O professor António Galopim de Carvalho

O Conselho Científico da Universidade de Évora votou favoravelmente a concessão do grau de Doutor Honoris Causa ao Professor Galopim de Carvalho. É altura de eu lhe prestar aqui a homenagem que lhe devo pelo que me tem ensinado no blogue «Sorumbático», onde tenho a honra de também colaborar.

O País conhece o eminente cientista e o defensor da preservação dos dinossauros, mas talvez desconheça o pedagogo que continua a divulgar a geologia e torna a compreensão dos fósseis acessível a pessoas sem cultura científica. Mais do que académico é um homem apaixonado pelo conhecimento que tem enorme prazer na sua divulgação.

Galopim de Carvalho não é apenas o professor de numerosos alunos da Faculdade de Ciências que, na Universidade Lisboa, tiveram a sorte de ser seus alunos no Departamento de Geologia, é o pedagogo que tem a verdadeira paixão do ensino. Tem um país que lhe deve a preservação do património, desde as pegadas da pedreira de Carenque à investigação da Paleontologia dos vertebrados fósseis do Jurássico superior da Lourinhã e Pombal.

Se ao cientista juntarmos o cidadão afável, culto, democrata e interventivo, temos o homem fascinante e personalidade de eleição que ontem me deu a honra, como várias vezes sucedeu, de deixar no meu texto do Faceboock o comentário que me apraz divulgar:

«António Galopim de Carvalho Estou muito longe de ter lido a obra de Natália Correia, extraordinária e saudosa portuguesa, mas o pouco que li e ouvi ler, em especial, poesia, sempre me mostrou, pela excelência do conteúdo e da forma, a mulher com quem tive o privilégio de conviver nos últimos anos da sua vida. Em começos da década de 90 eu era um profissional, a tempo inteiro, de uma ciência demasiado terra-a-terra, em busca de um outro caminho que tinha o dela e de muitos como ela, por modelo. Prenderam-me a esta açoriana a intransigência com que defendia a liberdade, a solidariedade e a justiça, o desassombro que usou na palavra falada e escrita, a força e a energia, características que sempre igualei às do também saudoso Ary dos Santos.».

Um abraço ao amigo e as felicitações por mais uma merecida distinção.

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