BISPO DO PORTO JUSTIFICA ATENTADOS ISLÂMICOS!

O general-bispo Manuel Linda, ex-comandante supremo dos católicos fardados, e agora bispo do Porto, justificou no Twitter, no dia seguinte ao ataque islâmico que matou três pessoas na basílica de Nossa Senhora da Assunção, em Nice, o crime islamofascista.

Enquanto o Papa Francisco condenou o ataque "selvagem" à igreja, o bispo que furou o cerco sanitário de Ovar, a convite do edil, para abençoar um hospital de urgência, pago pelo Estado, escolheu justificar um crime a condenar a doutrina que ordena assassinar homossexuais, apedrejar mulheres adúlteras e degolar infiéis.

O general-bispo Manuel Linda, uma alimária paramentada, imagina o báculo um cajado para zurzir os réprobos, a mitra o adereço cefálico episcopal para evocar a anatomia das galinhas, noutro sítio, e o anelão a miniatura da argola onde gostaria de enforcar infiéis.

Do primata que violou um cerco sanitário, para fazer sinais cabalísticos e transformar a água normal em benta, não se espera respeito pelo livre-pensamento, mas quem preza o Iluminismo e defende o povo francês contra quem o chantageia pelo terror, manifesta-lhe a repulsa de quem o despreza e não tolera um bispo anacrónico, amoral e prosélito.

Há muito que este veículo litúrgico entrou em rota de colisão com a democracia, numa deriva reacionária de quem prefere o Concílio de Trento ao Vaticano II, prisioneiro do manual terrorista da Idade do Bronze, o Antigo Testamento, comum ao assassino.

O general Manuel Linda envergonha as Forças Armadas e de Segurança, a quem cabe a defesa do Estado laico e da liberdade de expressão, e, como bispo, é um perigo para os crentes da diocese do Porto, que envenena com o pensamento de troglodita e a raiva de um talibã romano.

O bispo do Porto exonerou a inteligência e a ética e troca as vítimas pelos assassinos e a liberdade de pensamento, que combate, pela imposição da fé, que promove. 

Podia emigrar para a Arábia Saudita, a pregar a sharia romana!


Comentários

Jaime Santos disse…
Deixo aqui a ligação para a crónica de Miguel Sousa Tavares, insuspeito de simpatias pelo islamismo mas que pensa como eu, ou melhor eu penso como ele.

A blasfémia deve ser um direito em sociedades democráticas mas não deixa de ser um exemplo de má-educação e de provocação gratuita. A deriva irracional do islamismo pode e deve ser criticada, mas nunca esquecendo a contribuição que o Islão deu para a preservação do legado greco-romano, assim como as contribuições para a Ciência, Arte, Arte de Marear, etc.

https://estatuadesal.com/2020/10/31/sobre-gelo-fino/

Quanto ao ponto de vista do Bispo do Porto, é obviamente errado e claro, simplista, a culpa pelos crimes não se deve a quem critica as religiões, muito embora a melhor maneira de secar as fontes que alimentam o radicalismo consiste em começar por integrar os muçulmanos da Europa, integração essa negligenciada por demasiado tempo pelos nossos Governos. E integrar significa também respeitar e não desprezar.

Obviamente, tratando-se de refugiados e imigrantes aqueles que cometeram estes dois últimos crimes e não se desejando uma espécie de fortaleza-europa que implicaria abandonar à sua sorte muitos milhares de inocentes que sentem na pele a opressão do radicalismo islâmico, temos infelizmente que estar preparados para combater estes criminosos dentro do nosso território.
Jaime Santos, reconheço a ponderação e racionalidade do seu comentário, mas não sou tão benevolente para com as religiões e, baseado na História, sei que foi a repressão política sobre o clero que permitiu a liberdade religiosa para crentes de qualquer religião e não crentes ou, mesmo, os que combatem as crenças.
Jaime Santos disse…
Não me parece, Carlos Esperança, que a repressão do clero tenha levado a outra coisa que não a uma reacção profunda. Basta pensar nas lutas que minaram a I República, ou nas que contribuíram para a tentativa de golpe de Franco que deu origem à Guerra Civil Espanhola. E as feridas então abertas duram até hoje, mesmo aqui ao lado.

Bem entendido, os imãs que apelam à violência, mesmo que de forma encapotada, não podem merecer outra coisa que não o opróbrio, a prisão e a expulsão. Mas trata-se aqui de pessoas que cometem crimes, e para essas não pode haver contemplações.

Agora, como já aqui escrevi, a luta contra esta ameaça só pode ser vencida com a colaboração dos muçulmanos que só querem viver em paz nas nossas sociedades e exercer livremente o seu direito à crença. E não me parece que isso se consiga classificando-os a todos, sem excepção, como radicais.

Essas pessoas merecem o nosso respeito, como o merecem os crentes de outras religiões, conquanto obedeçam às Leis da República.

O Carlos, como ateu que é, pode pensar o que quiser das religiões. O que não me parece é que a forma como se expressa contribua para o reforço do espírito pluralista nas nossas sociedades. Só contribui para que cada lado cave trincheiras...
Lembro-lhe a Paz de Vestefália, depois da guerra dos Trinta Anos, Jaime Santos.

Foi sempre a repressão política sobre o clero que permitiu as liberdades de que gozamos nos países laicos e democráticos.
António Salgado disse…
Desculpem a intromissão. Na minha opinião, republicar os desenhos em causa, não diz apenas respeito à defesa da liberdade de pensamento, mas também o direito à dessacralização, à função crítica do dogma. A blasfémia é um conceito sem relevância no espaço público racional e científico. E não existe «desrespeito» ou uma tentativa de «provocar», como o MST referiu no Expresso. Antes pelo contrário. Os indivíduos (crentes) são respeitados, mas as ideias podem ser desconstruídas. Sempre! António Salgado
António Salgado:

Subscrevo a sua posição.
Jaime Santos disse…
O problema, António Salgado, é que os crentes não se movem 'num espaço racional e científico' e sim num espaço de afectos onde a relação que constroem com a divindade é tão ou mais importante como a relação que constroem com os outros seres humanos.

Diz-se frequentemente que a blasfémia é um 'victimless crime' porque dirigido contra uma entidade inexistente (ou de tal forma poderosa e benevolente que a ofensa não a afecta minimamente).

Sucede que ofende os crentes e com frequência o objectivo não é criticar as ideias subjacentes ao seu credo e sim humilhá-los directamente, em alguns casos com contornos racistas e ou classistas, 'olhem para nós, os incréus cosmopolitas contra a massa ignara dos idiotas'.

Exactamente a atitude que alguns têm em Portugal em relação às manifestações de religiosidade popular, como Fátima.

E como faz o Charlie com o seu humor grosseiro e escatológico. Pura e simplesmente.

Também se pode dizer que um insulto a uma mãe falecida de alguém é um crime dessa natureza, mas é uma ofensa à memória de alguém e logo uma ofensa ao seu filho ou filha.

E isso está muito longe da desconstrução das ideias dos crentes. Podemos falar da improbabilidade da ressurreição ou da atitude misógina da religião cristã, ou da sua intolerância para com os homossexuais ou simplesmente com quem é diferente. Isso sim, são críticas. Pode-se inclusive satirizar a religião como fizeram os Python.

Agora estas caricaturas são simplesmente má-educação. Viessem elas da pena do cartoonista dinamarquês de Extrema-Direita e seriam mais fáceis de despachar porque sabemos ao que vem o seu autor.

Carlos Esperança, eu sinceramente não sei que repressão do clero ocorreu após a Paz de Vestefália. O desenho do mapa da Alemanha permaneceu mais ou menos o mesmo e os soberanos locais mantiveram-se mais ou menos tão intolerantes como antes. Só o País foi destruído a um grau que não foi sequer atingido na Segunda Guerra Mundial, após 30 anos de guerra, peste e fome...

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