo, e exigir-lhe, depois de reposta a carreira que o governo PSD/CDS extinguiu, muito mais do que o Governo podia ceder. A Ordem fomentou a greve, que não é da sua competência.
Aliás, parece que nunca alguém acreditou que houvesse meios para ceder às exigências, eventualmente legítimas, que teriam de contemplar todos os funcionários públicos de categorias equivalentes. A enfermeira Ana Rita Cavaco pode aspirar a uma secretaria de Estado, num governo PSD ou numa ditadura, não parece que isso a incomode, mas não pode servir-se de colegas para derrubar um governo democrático e, pior, dos doentes cuja vida pôs em risco ou até riscou da vida.
A Dr.ª Cristas ainda não a acusou de mentirosa e o Dr. Negrão de ter pelos no coração, acusações que ambos fizeram ao PM que, com o apoio dos partidos que permitiram esta legislatura, mais se esforçou para melhorar as condições que o anterior governo retirou aos trabalhadores.
O pior que pode suceder aos sindicatos, que não têm uma conjuntura fácil, e cuja falta deixaria os trabalhadores à mercê do poder discricionário dos empregadores, é criar na opinião pública uma animosidade contra os funcionários públicos, pondo trabalhadores contra trabalhadores, quando há quem se sirva deles para fragilizar a democracia e, no caso em apreço, para destruir o SNS, que o sindicato fantasma, de geração espontânea, não refere uma única vez nem é defendido pelos cúmplices do anterior governo.
Quem assistiu ao avanço civilizacional e à melhoria das condições de vida, devidos à democracia, sente frustração pelo comportamento dos que primeiro hão de lamentar a sua perda.
Não há democracias sem direito à greve, mas há greves que comprometem o direito à democracia.
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