O futuro é cada vez mais incerto
Parto de um truísmo banal para discorrer sobre os tempos que aí vêm, ameaçadores dos mais elementares direitos humanos e repletos de dúvidas, dívidas e medos.
Não estou certo de que o neoliberalismo tenha os dias contados e, muito menos, de que surja uma sociedade mais igualitária e solidária. Este período de confinamento, longe de estimular a solidariedade, tornou-nos mais rudes, agressivos e egoístas.
A promessa de que o Mundo, gravemente empobrecido e arruinado, poderá regressar ao padrão de consumo e bem-estar anterior, é a semente de uma ilusão que convém aos que procuram manter as desigualdades que a riqueza acentuou.
Não será difícil adivinhar uma regressão na esperança de vida, até há pouco inesperada, como se as árvores crescessem até ao céu e a imortalidade chegasse com a substituição de peças para o corpo humano e sucessivas plantações de novos neurónios no cérebro.
A esta pandemia, cujo fim se ignora, outra surgirá, e a inteligência artificial parece mais lenta do que a adquirida por agentes patogénicos, vírus e bactérias.
O único planeta de que dispomos já não aguentava os maus-tratos a que era submetido e o nosso futuro vai confrontar-se com a contaminação dos mares, o aquecimento global, a demografia, cuja implosão está longe de garantida, a falta de água, oxigénio, ozono e bens de primeira necessidade.
O trabalho será um bem cada vez mais escasso e a ansiedade e o desespero são motores de revolta e de aceitação de regimes totalitários.
A democracia liberal já hoje, através de eleições, se vê tomada por déspotas e narcisistas sem escrúpulos, dos EUA ao Brasil, da Hungria às Filipinas, da Polónia à Turquia. Que sucederá se os povos abdicarem dos seus direitos e liberdades e postergarem os direitos humanos?
Os ataques indiscriminados aos políticos e o ódio à democracia representativa, a única que garante um módico de racionalidade e liberdades, alimentam soluções messiânicas e autoritarismos que julgávamos erradicados.
Vai ser difícil conciliar a continuidade das sociedades livres com mínimos de bem-estar individual, no clima de depressão económica, aviltamento de valores e o indiferentismo perante as ditaduras, que ora se vive.
Não estou certo de que o neoliberalismo tenha os dias contados e, muito menos, de que surja uma sociedade mais igualitária e solidária. Este período de confinamento, longe de estimular a solidariedade, tornou-nos mais rudes, agressivos e egoístas.
A promessa de que o Mundo, gravemente empobrecido e arruinado, poderá regressar ao padrão de consumo e bem-estar anterior, é a semente de uma ilusão que convém aos que procuram manter as desigualdades que a riqueza acentuou.
Não será difícil adivinhar uma regressão na esperança de vida, até há pouco inesperada, como se as árvores crescessem até ao céu e a imortalidade chegasse com a substituição de peças para o corpo humano e sucessivas plantações de novos neurónios no cérebro.
A esta pandemia, cujo fim se ignora, outra surgirá, e a inteligência artificial parece mais lenta do que a adquirida por agentes patogénicos, vírus e bactérias.
O único planeta de que dispomos já não aguentava os maus-tratos a que era submetido e o nosso futuro vai confrontar-se com a contaminação dos mares, o aquecimento global, a demografia, cuja implosão está longe de garantida, a falta de água, oxigénio, ozono e bens de primeira necessidade.
O trabalho será um bem cada vez mais escasso e a ansiedade e o desespero são motores de revolta e de aceitação de regimes totalitários.
A democracia liberal já hoje, através de eleições, se vê tomada por déspotas e narcisistas sem escrúpulos, dos EUA ao Brasil, da Hungria às Filipinas, da Polónia à Turquia. Que sucederá se os povos abdicarem dos seus direitos e liberdades e postergarem os direitos humanos?
Os ataques indiscriminados aos políticos e o ódio à democracia representativa, a única que garante um módico de racionalidade e liberdades, alimentam soluções messiânicas e autoritarismos que julgávamos erradicados.
Vai ser difícil conciliar a continuidade das sociedades livres com mínimos de bem-estar individual, no clima de depressão económica, aviltamento de valores e o indiferentismo perante as ditaduras, que ora se vive.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
E, não obstante, Carlos, há uma saída. Junte-se àqueles que erguem o facho da esperança defendendo uma um política patriótica e de esquerda. Uma política com os valores de Abril no futuro de Portugal. Às vezes, a saída é já ali…
João Pedro