A UE, o OE-2021 português e a luta partidária

Com o Orçamento da UE bloqueado pela Polónia e Hungria, países onde a democracia não é um ideal dos governantes, nem o respeito pelos direitos humanos o seu desígnio, joga-se em Portugal um braço de ferro à volta do OE que vai provocar um terramoto na futura geometria partidária.

Resta saber em quem os eleitores portugueses de esquerda verão polacos e húngaros.

O Brexit continua a ser uma tragédia para o Reino Unido e para a União Europeia, sem saída airosa para um necessário entendimento que minimize os danos de um divórcio de inapagáveis traumas e prejuízos mútuos irrecuperáveis.

A pandemia não dá tréguas e a vacina, por mais próxima, eficaz e generalizada que seja, não normalizará uma economia que se afundou no mundo, particularmente fora da área económica chinesa que cavalga a onda favorável a caminho da hegemonia planetária.

Com um futuro tão incerto, com os previsíveis abalos sísmicos que as consequências da pandemia provocam na sobrevivência dos cidadãos e garantia das necessidades básicas, entendem-se mal as batalhas suicidas da esquerda em torno do OE-21 que, em cada dia que passar, ficará desatualizado.

A fatura, apesar do esforço da UE para sobrevivência imediata de si própria, virá depois da borrasca e, quanto maiores forem agora as cedências, mais dolorosas serão no futuro as exigências.

É bom que os partidos olhem mais para o futuro e menos para o brilho mediático dos seus líderes onde a bondade das receitas individuais pode intoxicar a ementa coletiva.

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