A absolvição de Trump é uma tragédia para a democracia
A absolvição no Senado, onde eram necessários 2/3 dos senadores para a condenação, foi trágica para a democracia.
Não bastaram quatro anos de pregação do ódio, de afronta às
instituições democráticas, de rutura com acordos internacionais assinados pelo
Estado americano e as tropelias do homem sem ética, sem coerência, sem sentido
de Estado e em permanente conflito com a verdade.
Viu condenar os amigos na duvidosa eleição que o levou à
presidência, por perjúrio na trama russa no resultado eleitoral, assistiu à
permanente debandada dos seus mais fiéis servidores quando um módico de
dignidade os assaltou e manteve-se cobarde e mitómano durante todo o mandato no
persistente abuso dos poderes presidenciais e na obstinada manutenção no poder
para desacreditar e destruir a democracia.
Perdidas as eleições fez tentativas grosseiras para se
manter no poder, desde pressionar um governador para lhe inventar uns milhares
de votos até ao falhado golpe de Estado no assalto ao capitólio, dirigido por
ele através dos média e das redes sociais. Quis que a eleição ignorasse as
urnas, primeiro por fraude, depois pelos tribunais.
No Supremo nomeou 3 juízes vitalícios, dois deles de forma
insólita, o primeiro porque o Partido Republicano impediu Obama de o nomear por
estar a cerca de 1 ano do fim do mandato e a última quando ele próprio já
estava em campanha eleitoral.
A instigações do assalto ao Capitólio e as cinco mortes
ficaram impunes por cobardia de senadores que perderam a dignidade com medo de
com da vingança dos eleitores de Trump nas suas reeleições.
Trump acabou a indultar os crimes dos seus amigos e
familiares e acabou ele próprio absolvido no Senado que manchou a sua dignidade
e a das instituições democráticas dos EUA, num péssimo exemplo para o
mundo.
O Partido Republicano, hoje dominado por seitas e
organizações de extrema-direita não foi sempre menos democrático do que o seu
rival, era apenas mais liberal na economia. Hoje, tão mal frequentado, é cada
vez menos recomendável.
Joe Biden, no curto espaço do seu mandato, tem cumprido de
forma digna as promessas que fez, sendo-lhe difícil restaurar a autoridade
moral perdida e a confiança dos países onde o Estado de Direito define as
democracias.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
Era de facto mais correto, mas este texto já está assim em vários sítios. Por isso, agradecendo a justa sugestão, vou manter o que escrevi.